Precisou chegar o vigésimo episódio para finalmente sabermos mais sobre o que houve logo após o apocalipse que não aconteceu: quem trouxe de volta aquele Sam sem alma e Samuel, o avô do mal que atormentou os irmãos Winchester por quase toda essa temporada. Achei excelente o formato de narrativa escolhido para esse episódio, colocando Castiel como contador da história. Aos meus olhos pareceu com o episódio focado em Bobby, lá no início da temporada, que foi dirigido por Jensen Ackles.
Depois de todas as dúvidas do episódio anterior, finalmente chegamos ao ponto crucial: Castiel estava por trás de tudo, todas as coisas que soavam estranhas durante essa temporada eram obra dele, quem imaginaria que a trama seria assim tão perfeitamente fechada? Um anjo trabalhando em conjunto com um demônio (alguém mais lembrou do livro Belas Maldições de Neil Gaiman & Terry Pratchett?), inusitado, sim, inovador, não exatamente. Li no twitter e em reviews americanas algumas referências a outros livros, com enredo semelhante a esse – anjo e demônio se unem para evitar o apocalipse -, mas como não li os livros citados, deixo a vocês leitores que façam a ligação – mais por medo de falar bobagem do que por desconfiança com os colegas reviewers. O fato é que não falta literatura sobre o assunto, e por mais pistas que os roteiristas tenham nos dado ao longo da temporada (citando a guerra dos anjos e não falando nada objetivo sobre ela, e colocando Crowley na trama sempre que podiam) era difícil aceitar que Cas, tão ingênuo e puro, se sujeitaria a esse tipo de pacto.
Ainda não sei bem o que pensar sobre todas as atitudes do Castiel – afinal foram muitas, mas no fundo, me pareceu que ele tentou fazer aquilo que ele achava certo, e como cada momento exigiu uma reação diferente, o resultado acabou muito pior do que poderia imaginar. O mais injusto de tudo foi Dean acusar Castiel, tão cheio de razão, dizendo que ele devia ter pedido ajuda, quando o anjo o tempo todo só queria preservar Dean em seu “paraíso particular”. Nunca escondi que sou fã do Dean e ele sempre vai ser meu favorito na série, mas depois desse episódio, certamente o Castiel ganhou muitos créditos. Ele não é mais o anjo trapalhão que entrou de gaiato na série. Agora o que me apavora é que o meu maior medo talvez se torne realidade na season finale: Dean matando Castiel.
A desconfiança de Dean, Sam e Bobby me soou forçada em certo ponto, afinal, todo esse drama é por causa de um pacto com Crowley. Não podemos esquecer que todos eles já fizeram algum pacto com um demônio antes, e agora que foi a vez de Castiel se desesperar e pedir a ajuda de um demônio, todos o incriminam. Acho que entre deixar Raphael humilhar Castiel e fazer o que bem entendesse no céu, e fazer um pacto com Crowley – considerando que ele realmente fosse a única opção de ajuda que Castiel tinha naquele momento -, eu também teria pedido ajuda a Crowley, sem pensar duas vezes. Castiel não podia deixar Raphael, insano, trazer outra vez o apocalipse.
Bobby, Dean e Sam chamando Castiel de Superman que se tornou mau, e depois o próprio Castiel se referindo a si mesmo dessa forma seria uma forma indireta de Supernatural fazer propaganda de Smallville que encerra sua 10a temporada dia 13/05, dia que Supernatural não será veiculada justamente por causa do episódio duplo e final de Smallville? Viajei ou faz sentido pra vocês também? Os próximos episódios: The Man Who Knew Too Much e Let it Bleed, os últimos da temporada, serão veiculados no mesmo dia, 20/05, até lá, morremos de ansiedade!
