Voltamos ao habitual formato monstro-da-semana com um ótimo episódio, típico de primeira temporada. Nem eu estava esperando gostar tanto assim quando comecei a assistir. Reclamei muito do que a série vinha mostrando ano passado, mas até agora, continuo feliz e acho que Supernatural está ensaiando cada vez mais sua volta aos eixos. A trama central desse 7º ano vai sendo desenhada a passos lentos e se os próximos fillers forem ao menos próximos do nível desse, então eu vou ficar bastante feliz.
A história ser contada da maneira que foi, com fragmentos do passado e do presente, soou interessante. Quando eu percebi que o episódio seria focado no Sam, fiquei com medo de me decepcionar com o resultado final, mas , hoje, ele aguentou o tranco de ser o protagonista aqui. O episódio foi todo dirigido pelo Jensen Ackles, então fez sentido que o Dean ficasse de figuração nele, tendo importância apenas nos momentos finais.
Eu esperava alguma situação dentro do hospital para o qual eles foram levados no final do episódio passado, então estranhei um pouco quando, logo nos primeiros cinco minutos, resolveram a situação e tiraram os dois de lá. Pelo menos, isso também foi bom pra quebrar o “mistério” em torno do Bobby. Entre aspas porque eu duvido muito que alguém chegou a cogitar a possibilidade dele estar morto. E quão engraçado é ver o Jim Beaver todo arrumando e com gel no cabelo!
O que eu provavelmente mais gostei em The Girl Next Door foi como a edição e o roteiro conseguiram unir os momentos atuais com os flashbacks sem que parecesse uma coisa forçada ou que ficassem sem sentido. Acredito que o carisma dos atores infantis ajudou muito; constatei, inclusive, que o garoto que faz o Sam criança/pré-adolescente, atuou melhor que o próprio Jared Padalecki.
Voltar ao passado é sempre interessante por nos mostrar uma faceta pouco conhecida dos personagens que convivemos praticamente semanalmente. Senti pena do Sam ainda criança, quase adolescente, já metido nessa vida de caçador, tendo que abdicar de seus desejos, vontades e de uma infância normal pra ajudar o pai e o irmão a encontrar e derrotar monstros. De certa forma, me compadeci da Amy também. Não deve ser nada fácil você ser criado sabendo que é um monstro e que tem que matar gente pra sobreviver. Talvez seja porque eu adoro histórias de amor impossível (quanto mais complicado, melhor), mas funcionou bem pra mim a paixonite dos dois.
E acrescentamos mais um monstro ao longo asernal de Supernatural, não é? Talvez minha memória esteja me deixando na mão (e, por favor, me corrijam nos comentários caso seja isso mesmo), mas eu não me lembro de aparições anteriores dos kitsunes no seriado. Achei bem interessante o conceito em torno das criaturas, de ter que se alimentar da pituitária humana pra sobreviver.
Alguns podem (e vão) questionar a atitude do Dean ao matar a Amy pelas costas do Sam no fim do episódio. Eu entendo ele. Juro. A intenção da Amy podia sim não ser destruir vidas , já que ela estava matando as pessoas pra poder salvar o filho, mas ainda assim, eram assassinatos. E como disse o Dean, “você não pode mudar quem você é.” Ela era um monstro. E o Dean foi criado pra isso: Matar monstros. Eu me surpreenderia se ele agisse igual ao Sam e deixasse a Amy livre.
O que me surpreendeu foi ele não matar o menino. Por mais mórbido que soe matar uma criança (e soa MUITO), ele também era um monstro. Ainda não tinha matado ninguém, mas bem, a Amy também não tinha quando criança, né? É uma situação complicada, eu até entendo, mas é 2ª vez que o Dean deixa um “monstro” vivo porque era uma criança (A 1ª foi o Anticristo, lá na 5ª temporada). Uma hora esses meninos crescem e aí? Esse já prometeu ir atrás dele. Daqui a pouco tem um exército de monstros soltos pelo mundo.
Mórbida também foi a sequência final. Ainda sinto falta de um maior aprofundamento na trama dos Leviatãs, talvez diferenciá-los ao menos um pouco dos demônios aos quais estamos acostumados. E é incrível, né? TODO demônio/criatura que sai do inferno já vai atrás do Sam e do Dean. Coitados.
O episódio da semana que vem se chama Defending Your Life e traz a participação especial de uma personagem bem querida. Se quiser saber quem é, só dar uma espiada na promo abaixo:
PS. Só eu lembrei de Doctor Who com o “Amy Pond” e com o “The Girl Next Door”?
