“Keep your mouth shut!”
Era uma vez um gigante. Apesar do tamanho, era muito popular, todo mundo gostava dele, e sempre o respeitando pela força física completamente fora do comum. Uma vez, jogando aquele tal jogo… Survivor, ele foi chamado de burro e saiu com o rabo entre as pernas. Na edição seguinte, jogando mais uma vez, ele levou um corte no dedo e saiu de novo com o rabo entre as pernas. Agora, jogando pelo terceiro ano, ele chegou com mais sede de vitória do que nunca. E fique com medo, porque se você irritá-lo, você tá fora. Na pior das hipóteses, você tá morto. Sim, eu tô falando dele: o mito, a lenda, a estrela de It’s Getting The Best of Me… DI-DI-DI-DI-DI-JAAAAAAAMES.
Ok, há espaço pra discussão aqui, Boston Rob carregou sozinho toda a tribo dos vilões nesse episódio, mas depois que James soltou o ‘Keep your mouth shut‘ pra já eliminada Steph, não tive dúvidas de que, pra mim, foi com ele que eu mais me empolguei assistindo. Primeiro porque barraco sempre é bom, e segundo porque aquela aliança entre Tom, Colby e a própria Steph… deus do céu, é um porre. Principalmente por causa do Colby. É até interessante notar como essa aliança é formada justamente pelos heróis das temporadas mais antigas, com a exceção do Rupert. Mostra como o jogo mudou no decorrer dos anos, fazendo com que a discrepância de épocas acabe sendo um fator essencial nas estratégias e formações de grupos.
Aliás, essa diferença entre as alianças faz até com que o estereótipo de heróis já seja totalmente quebrado, antes mesmo da edição completar seu segundo episódio. O tema da temporada em si já não faz muito sentido, porque os vilões trabalham exatamente como “heróis” – encabeçados pelo Rob, que eu falo mais adiante – e os heróis já brigam e armam estratégias como vilões de primeira. E no final das contas, a verdade é que ambas as tribos tem muito em comum, e o antagonismo que quiseram impor, só existe no papel. Porque, na prática, na hora de votar, todo mundo ali já jogou Survivor o suficiente pra saber o que fazer pra sobreviver e chegar mais longe na competição.
E é aí que Cirie tem a chance de brilhar de novo. Na batalha de egos do episódio, é ela que sabe se esconder melhor por trás da briga, sem se expor. A tentativa de Tom-Steph-Colby de puxá-la pra aliança e eliminar a Amanda é até compreensível, visto que eles não tinham nenhuma outra opção, mas Cirie sabia muito bem como era importante quebrar a antiga dupla de Palau. E mesmo que a edição mostre ela falando mal da Amanda, como ela foi traída no final de Micronesia e tudo mais… Cirie também sabe que a amizade “desonesta” com a Amanda pode a levar muito mais longe do que os poços de ética e moralidade que Tom e Colby representam.
Agora, depois de quatro parágrafos inteiros dedicados ao assunto, sabem qual é o melhor de tudo? Que toda a confusão surgiu de uma besteira na prova de imunidade. A prova – que eu acho muito boa aliás, ela realmente passa a impressão de que é difícil – era repetida de Tocantins, e na tribo dos heróis, todo mundo concordava em confiar no JT pra comandar a equipe à vitória. Menos a Steph, que começou a falar ao mesmo tempo que o cara e causou toda a ira de James em relação a ela. Nâo só a de James, como a de Rupert, que antes mesmo da prova já mostrava que queria ela fora do jogo. E apesar de o argumento pra eliminação ter sido o fato de que a Steph perdeu todas as provas em Palau e conseguiu ver sua tribo inteira ser EXTERMINADA, acho que a decisão do grupo pesou mais no sentido de ninguém querer ver os gigantes contrariados. Pelo menos por enquanto.
Enfim, chega de heróis, né? No lado dos vilões, também teve espaço pra coisa legal a ser discutida. A melhor delas, claro, Boston Rob. O cara dominou completamente o episódio no lado vermelho. Mesmo depois de ter passado mal, desmaiado, se babado todo com a água, o cara ainda conseguiu puxar a liderança pra si na prova de imunidade, e trouxe a segunda vitória consecutiva à sua tribo. Gostei muito de ver ele falando como quis entrar no jogo tentando ser diplomático… democrático… mas que no final das contas, ele tem que ser o que ele sempre foi – e o que eu ainda não conheço muito bem – um ditador ali dentro. Um Robfather.
A edição da promo no episódio passado ainda foi traiçoeira com ele, mostrando como se ele tivesse morrendo no acampamento. Mas como era de esperar, na verdade o problema parecia bem pior do que realmente foi. Aliás, o que eu achei estranho foi o Rob pedindo pra Jerri buscar ajuda e ela correndo mata a dentro. E aquela equipe de filmagem ali do lado? Mesmo com o cara todo mal, eles tem que continuar agindo como se fossem robôs? Vai entender… Vai entender também a cabeça de Russell. Seria patética, se não fosse hilária (na verdade, pode ser os dois) a tentativa do cara de se mostrar melhor do que o Rob e chegar no acampamento todo felizão com uma galinha na mão. Sério, ele parecia criança carregando o bicho, foi muito engraçado.
Só não foi mais engraçado do que o desfecho final do episódio. James, cruel e genial ao mesmo tempo, massacrando a Steph mesmo depois de morta. ‘Keep your mouth shut’ entra pra minha galeria de quotes inesquecíveis de Survivor. Esse episódio não teve um ritmo tão alucinante como a premiere, mas ainda sim foi excelente. Excelente. E espero que semana que vem tenha mais, porque se depender da promo, o 20×03 irá mostrar a ira do negão ainda maior. E só depois de escrever essa última frase eu percebi como ela soa estranha.Tentem não pensar em maldade, e até breve.
P.S.: JT tá jogando bem, hein? Conseguindo se aliar com todos os lados, e mesmo que o Tom tenha percebido isso, ele ainda não o considera como uma ameaça. Vou ficar feliz se o caipira conseguir chegar longe.
