Por pior que uma temporada de Survivor seja (e Nicaragua até que não tá se saindo TÃO mal assim), a reta final sempre é boa. Os riscos tão mais altos do que nunca. O milhão já tá ali do lado. O Jury precisa ser jogado com cuidado. E o melhor — é o momento em que as alianças que carregavam todo aquele papinho de confiança e lealdade desmoronam. Eu odiei mais do que gostei da Jane durante essa temporada — e a maior parte desse episódio me deu ainda mais motivo pra aumentar essa antipatia —, mas o fogo que ela jogou no Tribal Council foi espetacular, e mesmo que não tenha adiantado de nada pra ela, com certeza vai influenciar muito na decisão que cada um vai tomar na season finale de domingo — sejam os 5 restantes, sejam os 9 que vão escolher o vencedor.
É óbvio que aquela raivinha dela em relação a Chase, Holly e Sash foi exagerada, até porque ninguém é ingênuo a ponto de chegar ali acreditando que suas alianças vão ser 100% fieis. Mas sabendo que ia embora, Jane foi fodíssima ao fazer de tudo o possível pra evitar que qualquer um dos três saia dali como Sole Survivor. Eu acho que ninguém do Jury tinha uma antipatia muito grande com eles, mas a Jane é uma influência forte, e com ela na Ponderosa martelando por três dias na cabeça de cada um o quanto odeia essa galera, é bem capaz de influenciar pra caramba a decisão final (mesmo se o efeito for inverso: Jane irritar tanto a ponto do Jury querer dar o prêmio pra Chase ou Holly ou Sash).
Pra minha alegria, quem se deu bem no meio disso tudo foi o Fabio. Meu maior momento de tensão na temporada torcendo pra alguém foi nessa prova de imunidade que ele ganhou (Mentira, foi o segundo maior. O primeiro foi torcendo pra Alina não ser eliminada). Pior que eu nem tenho muitos motivos pra torcer tanto assim — além do fato de ele ser de longe o cara mais carismático dessa edição. Acho que o maior motivo é antipatia pelo resto mesmo. Porque há tempos ele vem falando nas entrevistas como é menos ingênuo do que parece, que ele é inteligente e blá blá blá, só que até agora o jogo dele continua o mesmo, e quando ele precisa jogar de verdade, nunca sai nada muito interessante — pelo contrário, ele tá no jogo por sorte e pela força física. Semana passada mesmo, ele só não foi embora porque de alguma forma consideraram o Benry uma ameaça maior. A cara de bobão funciona mais ou menos como o joelho do Dan. Faz com que ele seja subestimado, mas até agora não se provou de muita importância estratégica pro jogo.
Acho que quem mais merece vencer agora — por mais que eu não vá com a cara dele — é o Sash. Ele tem uma pose MUITO arrogante, e até pouco depois da metade da temporada ele me irritava muito com a aliança com a Brenda. Mas depois que NaOnka e Kelly desistiram, ele entrou num buraco complicado, e o jeito como ele saiu de lá e conseguiu sentar numa posição de luxo foi bem legal de acompanhar. Ele sabe jogar bem porque sabe dizer o que cada um quer ouvir. Pode ter feito merda com a Jane essa semana, mas em relação ao resto — tanto no acampamento, quanto no Jury — não existe ninguém que morra de ódio por ele. De certa forma, ele é o que o Russell não soube ser. O estilo do Russell é bem mais agressivo, mas o resultado disso tá nas finais das duas últimas temporadas: o Jury vota com rancor. Sash é mais sutil, e por isso que o Jury dessa vez me passa a impressão de que vai votar muito mais com a cabeça do que com o coração. Se Jane não influenciar muito a galera na Ponderosa, acho que o Sash tem boas chances de ganhar.
Mas parando um pouco com as suposições, bora voltar pro episódio em si — que teve uma das coisas que eu mais odeio admitir que gosto: os momentos com a família. Eles são bregas demais. MAS SÃO EMOCIONANTES. Sério. Às vezes todo aquele fogo do acampamento parece meio forçado, mas quando cada participante vê o pai ou a mãe ou o filho ou o marido ou qualquer um, o que sai dos olhos deles é real. Não é igual a Jane chorando porque mataram uma galinha. Ali é sentimento de verdade, e mesmo com a propaganda escrota da Sprint sendo jogada na nossa cara o tempo inteiro, eu acabo me emocionando junto. Sem contar que foi por causa dos familiares que as estratégias do episódio se desenrolaram. De uma forma ou de outra, acho que Jane já seria eliminada nesse episódio, então Chase provavelmente jogou mal deixando ela de fora da recompensa. Ele podia ter levado Sash junto com ela. Holly sabe jogar e não seria dramática por não ser escolhida. E Fabio continuaria chorando e odiando o Chase, mas como os dois já não se batem de qualquer jeito, não seria exatamente um voto perdido no Jury nem nada.
E antes de fechar: não tem como não amar os empurrões do Jeff no Tribal Council. É nessa hora que dá pra perceber como ele é o responsável por manter Survivor tão regular durante esses quase 11 anos. Mesmo quando uma temporada não tá muito bem das pernas, ele sabe apertar onde dói, onde vai gerar pelo menos algum mini-barraco, alguma tensão. A imitação da mãe dele foi perfeita — e bem em cima da hora, colocou em jogo a possível twist do Fabio, Dan e Jane formando uma aliança. Claro que não funcionou, 99,999123% dos Tribal Councils são decididos ANTES do Tribal Council, mas a galera da edição precisa deixar a coisa empolgante. Como nas cenas do acampamento a única opção de voto era a Jane, essa tarefa ficou com o Jeff — e ele a cumpriu bem pra caramba. Tudo bem que Dan e Fabio não arriscariam um empate (porque aí eles mesmos acabariam tendo chance de ser eliminados), mas é impossível negar que foi mó divertido ver pelo menos a ideia surgir.
Tô torcendo muito pra que a final de domingo também consiga me agradar assim.
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P.S.: Jane lembrando da Holly maluca roubando o sapato do Dan = Ponto pra Jane.
P.S. 2: Jane apagando a fogueira = Mais um ponto pra Jane.
P.S. 3: Fabio rindo da Jane apagando a fogueira = Ponto pra mim, que ria ainda mais do que ele.
