Se a gente resolve ser literal e para pra pensar no que o nome dessa temporada de Survivor significa, Redemption Island meio que se transforma num termo ingênuo pra caramba. Quem tá lá não quer se redimir. Quer se vingar. Tem que ter a cabeça muito no mundo das nuvens pra achar que sua tribo antiga vai te receber de braços abertos, pronta pra formar uma nova aliança feliz e alegre e saudável e saltitante e… Argh. Ilha da Redenção é um termo meio ilusório, mas Matt, com ajuda de sua Bíblia rosa, conseguiu a façanha de torná-lo perfeito pro que foi essa primeira fase da temporada. Não que ele tenha se redimido de alguma coisa…
Mas bem que tentou.
Eu nem tenho nada contra o Matt, de verdade. Toda semana saía uma entrevista com o eliminado da semana no HitFix, e todo mundo enchia a boca pra falar que ele era o cara mais gente boa do mundo. E eu não duvido nada que seja verdade. O problema é que ele mandou pra casa tanta gente com potencial. Não é exatamente culpa dele que Francesca, Kristina, Krista e Stephanie (Ahn? Russell? Quem?) tenham sido eliminadas, mas é como se as tribos fossem o colarinho branco — tão organizados que têm até todo um esquema de conselho tribal, votação… Galera de respeito. Matt ficou com o cargo de carrasco. MAS ELE É UM CARRASCO BONZINHO. E bonzinho em Survivor muitas vezes é acompanhado de um cara fiel. O boring. Ou seja, junta todas essas características e pronto: não tinha como a segunda eliminação do sósia do Jax não ser absurdamente deliciosa de se assistir.
O que me pegou de surpresa foi que a Redemption Island não acabou. Era meio óbvio que o título da temporada não fosse embora já na metade do programa, mas por motivos bizarros e obscuros, isso nunca chegou a passar pela minha cabeça. Vai ver porque a partir de agora talvez ela acaba sendo um pouco injusta. É bem mais fácil viver sozinho e isolado competindo de vez em quando do que escapar da eliminação a cada 3 dias na pós-merge. Se Matt conseguir de novo uma sequência ridícula de vitórias (o que eu duvido) e voltar direto na final (Quando será que a pessoa volta? Final 4? Final 5?), o jogo social vai acabar perdendo muito impacto na decisão final do programa.
Ou não?
Quanto mais eu penso sobre o que pode acontecer na Redemption Island nessa segunda parte da temporada, menos previsíveis se tornam as opções. Porque Matt pode ser o cara bonzinho com pinta de underdog — isca perfeita pro Final TC –, mas ao mesmo tempo ele (ou qualquer outro participante que for pra RI), vai ser o que eu falei ali em cima: o responsável por puxar a cordinha da guilhotina. Quem odiar mais? Quem merece mais o milhão? Os que te colocaram pra fora no acampamento ou os que acabaram de vez com a tua chance de voltar pro jogo na Redemption Island?
Não sei, não sei e não sei. Não sei de nada. E são nessas horas que eu mais amo Survivor.
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P.S.: A temporada começou MUITO legal, mas nos últimos episódios (sem contar o dessa quarta), a coisa caiu de qualidade por três motivos: um que eu já falei antes — eliminação de participantes cheios de potencial. Outro é que foi meio repetitivo. Eu amo o Rob, ele é fácil a minha maior torcida da temporada, mas quantas vezes a gente precisava ver ele pagando de fodão, encontrando e escondendo as dicas pro HII? (Aliás, cadê a dica pro HII do novo acampamento? Será que só vai ter agora que o Ralph desperdiçou o dele?). Terceiro e último motivo: Zapatera é um saco. UM. SACO. Quem tá se salvando é o David, que paga de inteligente, mas eu amaria assistir sendo eliminado pelo Rob. Ou até pelo Phillip.
P.S. 2: Por sinal, torço de verdade pro Phillip.
P.S. 3: Jeff tá fazendo live-tweet toda semana dos episódios. Não recomendo seguir por causa dos spoilers, mas tem alguns detalhes legais sobre a produção que vale a pena dar uma lida depois. Tanto no Twitter, quanto no recente site oficial dele.
P.S. 4: Texto bem curtinho só pra não deixar passar o episódio sensacional dessa quarta. Não sei se já consigo voltar com as reviews semanais igual nas últimas temporadas, mas se os próximos episódios deslancharem desse jeito e se vocês curtirem esses comentários mais breves, tô de volta! 🙂
