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Switched at Birth – 1×09 Paradise Lost

Por: em 3 de agosto de 2011

Switched at Birth – 1×09 Paradise Lost

Por: em

Substituir alguém nunca é uma tarefa fácil, principalmente quando o substituto tem características tão diferentes do substituído. Digo isso porque essa semana a review de Switched at Birth não seguirá exatamente a mesma linha das anteriores e, antes que alguém pense que o Tobias tem dupla personalidade, é melhor avisar que quem está escrevendo essa review em seu lugar sou eu, Cristal. E como, em mais de dois anos de blog, eu nunca tinha escrito sobre uma série tão light quando SaB, nada melhor do que um heads up aos leitores. Mas, não se desesperem, semana que vem o reviewer oficial está de volta.

Mas vamos ao episódio, afinal é pra isso que estamos aqui! Depois de duas semanas de revelações era de se esperar que a série desse uma acalmada antes do décimo e derradeiro episódio antes do break*. E, de certa forma, até deu, mas os últimos cinco minutos de Paradise Lost foram, talvez, os mais sensíveis de toda a série e é impossível não começar falando deles. Quando a gente começa a achar que ninguém vai perdoar Regina tão cedo, vem Bay e lhe oferece o primeiro sinal de reconciliação. E, olha, eu até concordo com o Tobias que Vanessa Marano começou a série completamente inexpressiva mas, de lá pra cá, ela deve ter assistido muitos episódios de Gilmore Girls e se inspirado na atuação da sua antiga madrasta, Lauren Graham, já que  agora sua melhora é visível. Bay já consegue até mesmo encher os olhos d’água! E, pouco a pouco, vem claramente se sobrepujando a Daphne (Katie Leclerc) que, embora continue tão protagonista quanto Bay, já não é mais aquela personagem apaixonante do começo da temporada.  Confesso, sou #teamBay.

Não que tenhamos chegado a um ponto em que será preciso escolher… Ou será que chegamos? Com a descoberta, nossa e da própria Daphne, de que seu amigo amigo de infância é a sua pessoa (Grey’s feelings?), a filha biológica dos Kennish tem tudo pra se declarar a Emmet e, muito teoricamente, ser feliz para sempre. Aliás, cabe aqui um inevitável parênteses… O que será que tem o Emmet? Que ele é um fofo a gente já sabe mas repararam como, até agora, ele foi o único adolescente do sexo masculino a durar nessa série? Fora Toby, claro. Bay e Daphne namoraram Liam até que ele simplesmente desaparecesse. Ty era mais um melhor amigo de Daphne e também desapareceu (não sem antes ficar íntimo de Bay, claro). E, por último, Wilke, que ainda não teve nada com Bay mas, como andou se atracando com Daphne, não deve demorar. Isso, claro, se ele não sumir de vez antes. E como o personagem já não deu as caras nesse episódio, pode ser que jamais retorne.  Enquanto isso, Emmet continua correndo pela dianteira, encantando Bay e Daphne com os seus super presentes e armando uma bomba que, provavelmente, explodirá na semana que vem. E aí sim, eu digo, sou #teamBay desde pequenininha! Onde já se viu, Dona Daphne, o cara está do seu lado desde sempre e, no primeiro momento em que ele arranja um novo interesse, você descobre que o ama? Tsc, tsc.

Mas antes de brigarem por namorado, as duas ainda vão ter que aprender a conviver com as mesmas mães, o que não tem se mostrado exatamente simples, e o pesadelo de Daphne no começo do episódio deixa isso claro. E o mais interessante do pesadelo é que até a sua surdez ela tem medo de ver “roubada” por Bay. E é sempre interessante ver a surdez em primeiro plano na série. Particularmente, esse foi um dos motivos que mais me atraíram para Switched at Birth, ter uma protagonista surda é algo bastante incomum e me intrigou saber como os roteiristas lidariam com o plot. Até agora, melhor impossível. Já vimos o preconceito de “ouvintes” (é esse o termo correto?) com surdos e agora temos uma amostra clara do preconceito de surdos com ouvintes. Ou alguém duvida que a implicância de Melody (Marlee Matlin) com Bay é unica e exclusivamente resultado da garota não ser surda como ela e seu filho? Aliás, interessante comentar que tanto Marlee (mais conhecida pela série The L Word e pelo documentário Quem Somos Nós?) quanto Sean Berdy, o Emmet, são surdos na vida real, e descobrir isso me deixou realmente surpresa. Preconceito meu? Provavelmente. No fim das contas, fiquei feliz em saber que a ABC Family optou por escalar atores realmente surdos ao invés de simplesmente emudecer aqueles que poderiam ter qualquer papel.

Melody está errada? Na minha cabeça, com certeza sim. Surdos e ouvintes terão a mesma dificuldade de relacionamento que um brancos e negros, um magros e gordos, nerds e patricinhas. Ok, não dá pra comparar estilo de vida com surdez, mas realmente acredito que o comportamento da mãe de Emmet é preconceito puro. Mas como eu estou aqui na minha redoma de ouvinte, sem nunca ter me relacionado com nenhum surdo, recomendo a leitura desse texto, escrito por alguém que já passou por essa situação.  Tanto o texto quanto os comentários dos leitores são extremamente interessantes – e ricos. Mas é da série que estávamos falando e tem como não achar fofo ver Emmet querendo fazer terapia da fala para que Bay o compreenda melhor? Não acho que isso seja, de forma alguma sua obrigação. Mas se Bay se propõe a aprender a falar em libras (a linguagem dos sinais), porque ele não pode também tentar se comunicar melhor com ela? Fica cada vez mais difícil saber pra que lado Emmet vai tender quando Daphne se declarar pra ele. Isso, claro, imaginando que ela se declare.

Por hora, ficamos com a declaração de amor de Regina por suas duas filhas. A personagem pode ter o jeito mais torto do mundo de demonstrar amor, mas alguém duvida que ela fez o que fez por medo de perder Daphne? E imagina o quanto ela não deve ter se corroído durante treze anos afastada da sua filha biológica. Ela estava completamente errada? Com certeza, mas é difícil não ter pena dela e tanto Bay quanto Daphne e, até mesmo, Kathryn parecem ter compreendido isso. Não dá pra bater em bicho acuado e acredito que, num futuro próximo, os Kennish vão acabar se desentendendo por isso.

Falta só um episódio pra um longo e tenebroso inverno de intervalo e muita coisa pra acontecer. Já viu a promo do 1×10?

*Embora Switched at Birth tenha começado como uma série de summer season, a essa altura é difícil continuar chamando-a assim. SaB fez um sucesso inesperado até mesmo para o seu próprio canal de origem, a ABC Family, e, consequentemente, o vindouro 10º episódio, The Homecoming, que seria a primeira season finale, foi transformado em summer finale (expressão usada pelos canais norte-americanos pra designarem o último episódio do verão, antes de um intervalo de meses sem inéditos). A série volta com doze vinte e dois episódios inéditos na próxima midseason, que acontece em janeiro de 2012. Ao todo, serão 22 32 episódios nessa primeira temporada! Pessoalmente, acredito que há chances de SaB migrar para a fall season 2012/2013 do canal, por isso a pressa para concluir uma temporada completa.


Cristal Bittencourt

Soteropolitana, blogueira, social media, advogada, apaixonada por séries, cinéfila, geek, nerd e feminista com muito orgulho. Fundadora do Apaixonados por Séries.

Salvador / BA

Série Favorita: Anos Incríveis

Não assiste de jeito nenhum: Procedurais

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