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The Americans – 1×02 The Clock

Por: em 9 de fevereiro de 2013

The Americans – 1×02 The Clock

Por: em

Uma das maiores reclamações que li sobre The Americans na semana passada foi a duração do piloto. Foi longo e poderia ter sido reduzido, passado a mesma mensagem com a duração normal de um episódio. Eu achei longo, mas não tanto que prejudicasse o episódio. Para quem achou que prejudicou a história, a concentração na trama, esse episódio teve a duração normal da tv a cabo. Mais de 40 minutos, menos de 50. Uma outra boa coisa foi que agora The Americans tem uma bela abertura.

Uma coisa que me preocupa um pouco é se cada episódio sempre começará com uma cena de sexo deles com outra pessoa. Parece querer forçar uma situação constrangedora, chocar logo no início, mais do que mostrar a história, o motivo daquilo. Claro que nesse episódio foi mostrado depois, mas se seguir sempre assim pode ficar forçado. E se o objetivo era constranger, a cena que proporcionou isso com mais facilidade foi o casal revelando as fotos da Annalise (Gillian Alexy).

Elizabeth parece distante a isso, ela não enxerga como traição de um casal. Eles são casados para uma missão, para servir a URSS, e dormir com outros é parte do trabalho deles, é a forma que encontram de obter informações sigilosas. Mas para Phillip já tínhamos visto que não é, ele sofre com estas missões, tanto as da esposa (aquela cena dele escutando ela fazendo sexo com outro no piloto foi dolorida), quanto as dele, ele se sente envergonhado. A conversa durante a revelação foi constrangedora para ele. E Elizabeth não percebe isso ainda, não é?

Mas se entre os dois o amor é uma fachada (pelo menos até agora), a conexão com a família não é. Os dois sofrem muito pelos filhos, e mesmo Elizabeth que é mais distante e mais comprometida com o seu trabalho sofre ao ver as mudanças dos filhos, ao pensar em deixa-los ou como será a vida deles se eles forem pegos. No início ela estava um pouco mais resistente a esse sentimento, mas parece que está mudando, a conclusão que ela chegou no final do episódio mostra isso. Acho que estes primeiros episódios servirão mais para mostrar essa mudança, para podermos sofrer com eles. Porque é certo que a família Jennings vai sofrer na série.

Agora acho que Elizabeth tem muito medo, muito mais medo de perder a família do que tudo, por isso tenta ser fria e distante. Aquele velho chavão de série, ficar distante para não sofrer. No caso dela não é mais possível. Quando estava na cama com o Phillip e falando sobre os filhos vi isso, ela vê na filha a fragilidade e a inocência que talvez ela tinha antes de entrar pro treinamento de espiã.

As vezes o casal é tão distante um do outro, outras vezes fazem coisas tão carinhosas, se preocupam tanto. Mas a maior parte dos gestos carinhosos ainda partem do Phillip. O jantar com o caviar chique foi uma cena interessante, um gesto bonito para eles que não podiam comer isso enquanto ainda estavam na Rússia, por ser muito caro. Achei que o Stan levando aquele caviar pra eles foi mais um teste. Ele ainda não se convenceu completamente da inocência dos vizinhos. E olha, concordo com ele, o Phillip sempre age estranho quando está na presença do agente, ele vai acabar se entregando.

O FBI – ou o agente Stan – ter conseguido uma informante dentro da embaixada soviética/sede da KGB vai colocar fogo na trama. Tudo que fizerem vai ficar mais perigoso para o casal. Para todos eles na verdade. Acho que nas próximas missões vão escapar sempre por pouco, vai ter muito adrenalina em cada episódio. Vai ficar cada vez mais interessante, não acham? Uma boa série de espiões precisa de mais riscos. Ainda bem que eles não frequentam a embaixada, esse ainda não é o perigo pra eles.

Essa missão deles não apresentou tanto risco assim aos dois. Foi sofrido para a família, não era alguém que eles precisavam destruir, eles nem conheciam a moça e até certo ponto simpatizavam com o sofrimento deles. O maior perigo era ela falar para alguém – como contou para o irmão – sobre os dois, se ela contasse para os chefes poderia ter sido pior. Eles tem uma conexão com o governo, a abordagem teria sido bem diferente, o FBI em peso teria ido encontrar quem era aquelas pessoas.

E apesar de se disfarçarem para fazer os trabalhos, Elizabeth e Phillip não mudam tanto assim, seria fácil para alguém reconhecê-los caso sejam denunciados por alguém. E tem gente que até ameaça. A amante mesmo é uma que está instável. Quer aventuras, sei-lá. Acho que ela é capaz de denunciar o “Scott”. E ele vai ter coragem de matar a amante dele? Ela parece um risco, uma bomba perto de explodir. Mas ele se preocupa com ela.

Mas uma coisa que fiquei pensando durante todo o episódio era como deveria ser fazer um trabalho desses. Imagina o que é fazer algo arriscado, por sua família em risco, sua vida, por algo que você nem tem certeza do que é? Alguém te pediu para fazer algo, então deve ser importante. Claro que nosso tempo e nossa cultura é diferente, mas eu gosto de saber o porquê de tudo que alguém me pede para fazer. O “só faça” não funciona para mim. Imagina sua vida inteira depender de coisas assim?

 

PS.1: Comovente Elizabeth furando a orelha da filha, depois de perder o momento do “meu primeiro sutiã”. Mas ela furou o dedo aquela hora também.

PS.2: E códigos por telefone? A ambientação nos anos 80 é tão boa que na hora nem me toquei que não tinha celular, achei o código de toques tão natural!

PS.3: Acho os disfarces do Phillip melhores que os da Elizabeth!


Camila

Mineira, designer, professora que gosta tanto de séries que as utiliza como material didático.

Belo Horizonte/MG

Série Favorita: Fringe

Não assiste de jeito nenhum: Supernatural

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