Em seu segundo episódio, The Big C manteve o ritmo, proporcionando algumas ótimas cenas cômicas com excelentes atuações.
Cathy continua escondendo o câncer de todos. Agindo assim ela acaba se passando por grosseira ou egoísta, o que só piora sua situação perante família e amigos. Atos como não deixar Adam ir para o acampamento de futebol e sair da terapia sem falar nada, acabam fazendo com que Cathy seja rude, mas nós, que vemos por fora, sabemos que não é a intenção. E realmente seria diferente se ela contasse a verdade, visto que alguns comportamentos em relação a ela seriam realizados por pena, e aí sim Cathy ficaria mal.
Mas falando dessas situações, preciso comentar o enorme alívio cômico que Oliver Platt representa na série. Ele é ótimo em todas as cenas, e não tem como não rir em voz alta com suas interpretações erradas da palavra “grass”. O interessante é notar que mesmo Cathy apontando o que está errado, como deixar as portas do armário abertas, Paul continua cometendo os mesmos erros. Ele não tenta mudar, porque desconhece o que motiva Cathy a desejar tais mudanças. O mesmo erro acontece com Adam. Se ele soubesse a verdade, nunca mais deixaria roupa jogada no quarto e iria querer passar todo o tempo possível com a mãe. Quanto a esse plot, nem preciso comentar que a melhor cena do episódio foi a perseguição de Cathy e Andrea ao ônibus de Adam, com direito a tiros de paintball e tudo mais. A conversa de mãe e filho tornou-se mais verdadeira e a atuação de Laura Linney, apenas escrevendo em um simples calendário, consegue ser emotiva o suficiente.
Se Gabourey Sidibe não foi tudo aquilo no piloto, agora ela conseguiu sair-se bem. Andrea é uma personagem divertida de ver em cena e todos os diálogos com Cathy foram bem escritos. A relação de mãe e filha começa a brotar, já que, se Cathy não pode reverter o estrago em sua vida, tentará com Andrea. A cena da aluna tomando as dores da professora e subindo no ônibus para atirar em Adam e mandá-lo descer foi mais do que incrível, e pelo que andei lendo, Andrea e Adam terão um ótimo relacionamento.
Sean é outro personagem divertido. Enquanto ele contava os desejos sexuais para com a irmã, eu já estava pensando “ele é realmente perturbado”, mas tudo não passou de outra piada de humor negro para deixar Cathy desconfortável. Adoro a química de Linney e John Benjamin Hickey, e tenho certeza que muita coisa boa sairá daí. Também estou ansioso para ver a reação do irmão quando souber do câncer de Cathy.
Com a vizinha Marlene as coisas continuaram ótimas. O fato de Marlene e Cathy não se transformarem em melhores amigas rapidamente foi muito bem colocado. Elas se entendem melhor, mas se cutucam e brigam e mais uma vez me diverti muito com a cena de Cathy entrar na casa de Marlene e tentar “tirar a poeira” da vizinha. Dr. Todd continua sendo outro coadjuvante interessante, e o possível romance dos dois não parece tão distante assim, afinal, foi ele quem elevou a auto estima da paciente dizendo que ela possui uma ótima “bagagem”.
Pudemos ver uma das lesões de Cathy em suas costas através de sua redescoberta pelo próprio corpo. The Big C deve apresentar diversos aspectos da busca da personagem pelo tempo perdido em seus possíveis 18 meses de vida. O que posso dizer até agora é que está muito divertido acompanhar Cathy e sua vida, e mal posso esperar para que os outros saibam da verdade.
