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The Big C – 1×10 Divine Intervention

Por: em 30 de outubro de 2010

The Big C – 1×10 Divine Intervention

Por: em

Citando Cathy após ter levado um tapa de Marlene: UAU!!

Que episódio foi esse? Emocionante ao extremo The Big C conseguiu mais uma vez prender o telespectador na cadeira. E dessa vez o final foi mais que surpreendente. Desde o começo a série propõem a trama de renovação. O interessante é notar que não é só Cathy que precisa buscar um do-over. Está claro, e mais do que bem explicado na frase da fantástica Marlene: Just because you have cancer doesn’t give you the right to be a destructive bitch”. Cathy tomou a decisão dela quando soube da doença. Resolveu esconder de todos e começou a agir de forma estranha. E com suas vontades e necessidades, foi se tornando uma pessoa egoísta que gostaria de ser compreendida, mas não havia como entender as ações de Cathy sem entender os motivos. Acontece que Marlene falou a verdade. Ter câncer não lhe dá o direito de destruir a vida dos outros. Não cabe a você decidir como as pessoas devem agir quanto a algo que elas desconhecem. Cathy traiu o marido, foi egoísta inúmeras vezes, grossa e estúpida. Agora só colhe o que plantou.

Espero que a série mostre que os personagens que vão descobrindo a doença não tenham pena de Cathy e achem que o que ela fez até agora pode ser desconsiderado. Mas Paul deve ser um dos que vai tentar entender e quem sabe perdoar Cathy pela traição e todas as outras coisas estranhas que ela fez. O que é errado, mas o amor sempre fala mais alto. Oliver Platt serviu novamente como apelo cômico do episódio com o caso de Tina e se perguntando sobre sacolas para servir como camisinha. O final foi espantoso. Caso Cathy não estivesse pronta para contar ela realmente iria gritar com Paul, assim como fez quando ele contou que recebeu uma masturbação. Mas dessa vez ela realmente quer fazer as coisas direito, da forma certa, e para tanto, precisou contar a verdade. Foram só três palavras, mas a tensão que isso trouxe para o cliffhanger foi demais. E só com essas três palavras, a vida de Paul irá mais para o fundo do poço. “I have cancer” trará mais agonia na vida dele e estou louco para ver como será sua reação.

Como eu disse, não é só Cathy que tenta reparar os erros. A ótima Cynthia Nixon retornou como Rebecca e está disposta a ser a melhor amiga de Cathy novamente. Adoro a química de Nixon e Laura Linney, que já foi bem representada no aniversário de Cathy. Rebecca nunca foi amada, suas ações para com a amiga se dão por conta disso. Novamente, a gente colhe o que planta e não é por entender o lado de Rebecca que suas má ações devem ser desconsideradas. Mas todo mundo merece uma segunda chance, assim como Cathy irá tentar fazer o certo dessa vez, Rebecca também irá. É engraçada a ironia de Rebecca comentar sobre o ciúmes que sentiu quando Cathy casou e só falava de Paul e da vida no subúrbio enquanto Cathy admite hoje em dia que seus anos com o marido foram os piores de sua vida. Só achei chato o relacionamento de Rebecca com Sean. Ele está se tornando um personagem sem graça e nem suas piadas para a turma de Cathy foram engraçadas. Espero mesmo que os roteiristas dêem um jeito de encaixar uma trama de verdade para o personagem.

O outro plot do episódio foi mais fantástico ainda. Conhecer a vida de Andrea foi sensacional. Ela tem uma família ótima (adorei muito os pais dela) e pelo que vimos realmente idolatra a professora Cathy. Todas as cenas na igreja foram de um timing perfeito. Tivemos as cenas cômicas com a brilhante interpretação de Laura Linney tentando puxar conversa sobre o chapéu que as mulheres negras usam na igreja. E para falar a verdade, sempre tive mó vontade de ir nessas igrejas, conhecer essas pessoas que parecem bem especiais e cantar um monte. É a fé em forma de divertimento, e isso é sempre muito válido. O desabafo de Cathy foi outra cena merecedora de Emmy para Linney. Explicou bem todos os acontecimentos de sua vida desde o descobrimento do câncer e o que fez de errado. Fiquei muito feliz que a paixonite adolescente de Andrea por Lenny tenha acabado e e que ela e Cathy possam voltar a serem boas amigas. Dá para entender a fixação de Cathy em Andrea. Ela quer ajudar a aluna e vê isso como um projeto de vida, uma fuga para esquecer do câncer e se concentrar em algo positivo e que lhe faça feliz. E a partir disso floresceu uma grande amizade. Hoje Cathy precisa de Andrea.

As outras partes do episódio também foram boas. Marlene como sempre fantástica. Gostaria muito de encontrar a atriz Phyllis Somerville e lhe dar um gigantesco abraço. A série explorou o tema de religião muito bem. Mostrando diversos lados do assunto. E tanto a igreja de Andrea quanto as crenças de Marlene deram esperança para Cathy. Foi lindo ver Marlene comentando que reza todos os dias para que sua morte não seja dolorosa e que encontre o marido no céu. E é claro que ela reza por Cathy também. Dou meus parabéns aos roteiristas com o que transformaram Marlene. De uma senhora chata e rabugenta fizeram dela o ponto de equilíbrio e razão da história, uma mentora para Cathy: “I think God gives us problems so we can learn to deal with them, not so he can fix them.” É exatamente isso e resume bem o que comentei acima sobre a nova ideia de Cathy…de tentar novamente.

Fora isso vimos Cathy começando a demonstrar que aprendeu o que vimos no episódio quando disse para Adam resolver a briga com Andrea porque a vida é curta demais. E é bom ver que os dois voltaram a ser amigos, mesmo que para isso Adam tenha precisado lamber o armário de Andrea. Espero mesmo que todos os personagens comecem a agir como se aprendessem com seus erros.

Quanto ao grande spoiler da temporada tenho algumas considerações e se você não quer saber, pule essa parte. Após termos visto a vida de Andrea e percebermos que ela tem uma ótima família e bons amigos, fica difícil achar que arrumem problemas o suficiente para que seja ela a personagem que se suicida até o fim da temporada. Portanto meu palpite continua firme em Paul, cuja vida só piora e agora sabendo do câncer de Cathy deve descer mais ainda no próprio poço.


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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