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The Big C – 1×12 Everything That Rises Must Converge

Por: em 10 de novembro de 2010

The Big C – 1×12 Everything That Rises Must Converge

Por: em

Ainda estou meio chocado. Não que tenha sido um episódio perfeito, mas um acontecimento em especial levou às lágrimas todos os fãs de The Big C.

Toda a viagem ao Canadá foi ótima. Pudemos rir e nos emocionar e criar expectativas quanto ao tratamento de Cathy que ira repercutir na season finale, afinal, não iriam criar toda essa história das abelhas para nada. Confesso que mesmo pequena, a participação de Liam Neeson foi ótima. Um cara excêntrico, o contraste perfeito do Dr. Todd. Doeu em mim a única picada que vimos em Cathy, e pensar que ela levou mais vinte e duas. Como já comentei na review anterior, acho extremamente necessário uma série que fala desse tema mostrar os diferentes aspectos de um tratamento, seja da medicina convencional, seja a alternativa.

Espero mesmo que o tratamento das abelhas, caso não funcione totalmente, dê um pouco mais tempo de vida para Cathy, afinal depois de tudo o que passou, ela precisa de boas notícias. Como já disse, os acontecimentos no Canadá foram bem divertidos com Liam Neeson em um papel diferente do que estamos acostumados ao vê-lo no cinema. Quanto a trama com o Dr. Todd, só posso dizer que achei o momento errado para um beijo entre os dois. Claro, ele pode até gostar de Cathy, mas está confundindo todos os seus sentimentos. Foi abandonado pela noiva, está carente e sua primeira paciente pode morrer daqui a alguns meses e ele não quer que isso aconteça. Confundir tudo isso é fácil e sair um “eu realmente gosto de você” sincero dessa mistura pode ser errado. O bom é que temos Cathy, e por mais doloroso que seja “you have to pick the girl who lives”.

As outras partes do episódio também foram realmente interessantes. Laura Linney consegue transformar uma simples mensagem no celular em uma cena maravilhosa. Começá-la com tom cômico para terminar com lágrimas nos olhos. A ligação para Mia foi muito legal, e como eu disse, no na hora que Cathy pegou o telefone eu pensei “não acredito que ela fará isso”…mas dai você termina a cena querendo dar um enorme abraço da mamãe Jamison, porque tudo isso ali serviu para deixar Adam em boas mãos quando ela não estiver mais por perto. Por falar nele, eu sempre fui fã do personagem, mas nesse em especial eu realmente amei. Adam e Mia formam um casal bem simpático e até Sean serviu para alguma coisa ao dar uns conselhos meio bobos para o sobrinho. Adam se confundindo todo e depois recebendo um beijo de Mia foi uma cena muito simpática em contraste com o que ainda viria no episódio.

Paul sempre foi 8 ou 80 e continua sendo mesmo sabendo da doença da esposa. Ele não tenta equilibrar as coisas. Agora realmente resolveu mudar e está fazendo tudo por ela…lavando roupa, limpando a casa, comprando sofá novo…tudo o que deixava Cathy feliz em fazer. Ele precisa entrar em um equilíbrio, algo que a própria Marlene falou para ele: “No one likes to feel helpless. It’s still her own journey.” E essa é a mais pura verdade. Esse era outro medo de Cathy ao contar sobre a doença para seus familiares…de sentir-se impotente e Paul está fazendo com que ela se sinta assim. Não é culpa dele, afinal ele só quer o bem da esposa e faz coisas “fofas” como o mural no teto para trazer otimismo quando ela acorda.

Agora vem a parte mais importante. Há algumas semanas o jornalista Michael Ausiello anunciou que um personagem importante iria se suicidar até o final da temporada. Eu só tinha dois nomes em mente. Paul ou Andrea. Então imaginem meu susto ao saber a ousadia da criadora Darlene Hunt ao matar Marlene!! Essa senhora não é só a minha personagem preferida de The Big C, mas sim de inúmeros fãs da série que a viam como um equilíbrio de Cathy. Marlene sabia da doença e não era por isso que deixava de ser ela mesma. Já havia passado por isso com seu marido e conhece o problema. Marlene é forte, ousada, dura quando precisa, mas sabe ser um ombro amigo, assim como foi para com Cathy diversas vezes durante esses 12 episódios. Phyllis Somerville certamente marcou sua participação na série e sinceramente não consigo imaginar tanta alegria no futuro da série sem a fantástica Marlene.

Porém, analisemos o destino da personagem. Ela tem Alzheimer e quem já conviveu com algum portador da doença sabe como as coisas só ficam piores. Agora ela esquece coisas, mas mesmo assim já se torna perigosa. Não posso e nem devo culpar Paul pelo suicídio de Marlene, afinal, ele foi apenas um pai preocupado com o filho. Marlene estava fora de si e poderia sim ter atirado em Adam. Para a série em geral a progressão da doença só inutilizaria a personagem pelo seu motivo de ter sido criada. De que adiantaria termos Marlene, em estágio avançado do Alzheimer (e a doença realmente avança rapidamente) sem reconhecer ninguém, sem poder dar seus pitacos na vida dos outros, sem ser o ponto de equilíbrio de Cathy? Logo ela não poderia mais viver sozinha e teria que ser colocada em algum asilo ou algo do tipo. Para a trama que criaram para a personagem, o suicídio pode ter sido sim um bom final. Dramático? Sim. Dolorosamente triste para alguém que amava essa senhora assim como eu? Sim. Mas necessário para o criaram para ela.

O episódio poderia servir tranquilamente como a season finale, mas ainda temos um episódio pela frente. Sem a amiga para poder contar, acredito que devam aumentar as participações de Cynthia Nixon para que Cathy não perca seu equilíbrio. Mas nada adianta, ninguém vai conseguir substituir Marlene e a fantástica atriz que é Phyllis Somerville. A gente se vê semana que vem com a season finale e as respostas dos acontecimentos desse episódio. Para os fãs da série e da incrível Marlene, sua mensagem final:

“Dear Cathy. I wanted to say thank you for being my friend. People don’t say that often enough. When I first met you, I couldn’t believe what a pain you were. But then I got to know you. You were still a pain, but you got to be like a family to me. So, thanks for that. So, listen. I know you’re sick and all, but you gotta pull your head out of your ass. You have a family that loves you. They want to take care of you…so let them. Adam’s a good kid. Be nice to him. Tell him I’m sorry. And look out for Thomas, ok? He likes you. It was time for me to go. I’m Looney Tunes. You’re not. Don’t screw up what you have left. Go places…buy crap you want. Don’t be afraid. When it’s really your time to go, I’ll be waiting for you. But until then, live your life as hard as you can. That’s it. That’s all I wanted to say.
Love, Marlene.”


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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