Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

The Big C – 1×13 Taking the Plunge (Season Finale)

Por: em 17 de novembro de 2010

The Big C – 1×13 Taking the Plunge (Season Finale)

Por: em

Com um episódio emocionante, The Big C encerra sua primeira temporada de uma forma magnífica e preciso concordar com o que muitos já estão falando: Taking the Plunge funcionaria perfeitamente como series finale.

The Big C é uma série simples. São episódios de meia hora com uma história básica de uma mulher com câncer que precisa se adaptar a ideia de estar morrendo, resolver o que fazer da vida; cuidar da família…enfim, nada de original, porém, a criadora Darlene Hunt, junto com time de diretores, e um elenco de primeira transformou uma trama básica em algo…bem, por falta de palavras que definam melhor: lindo!! Depois de ver o episódio assisti essa rápida entrevista com Darlene Hunt que fala sobre a finale e o que esperarmos da 2ª temporada. Ela diz que a primeira temporada foi sobre aceitação e nem preciso falar como isso é verdade. Vimos 13 episódios de Cathy aprendendo a lidar com a doença, aceitando que pode morrer e aproveitando a vida. Agora, a próxima temporada lidará com a luta de Cathy contra a doença. Ela quer viver e a série explorará os diversos tratamentos e como isso afetará a vida de Cathy.

Foi uma pena ver que o tratamento com as abelhas não deram em nada, mas agora Cathy tentará algo mais agressivo. Interleucina 2 é um tratamento forte que força a produção de linfócitos B, responsáveis pela produção de anticorpos contra as células cancerígenas. Sobre isso, se funcionará ou não, só teremos as respostas ano que vem. Por enquanto falemos porque Taking the Plunge serviria como series finale. Tudo se encaixou perfeitamente bem. A morte de Marlene, deixando a casa para Cathy e posteriormente para Sean. Esse por sua vez até que enfim com uma história produtiva, mudando sua personalidade para o bem maior, ficando com Rebecca. O filho Adam percebendo o quanto sua mãe o ama, aceitando a dor e chorando a possível morte precoce de Cathy. Além disso, o relacionamento dela com Paul que se transformou numa das melhores partes dos últimos episódios. Eles se amam e querem ficar juntos. Assumamos que a alucinação/sonho final de Cathy tenha sido sua morte. Ela enfim podendo pular em sua piscina, algo que queria fazer desde a series premiere, encontrando Marlene no céu como a vizinha prometeu. Ela estaria feliz, apesar de todas as pessoas que deixaria, mas mostraria o lado triste e real de uma doença como o câncer. Não teria sido muito bonito?

Mas enfim, não é o caso e a série já foi renovada para uma segunda temporada. De qualquer forma, a alucinação de Cathy foi linda e fechou com chave de ouro o episódio e a temporada. A ideia era terminar com uma folha caindo na piscina, indicando o início do outono após o verão, mas foi bem mais emocionante ver Cathy pulando e vendo Marlene dançando polca. Toda a resolução da trama de Marlene fechou ou deu margem para várias tramas da série. Suas filhas e a esposa de uma delas foram realmente irritantes. Onde já se viu mandar Thomas para um abrigo ou matar os peixes que Marlene cuidava? Laura Linney deu show na cena em que manda as três embora e assume de vez que a casa é dela. Tanto faz porque Marlene deixou sua moradia para Cathy, mas é uma mistura de lição para as filhas e presente para a amiga. Apesar do funeral ter sido bem legal, (claro, ele foi arrumado por Marlene) quem deveria estar falando lá na frente era Cathy e não duas filhas ingratas. Marlene nunca gostou de tristeza, então fez um funeral com polca e distribuição de raspadinhas da sorte. É bem a cara dela mesmo. Uma despedida a altura!!

É interessante notar que apesar de todo o humor negro famoso do canal e da própria série, eles acabaram mostrando o suicídio de Marlene como algo errado. Não foi um final feliz, foi sim um desespero da vizinha. Como Cathy disse a Paul, não foi bonito e nem justo com quem ficou, gostava e iria cuidar dela quando a doença piorasse. Por isso, apesar de não ter mais Marlene por perto, a morte dela criou muita coisa boa. Cathy percebeu que tem muita gente que irá cuidar dela, mesmo se ela ficar feia devido ao tratamento agressivo. A cena em que ela conta a Paul sua decisão foi muito emocionante. Laura Linney e Oliver Platt com certeza serão indicados ao Emmy e não será nenhuma surpresa. Paul era chato no começo da série, mas agora é um personagem totalmente simpático. O medo de perder a esposa e bravura em manter-se firme e forte, segurando a mão de Cathy enquanto ela entra num túnel que pode não ter fim, é incrível, e Platt interpreta isso com maestria. Sem falar de todas as cenas cômicas do episódio, como os dois vendo o filme. Aliás, alguém sabe que filme era?

Até que enfim deram uma trama boa para Sean. O personagem ficou flutuando de uns tempos para cá, apenas com aparições bobas e sem graça. Adorei saber que Rebecca está grávida e que os dois irão criar (ou estragar) essa criança juntos. Deu mais forças e esperanças para Cathy e deu um jeito perfeito de manter Cynthia Nixon por perto de uma vez por todas. Em poucos episódios Nixon fez um trabalho maravilhoso e espero que a atriz entre para o elenco regular da 2ª temporada, pois Cathy precisa de uma amiga. Gostei muito de ver Sean de banho tomado e aceitando a casa. Não é uma mudança radical e ele não deixará de ser quem é. Não é nada disso. Ele apenas mudará alguns conceitos. O que é bem normal e aceitável agora que terá um filho, ou alguém esperava que ele continuasse igual e criasse uma criança vivendo nas ruas? A responsabilidade bate na porta, mas ele não deixará suas ideologias de lado, tanto que continuou sendo o alívio cômico da série, mas mudando aos poucos como aceitando a casa de Marlene e resolvendo criar o filho com Rebecca.

Falando em filho de alguém, o que aconteceu com Adam? Eu fui um dos únicos que elogiei o personagem desde o início da série, mas se não fosse por sua cena final, diria que ele foi totalmente inútil nesse episódio. Primeiro que eu gostaria de ver a reação instantânea de Adam ao “eu tenho câncer” da mãe, coisa que não vimos. Segundo que ele agiu mais adolescente do que nunca. É claro, foi uma fuga. Foi a escolha dele ficar indiferente a tudo que estava acontecendo. Mas poxa, Marlene se matou após quase atirar no garoto e ele adorava essa senhora apesar de tudo, mas no funeral agiu muito estranho. Em casa, agora com os pais juntos novamente, só queria saber de Mia e de dinheiro. Eu realmente pensei que era uma fuga, mas dai me mostram ele pegando dinheiro escondido enquanto a mãe está com o futuro incerto fazendo um tratamento totalmente agressivo no hospital…tipo, sério? Pareceu que tudo que fizeram Adam amadurecer ao decorrer da temporada voltou ao estágio inicial…se não fosse o que estava por vir…

Quando ele encontrou a chave eu já pensei que a cena iria ser emocionante quando ele visse o carrão que a mãe lhe deixou. Mas dai para minha surpresa ele abre a garagem e o lugar está recheado de presentes, para cada aniversário e data marcante da vida do filho. É um “cala a boca” para quem, como eu, chamou Cathy de egoísta algumas vezes (apesar de algumas ações realmente terem sido egoístas) e um “acorda” para o filho. Adam em prantos percebendo como sua mãe o ama e que ela pode não estar mais por perto logo logo é uma cena praticamente inenarrável…apenas assistam.

The Big C terminou muito bem. E vai ser difícil esperar até Agosto do ano que vem para ver Cathy, Paul, Sean, Adam, Rebecca e todos que aprendemos a amar durante apenas 13 episódios. A todos que acompanharam as reviews, muito obrigado e nos vemos em 2011!!


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

×