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The Big C – 2×02 Musical Chairs

Por: em 9 de julho de 2011

The Big C – 2×02 Musical Chairs

Por: em

The Big C continua jogando verdades na cara de seu público. E então, é permitido sorrir por conseguir um tratamento que pode salvar sua vida, mesmo que alguém tenha morrido para isso acontecer?

A entrada de Alan Alda na trama fez um bem tremendo. Suas cenas como o Dr. Atticus Sherman conseguiram fazer o mesmo que a série: ministrar doses de comédia e algumas gotas de drama difíceis de engolir. Fiquei muito feliz quando Cathy conseguiu o tratamento. É normal a pessoa querer abraçar qualquer oportunidade, pois a tentativa pode salvar sua vida. Visto que Nadine estava bem, por que não tentar? Dr. Sherman deverá ser o anjo da guarda mais firme de Cathy. Claro, todos gostamos do Dr. Todd, mas o Doogie Howser tinha um grande problema: estava gostando de Cathy, isso iria prejudicar seu raciocínio. Do outro lado temos então Dr. Sherman, que apesar de querer o melhor para seus pacientes e não deixá-los perder a esperança, fala a verdade, por mais dura que ela seja. Tanto Cathy pediu, que recebeu.

No começo achei que o médico seria um homem grosso, mas a partir do momento que Alan Alda entrou em cena, tive vontade de abraçar seu personagem. Sendo tirando sarro de Paul ou fazendo suas mágicas, o ator manda bem, e seu personagem só tem a acrescentar. Preciso comentar a cena em que Cathy o procura no hospital. Ver aquelas crianças, sorrindo e felizes pelas mágicas do Dr. Sherman foi lindo. Não dá para dizer que Cathy foi egoísta. Ela não estava pensando com clareza naquele momento. Estava lutando pela vida e abalada pela morte da nova amiga. Não se tocou que estava tirando um momento de alegria das crianças, mas o curto diálogo com o Dr. Sherman, apesar de doído para nós fãs, (ou melhor, seres humanos) foi bom para Cathy colocar os pés no chão e entender: pessoas morrem. E para isso não existe escolha, acontece mesmo quando tudo está ficando melhor, como o caso de Nadine. Foi interessante a abordagem desse novo tratamento experimental. É algo que existe na vida real e que muita gente não comenta. Mas para que o tratamento passe de experimental para oficial, é preciso que pessoas tentem, e por mais duro que seja, a morte de algumas delas será o que ajudará a aperfeiçoar o tratamento e salvar a vida de outras milhares. The Big C ganha todos os créditos do mundo por tratar de assuntos tão tristes, mas verdadeiros, de forma ágil e crível.

O mesmo aconteceu com os olhares piedosos dirigidos a Cathy e Adam. Pena é um dos piores sentimento nessas horas. Todas aquelas pessoas que nunca te olharam na cara agora fazem expressão de tristes e lhe dizem o quão bem você está, mesmo parecendo um lixo. Ideal o retorno de Andrea nessa parte. A personagem de Gabourey Sidibe ainda parece um pouco perdida na história, mas suas aparições são sempre válidas. É a única que fala a verdade para Cathy e Adam, como uma verdadeira amiga. Aliás, isso Cathy tem pouco, mas as únicas que tem são realmente fantásticas. Muitos podem apedrejar Rebecca, mas ela não é invejosa ou egoísta, ou mesmo rude. Esse é o jeito dela!! Conhecemos Rebecca dessa forma, então não é porque sua amiga está com câncer que ela irá reavaliar seu modo de ser. Rebecca achou mesmo que a homenagem do bebê se chamar Cathy seria algo que a amiga iria gostar. Claro que ela parece extrapolar os limites, como quando citou que ficará gorda e Cathy “cancerosa”, e por isso o chá de bebê deveria ser logo. Mas ela é sincera e não fala isso com intenção de magoar. Cynthia Nixon está simplesmente esplêndida nesse papel.

Gosto da forma que estão tratando Sean. Na primeira temporada ele era apenas um cara esquisito e não sabíamos os motivos dele agir daquela forma. Agora, com a descoberta de que Sean é bipolar, um transtorno sério e que deverá ser abordado da mesma forma que o câncer: mostrando a realidade mas com pitadas de humor. Isso explica o comportamento o irmão. Durante todos esses episódios acompanhamos suas manias e seus estados depressivos, que então sem um motivo, pareciam apenas excentricidades desnecessárias. Todos lembram de como Sean reagiu quando Cathy tentou contar sobre o câncer. Aquela cena foi forte, e agora com um problema direcionado, faz toda razão. Só que tratar de um transtorno como esse requer aceitação e comprometimento com o tratamento, então Cathy e Rebecca deverão trabalhar juntas para que Sean consiga ajuda e possa ser um ótimo pai, porque sabemos que ele é capaz.

Sinceramente não me importo muito com a história de Adam. Gosto de quando tentam mostrar que ele está perturbado pela doença da mãe, como na cena do triciclo. Mas não sei até que ponto uma trama sobre ele trair a namorada com a garota da reabilitação pode ser interessante. Não quero ver Adam indo “para o lado negro da força” e se apoiando em drogas ou outros comportamentos esperados de adolescentes em série. Por agora isso soa chato e desnecessário, mas só o tempo dirá.

Musical Chairs foi mais um episódio fantástico de The Big C. É muito inteligente como a série coloca a doença na mente de Cathy. Ela é uma mulher centrada, mas no estado psicológico em que se encontra, tudo vira motivo de desespero. Sua preocupação de que foi responsável pela morte de Nadine pois aceitou a moeda da sorte da nova amiga é real, e extremamente válida para uma série que fala de tais assuntos. O sonho de Cathy sobre o show de mágica do Dr. Sherman foi um dos momentos mais especiais da trama, pois mostrou de forma simples como Cathy se sente (“embaralhada”) e como ela deseja se sentir: firme, forte e inteira, com a ajuda de alguém que possa fazer esse truque.

Para quem viu as cenas do próximo episódio sabe o que esperar. E não se assustem com a audiência. Esse episódio foi exibido dia 4 de Julho, dia da Independência dos Estados Unidos, então nenhuma queda deve ser considerada.


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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