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The Big C – 2×04 Boo!

Por: em 22 de julho de 2011

The Big C – 2×04 Boo!

Por: em

The Big C consegue fazer episódios ruins? Até agora, acho que todos sabemos a resposta para essa pergunta.

Com o novo tratamento, vem diversos outros problemas. É realmente como o primeiro dia de escola. E Cathy começou com o pé esquerdo. É engraçado como a série consegue piorar a situação da família Jamison a cada semana. Não bastasse o câncer e a bagunça psicológica que isso traz para a família. Agora a bagunça será financeira. A mensagem passada foi aquela que muitos de nós tentamos acreditar que não existe: mesmo estando ruim, as coisas podem piorar. Mas Cathy sabe, e outros personagens também, que a vida é assim mesmo. Devemos tomar tais acontecimentos como obstáculos, que quando superados, terão servido para um amadurecimento que valerá todo o sofrimento. O único problema é que isso parece muito bonito na teoria. Mas na prática…

Mesmo assim The Big C continua fornecendo alicerces para seus personagens. Paul pode ter perdido o emprego em uma situação chata. A cena em que ele recebe e a notícia é simplesmente de quebrar o coração, com uma atuação real e sensacional de Oliver Platt. Mas ele tem Cathy para lhe reconfortar, e sabemos que Paul não é mais o mesmo de antigamente. Ele deverá lutar por outro emprego e poder ajudar a esposa que tanto ama. Já Cathy, por exemplo, apesar de todo o medo do novo experimento, recebeu um amigo. A minha primeira impressão de Hugh Dancy como Lee foi a pior possível. Achei a piada sem graça por estarmos acostumados com Cathy e sabermos o período conturbado que ela está passando. Mas então ao longo do episódio percebemos que Lee será uma grande ajuda. Ele está passando pelo mesmo problema que Cathy e está nessa há mais tempo. A cena final, com Lee entregando um dos fones para Cathy é mais uma daquelas de The Big C que são inenarráveis. É necessário assistir para poder sentir o que aquilo tudo representa.

Meu único problema com a entrada de Hugh Dancy na trama é o fato dele poder se tornar um interesse romântico para Cathy. Seria muito clichê: o colega paciente que enfrenta os mesmos problemas e por conseguinte entende o que Cathy está passando, então se torna um alívio poder ter alguém assim por perto e os dois acabam juntos. Não gostaria mesmo que isso acontecesse. Cathy já passou por um romance e acabou não dando certo. Ela tem, atualmente, o melhor marido do mundo. Um homem que lhe ajuda, e mais importante de tudo: lhe ama acima de qualquer doença. Paul luta por Cathy e não acho que Lee faria o mesmo. Aliás, ela percebeu o quanto precisa do marido para cuidar das coisas, não só de papelada e financeiramente. Mas por enquanto, Hugh Dancy fez um ótimo trabalho e espero vê-lo muito mais.

Uma das coisas que mais estou gostando nessa temporada é Andrea. Gabourey Sidibe está fazendo um trabalho estupendo. A atriz está totalmente diferente de seu papel em Preciosa, e consegue ser ao mesmo tempo, o alívio cômico, e a voz da consciência de vários personagens. O que foi ela vestida de anja? Andrea é uma personagem essencial para uma série como The Big C. É aquela personagem que faz TUDO o que lhe convém (sem pisar em cima dos outros) e não se importa com o que qualquer um vai pensar. E daí se lhe chamarem de gorda? E daí se tiverem preconceito por ela ser negra? Andrea sabe que está acima disso tudo. Ela dando doces para Cathy e Paul quando eles chegaram em casa foi lindo. O mesmo pode ser dito dela fazendo a camiseta “brave bitch”. Ela é como uma filha/amiga de Cathy e estará lá por tudo. Como a Bruna comentou semana passada, a ideia dela ir morar com os Jamison foi sensacional. Parabéns aos roteiristas por estarem sabendo usar a personagem de uma forma tão especial.

Agora posso falar tudo o que disse acima, mas de forma contrária quando a Adam. O garoto está um porre. Não que já não tenha sido, mas nunca achei tão complicado como agora. É uma pena, porque poderiam explorar a dor de Adam de uma forma tão diferente e bonita. Ele transar com outras garotas e trair a namorada é um plot tão sem graça perto de todos os outros que o personagem só perde com isso. E as coisas não tendem a melhorar. Nem Andrea ele escuta mais, e agora já partiu para agressões físicas e verbais para com amigos na escola. Será mesmo que precisaremos chegar a ver uma fase dark com uso de drogas e outras coisas desse estilo? Por favor roteiristas, Cathy, Paul, eu, os fãs e até vocês tem muitas outras coisas mais importantes para cuidar.

E o que falar de Sean? John Benjamin Hickey merecia um Emmy por sua atuação nesse episódio. A história pode ter começado como uma tentativa de comédia frustrada, mas a possiblidade dos problemas mentais de Sean estarem voltando + o fantasma de Marlene estar na casa, criou um suspense dramático bem interessante. Desde o começo já pensei que no final acabaria sendo um rato, gambá ou algo assim. Sabemos que Marlene tem coisas mais interessantes para fazer. Mas o medo de Sean esteve estampado na expressão de Benjamin Hickey de forma extremamente real. A cena em que ele pede para Marlene ir embora porque não quer ficar louco foi de cortar o coração. É bom ver Sean melhorando e tratando seu transtorno bipolar, querendo ser um bom marido para Rebecca e um ótimo pai para a Cathyzinha que está por vir. Mas por mais que sabíamos que não seria fantasma ou algo assim, foi uma sensação de alívio misturada a alegria ver aquela bela coruja branca sair do sótão. Foi uma mensagem de: “Sean, você não está louco. Pelo contrário, está tendo a chance de se libertar. Então assim o faça”.

Mais um fantástico episódio de The Big C. E as possibilidades de tramas só continuam a aumentar.


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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