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The Big C – 2×05 Cats and Dogs e 2×06 The Little c

Por: em 5 de agosto de 2011

The Big C – 2×05 Cats and Dogs e 2×06 The Little c

Por: em

Muita gente diz que apesar de bons personagens, apenas Cathy é bem aprofundada em The Big C. Hoje essa afirmação é errônea. Os outros personagens estão engajados em plots interessantes. Bom…nem todos eles.

Cathy continua sendo a personagem principal dessa história. Mas o que eu sinto é que nesse momento de The Big C, parece que todos estão totalmente acomodados (em um sentido positivo). Sempre presenciamos ótima química entre o elenco. Mas agora está mais forte enquanto a série vai avançando. O elenco está mais afinado do que nunca, mesmo que seja para apresentar tramas chatas, comparadas com outras. São rápidos momentos – como a reação de Cathy ao se esconder dentro do casaco ao descobrir que Adam havia feito sexo na cama dela – que me fazem rir e pensar, “como eu amo The Big C, e gostaria de passar um dia na companhia dessas pessoas”. Até certo ponto achei que, mesmo sendo ótimos, a atuação de Laura Linney acabava apagando a dos outros atores. Mas hoje, entendo e fico feliz ao ver a série ser indicada a melhor elenco no Emmy.

Ver Cathy lutar contra o câncer nos fortalece, não é? Nos faz pensar como reclamamos de pouco, e de que temos de agradecer por não passarmos por situações tão delicadas. Não tem como não lutarmos por Cathy. Sentimos seus medos, suas alegrias, seus devaneios. Esses episódios trataram de pontos importantes para uma doença como o câncer. Pena – que é algo que já vimos em episódios anteriores – mas agora ligada ao desprezo. E aquela mulher ainda teve a pachorra de chamá-la de bitch. Brave bitch, é isso que Cathy é. Ela uniu a paixão por natação com a oportunidade de ganhar mais, e ajudar as garotas que precisavam de uma professora. Claro que toda a história dos chatos (vulgo piolho do púbis – juro que não conhecia essa denominação) era um problema real, mas Cathy nem sabia disso. Em sua mente o tratamento estava funcionando, e como eu gostaria que fosse verdade. Fora que era apenas o motivo perfeito para poderem demití-la sem falar sobre o câncer.

O interessante é que sabíamos que as garotas iriam correr com Cathy. Mas mesmo sabendo, ficamos ansiosos esperando pelo momento. Mais prazeroso ainda é partilhar essa conquista com ela, ao abrirmos um sorriso no momento que o episódio acaba. Com câncer ou não, ela ajudou aquelas garotas. Ela mostrou aos pais que consegue transformá-las em vencedoras. Tudo bem, ela conseguiu o emprego por pena, mas não fez por menos…ela lutou e se esforçou para ensinar. Ver Cathy aceitando esse fato da pena e ainda voltando o feitiço contra o feiticeiro, ameaçando um processo se demitirem a mulher com câncer, é…saboroso. Não encontro palavras para definir o que sinto com The Big C nesses momentos.

Acima de tudo a série está fazendo um trabalho fantástico com a relação de Cathy e Paul. Eu torcia para que ela ficasse com o Dr. Todd na 1ª temporada, e achava Paul chato. Mas depois de descobrir o câncer da esposa, ele amadureceu demais!! Está um grande marido, amigo e pai. O orgulho às vezes fala mais alto na hora de procurar um trabalho – e só encontrar algo menor que do que você já fazia – mas Paul soube o que precisava fazer e aceitou o emprego na loja de eletrônicos. Cathy chegando lá, olhando o marido naquele uniforme, percebendo a empolgação de Paul, e ficando emocionada com o ato, foi uma das cenas mais bonitas da série. Fico feliz que não colocaram Lee como interesse romântico para Cathy. Foi muito bom, e divertido, descobrir que ele é gay. Assim acaba-se todo e qualquer problema para o relacionamento com Paul; e nasce uma amizade sem precedentes. Hugh Dancy está sensacional como Lee e sua filosofia de vida. Quero muito que ele continue na série por mais um tempo, mas tenho medo de que ele acabe morrendo devido ao câncer.

O grande problema da série atualmente é Adam. O garoto está realmente intragável. Primeiro toda essa história de trair a namorada porque ela quer esperar para fazer sexo com ele. Então o adolescente contrata uma prostituta, uma dominatrix, ainda por cima, e precisa recorrer ao tio. Depois ele infesta sua família com chatos e ainda joga a culpa na mãe. Sabe aqueles momentos que você fica de boca aberta com uma situação, pensando algo como “oh no, bitch, you didn’t”? Pois é, foi assim que reagi quando ele comparou chatos ao câncer da mãe. Quem ele pensa que é para falar com ela daquela forma? Claro, Gabriel Basso está bem no papel, mas facilmente é o personagem mais insuportável da série – o único, na verdade. Mas a gente sabe que esse é um dos ângulos por vezes necessário em histórias como essa.

Sempre gostei de Rebecca. Adoro a personagem e acho que Cynthia Nixon está perfeita no papel. Mas parece que toda essa história da gravidez está tornando-a uma sabe tudo. Agora deu para dar dicas para Cathy de como criar um filho. Claro, Rebecca é assim. Ela fala sem perceber que aquilo pode machucar, e esse é o legal da personagem. Mas em situações como essa, acaba prejudicando o que foi construído até agora. Por outro lado, Sean só vem evoluindo. Essa figura mais madura e centralizada está excelente. O discurso dele para as mães no parque foi ótimo. Sabemos que, mesmo medicado, ele não deixou de lado o papo anti-capitalismo. É sempre bom quando mudam um personagem, mas deixam as mesmas características. Sean está sendo irmão, marido, pai e tio. Ao cuidar de Adam e dos problemas do sobrinho com seriedade – mas com o lado excêntrico – Sean ganha todos os pontos comigo.

Já Andrea apareceu só no episódio 2×06, mas parece que finalmente vai ter um plot só dela. O emprego de Paul não está ajudando só o personagem – como o ótimo confronto com o superior, que acabou urinando nas calças – mas está ajudando outros na série. O fator “sou confiante com meu corpo, minha etnia e tudo o mais” nunca pareceu forçado. A atuação de Gabourey Sidibe não permite que Andrea soe falsa. Do contrário, nos espelhamos nela. A ideia de Andrea com um romance é muito interessante, mesmo que fuja um pouco da história principal. Andrea e Myk tiveram uma química instantânea. O garoto ucraniano pode acrescentar mais coisas boas na história. Estou ansioso pelo encontro dos dois.

A audiência tem se mantido estável. Abaixo da 1ª temporada, mas nada preocupante. Esses dois episódios marcaram 0.51 e 0.57 milhões de telespectadores.


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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