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The Big C – 2×08 The Last Thanksgiving e 2×09 A Little Death

Por: em 27 de agosto de 2011

The Big C – 2×08 The Last Thanksgiving e 2×09 A Little Death

Por: em

Você não entende muito bem o conceito de dramédia? Nunca visualizou esse formato em um mesmo episódio, ou então na mesma cena? The Big C esclarece isso para você.

Em um minuto você está sorrindo ou dando gargalhadas da família Jamison e seus amigos, para no momento seguinte estar de boca aberta e lacrimejando pela situação dramática a que eles foram expostos. Nunca vi o conceito de dramédia ser tratado de forma tão realista e bem feita como The Big C. Dois episódios que poderiam ser tratados como comédia e drama, respectivamente, tiveram, ambos, momentos alternados de alegrias e tristezas, da melhor forma The Big C.

Em The Last Thanksgiving a série provou mais uma vez o elenco fantástico que tem. E como eles tem química. Colocaram Laura Linney, Oliver Platt, John Benjamin Hickey, Cynthia Nixon, Gabriel Basso, Gabourey Sidibe, Hugh Dancy e Boyd Holbrook juntos na mesma cena e eles simplesmente arrasaram. Cada qual com seu personagem, na famosa ceia do Dia de Ação de Graças; mostrando seus medos e excentricidades. Tudo ia muito bem para ser verdade. Cathy toda feliz com o tratamento funcionando e sem suas unhas, tentando esconder de Lee a verdade. Enquanto ele se sentia em casa, prometendo que não seria o último thanksgiving de Cathy. Porém, era ao contrário. Não foi pena que Cathy teve, ela só não queria esfregar sua felicidade na cara de Lee enquanto para ele o mesmo não estava acontecendo. Mas ela pagou por esconder o fato. Na verdade, Lee agiu de uma forma que eu não esperava. Sempre calmo e pacífico, ele se irritou com a mentira e cuspiu diversas verdades sobre o tratamento para Cathy. Ela só não queria vê-lo chateado, e no final das contas, ele acabou com o feriado da família. Nunca haviam falado de verdade sobre o tratamento, mas é realmente como Lee disse? Sem cura? Apenas alguns anos de vida a mais?

O que me chateou um pouco foi a história de Paul se juntar a Myk no negócio de roubo de produtos. Entendo a necessidade dele em pagar as contas médicas de Cathy, além de precisar sustentar uma casa. Mas esse não faz muito o estilo de Paul. Essa história só tende a dar errado. Andrea ficará furiosa. Cathy não gostará nada de ver o marido metido nesse tipo de coisas ilegais. Sem contar que ele pode ir preso. E então no que isso ajudaria a família? Mas tirando essa parte fora, por favor, entreguem um Emmy para Oliver Platt. O que foi ele tentando levar Cathy para a cama? Esse cara é genial. Um homem super simpático, amigável, tão gente boa, que dá vontade de abraçar. Ele ama todo mundo. Recebeu Myk de braços abertos e sabe o quanto ele ama Andrea; chegou abraçando Lee, feliz da vida em vê-lo!! Paul é um poço de simpatia e amabilidade. Claro, ficou furioso com Lee no final, visto que ele destratou sua esposa. Mas Paul está virando um dos melhores personagens de The Big C. E só posso agradecer a Oliver Platt por essa atuação sensacional.

Outros pontos positivos foram os casais da série. Sean e Rebecca pedindo um ao outro em casamento ao mesmo tempo foi muito divertido. Claro que tem toda aquela excentricidade de Rebecca ao pedir o anel de Cathy – o que acabou gerando todo o desconforto da noite – mas a personagem é assim mesmo, e gosto dela dessa forma. Mas no momento que vi Rebecca com dores, percebi que alguma coisa não estava certo. O resultado veio no próximo episódio. Mas ainda dos casais, a declaração de Myk para Andrea foi mais do que emocionante. Melhor ainda foi ela culpando Adam por não ter acreditado no amor do namorado. Adoro esse lado romântico de Andrea, e ver que Gabourey Sidibe consegue passar isso tão bem como quando faz um papel mais durão/divertido e dramático. Ela sabe fazer romance, e esteve realmente bonita nesses episódios.

Gostei que até deram espaço para o peru Marty. A briga de Sean e Adam para ver quem mataria o animal foi meio sem graça, mas serviu perfeitamente para Cathy desabafar sua frustração. E como Laura Linney tem presença em cena!!Porque ela entrando com o peru na mão e cheia de sangue, foi uma cena que você não consegue reparar mais em nada, só nas expressões da atriz que dá show, como sempre.

Já em A Little Death, ficamos sabendo que Rebecca sofreu um aborto. É interessante como a série aborda os diferentes sentimentos frente a morte. Já dizemos adeus a Marlene, agora ao bebê Cathy, enquanto todo mundo espera que Cathy seja a próxima a morrer, devido ao melanoma. Vejam Sean, ele escolheu parar com a medicação e sofrer cada pedacinho da perda da filha. Já Rebecca se fez de forte e pirou com a história do funeral, tudo isso porque se sentiu impotente ao perder a criança que estava se formando dentro dela. As ações que esses personagens tomam são reais e podemos nos identificar com elas. O final foi lindo, com Sean pegando um bebê no colo, mas o que será dele agora sem os medicamentos? A bebê Cathy era o que unia os dois, o laço que firmava a relação de Sean e Rebecca. Agora ele voltará a enfrentar todos os problemas pela sua doença, teimoso ao não querer se tratar; enquanto Rebecca não poderia aguentar ver a queda de Sean, e impotente em ajudá-lo, voltará para Chicago. Será o fim da personagem em The Big C? Porque pelo jeito deram até uma forma de encerramento para a amizade dela e de Cathy. Espero que não, porque Cynthia Nixon acrescenta coisas boas demais a essa série.

O funeral foi um baile de momentos estranhos. O caixão para adulto e as fotos da bebê Cathy feitas por programas de computação, foram apenas alguns dos fatores que tornavam tudo aquilo bizarro, e assustador. Todo o caso de anunciarem a morte como de Cathy gerou bons pontos para a trama dela. Ela percebeu o quanto é querida pelas pessoas que não vê a tempos. O quanto foi responsável por decisões importantes na vida dessas amigas. Cathy compareceu ao próprio funeral e o salvou. Foi triste e emocionante ver Sean, todo desesperado e descontrolado, para então todo o trabalho de Rebecca começar a desmoronar. Cathy salvou o dia, com um discurso sentimental, que fez a amiga finalmente colocar tudo para fora. Tais palavras foram tão verdadeiras para o que essa trama toda significa que não faz sentido eu tentar transcrever de outra forma. Então:

“Eu tenho muita sorte de estar viva, ver todos vocês e saber que se importam comigo. Não devem esperar alguém morrer para dizer como se sentem. Mas acima de tudo, eu gostaria de agradecer a bebê Cathy. Este bebê nem teve uma chance de viver e mesmo assim nos afetou. Ela deu uma chance ao meu irmão, mesmo por pouco tempo, de ser muito feliz. E ela aflorou esse lindo lado maternal da mãe durona dela que eu nunca tinha visto. E trouxe todos vocês aqui para mim. Que dádiva! A vida é muito preciosa e curta pra caralho. Não atrasem a felicidade. Obrigada bebê Cathy, por nos lembrar disso.”

Isso tudo fez Paul e Cathy terem um cena linda, aquela no cemitério. Eles sabem que é um funeral para alguém amado, e o grand finale dessa pessoa nessa vida. Saber que tudo continua além daqui não significa não honrar esse alguém com o que ele merece e quer. Então achei muito bonito de Paul comprar o melhor lugar ao sol – ou melhor, sob o sol – para Cathy. É uma preocupação a menos para ela. Afinal, não é algo que ela deveria pensar, apesar de uma consequência para quem está lutando pela vida.

No resto do episódio tivemos a primeira vez de Andrea. Gostei muito de Cathy como mãe-amiga da garota. Andrea está cada vez mostrando mais seu lado mais carente e não tão seguro de si. Isso é bom, porque humaniza mais a personagem e a estereotipa menos. Foi com alguém que a ama de verdade. Só espero que a história dos roubos não acabe com esse casal fantástico. Já Adam conheceu uma amiga. Não sei não. Para mim, a personagem de Parker Posey só trará problemas. Ela tem idade para ser mãe de Adam e age como uma garotinha, infantil e sem muito respeito. Além de que quando Adam ficou bravo sobra ela se aproveitar, pareceu que Poppy inventou na hora que seu pai tem câncer. É cedo para julgar, mas a primeira impressão não foi boa.

Agora faltam 4 episódios e ainda não tivemos renovação para 3ª temporada. A audiência voltou a subir com esses dois episódios, 0.53 e 0.62 milhões de pessoas, respectivamente. Espero mesmo que possamos acompanhar a vida de Cathy por muito mais tempo, porque episódios como esses provam que The Big C é TV de qualidade.


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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