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The Big C – 2×13 Crossing the Line (Season Finale)

Por: em 30 de setembro de 2011

The Big C – 2×13 Crossing the Line (Season Finale)

Por: em

“Gosto de reenfatizar a verdade que utilizamos constantemente nessa série: estamos todos morrendo.”

São com essas palavras que começo a review da belíssima season finale de The Big C. A frase é da própria criadora da série, Darlene Hunt, que continua: “Só porque alguém tem câncer, não significa que será a próxima a morrer…ela pode viver mais 50 anos, enquanto alguém aparentemente saudável, próximo dessa pessoa, não possa. Hilário, não é?”

Mais hilário que isso é saber que essa season finale foi assistida por 0.43 milhões de pessoas, a pior audiência da série. Some isso ao estranho pedido do Showtime, de renovar a série para apenas 10 episódios ao invés dos usuais 13. Sinal de que eles estão preparando uma última temporada? Uma pena, visto que, acredito que planejam cinco. Isso porque assisti uma entrevista com Jenny Bicks, produtora executiva da série. Na entrevista, Bicks conta que a 1ª temporada teve como tema a negação, e que essa 2ª, foi raiva, no sentido de luta. Ela complemente falando que a 3ª temporada será sobre barganha. Ou seja, está claro que planejam tratar The Big C como Os Cinco Estágios do Luto, proposto pela psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross. Seriam eles: Negação; Raiva; Barganha; Depressão; e Aceitação. Meu medo é que, se continuar dessa forma, não veremos Cathy lidar com depressão e aceitação.

Antes de comentar o episódio em si, queria falar da música escolhida para acompanhar os momentos finais. Auld Lang Syne é comumente associada, nos EUA, para ser tocada durante a transição de um ano para outro, ou seja, no Ano Novo. Darlene Hunt conta que escutou a versão dessa música pela banda Straight No Chaser, e que achou bastante adequada. Alguém discorda?

A grande pergunta deixada para nós telespectadores: Paul morreu? Eu sabia que teriam pelo menos três mortes nessa temporada. E se pensarmos bem: 1º: bebê Cathy; 2º: Lee; e agora Paul. Mas alguém imagina The Big C sem a fantástica interpretação de Oliver Platt? O fato é que Cathy tem uma ligação muito forte com as pessoas que ama. Alucinações derivadas do câncer; ou visões reais dos espíritos das pessoas amadas? No final de uma maratona, Cathy é uma vencedora, mas não teve como não estourar em lágrimas vendo sua expressão percebendo que Paul estava no lado das pessoas que não estão mais nesse plano espiritual. Lee e Marlene estavam ali, torcendo por ela, mas assim também estava Paul, desconcertado ao perceber que não estava realmente ali, fisicamente. Para o bem da série, espero que tenha sido uma experiência de quase morte, e que, durante a tentativa de trazê-lo de volta a vida, Paul foi ver a esposa atravessar a linha de chegada; uma linha, que, ironicamente, ele também atravessou. Mas novamente: espero que tenha atravessado por poucos minutos.

Seja como for o caso, Paul foi um personagem maravilhoso em The Big C. Sua evolução foi visível. De um homem um tanto quanto egocêntrico, passou para um marido amoroso, disposto a fazer tudo pela esposa que ama. Tudo mesmo. Posso não ter gostado desse último plot do vício em cocaína, e me peguei falando em voz alta: joga Paul, joga, quando ele tentava jogar o resto da droga pela pia. O uso de drogas, estresse, preocupação e modo de vida sedentário levaram a um ataque cardíaco. Irônico sim, como disse Darlene Hunt. Estamos esperando o momento que Cathy morra. Acho que – apesar de torcermos pela vitória – entendemos que ela pode morrer, e estamos preparados para ver a personagem indo embora. Mas então a série começa e nos joga suicídio, aborto espontâneo e ataque cardíaco na nossa cara; enquanto vemos os “saudáveis” indo embora, e Cathy sobrevivendo ao que lhe é dado para carregar.

No geral, foi uma season finale bonita para o que acompanhamos durante a temporada, e com o tema de luta. Cathy lutou, e aguentou a maratona até o último momento, mesmo contra todos os conselhos. Isso nos entregou cenas muito bonitas, como o relacionamento de Adam e Dr. Todd. Apesar de ser um adolescente e estar cheio de “problemas” Adam ama a mãe, e tem medo do que pode vir pela frente. Sabemos agora que se o tratamento parar de funcionar, assim irão os órgãos de Cathy. E por isso tudo, pelo futuro não ser exatamente bom, não consigo imaginar ela sendo suportada apenas pelo irmão instável e pelo filho adolescente. Paul precisa estar ali.

Dos outros plots mostrados na temporada, parece que Poppy é realmente passado, enquanto Mia voltará como namorada de Adam, e a cena em que os dois se encontram foi realmente bonita. Andrea não apareceu depois de tudo que aconteceu com Myk. Seus pais vieram para o Ano Novo e ela estava passando com eles. Uma pena, pois gostaria de vê-la torcendo pela segunda mãe/amiga que conseguiu. Agora, nada que eu tentar escrever aqui vai transcrever a beleza da cena final. Foi algo único, brilhantemente escrito e interpretado.

Uma temporada digna de raiva em forma de luta, enquanto vimos todos os personagens lutando com seus próprios demônios internos. Uma salva de palmas em especial para Laura Linney e Oliver Platt. Que o ano da barganha seja igualmente excelente. Muito obrigado para quem acompanhou, e a gente se vê em 2012!


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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