Conhecem aquele ditado “nunca deixe pra amanhã o que pode fazer hoje”? É o meu mantra. E também o “não deixe pra falar amanhã o que pode ser dito agora”. Em resumo, é melhor se arrepender do que fez do que não fez. Aparentemente nenhum dos personagens em The Good Wife pensa assim. O que é relevante e necessário, pode ficar pra depois e isso drives me crazy!
Will demorou uma temporada pra tomar uma atitude em relação à Alicia, por respeito pelo casamento dela ou até mesmo pela relação de patrão e empregada, não sei, só que quando ele finalmente deu um passo, Eli apagou a mensagem e Alicia continuou casada. Uma temporada depois, não por causa de Will, mas porque o casamento de Alicia acabou de afundar, ela tomou a iniciativa (ou os dois ao mesmo tempo) e agora vivem uma amizade com esporádico sexo ou uma amizade colorida, whatever.
Será que Will não vê o padrão aqui? Não seria muito mais fácil dizer as coisas, alto e claro, pra que não haja nenhuma interpretação distorcida e principalmente que amanhã seja tarde demais?! Sim, frase clichê, mas é tudo muito simples de se resolver: Will chama Alicia no escritório e conta a ela que eles precisam fazer alguma coisa a respeito de Peter. Aliás, estamos pulando uma etapa. Primeiro eles tem que resolver o que tem e se vale a pena lutar por isso, pra depois se defenderem de Peter. Mas não, Will escolhe dizer isso outro dia. E Alicia fica sem saber que sua vida está sendo decidida num duelo e, pelo jeito, Will está perdendo.
Sabe quem mais está perdendo? Cary. Fiquei triste por ele. Quantas vezes Kalinda o dispensou? Inúmeras. E eu ainda não entendi que tipo de relacionamento esses dois tem. No início achava que era brincadeira, que o fato dela ser misteriosa o excitava, mas que não passava disso. O rosto de Cary depois de beijar Kalinda neste episódio me mostra que não, ele sente alguma coisa por ela, só não consigo ver onde foi que ela deu esperança à ele de que pudesse ser mais do que sua amiga. Se ele se apaixonou, Kalinda nunca mostrou interesse em algo mais, apesar de usar isso pra conseguir seus favores, claro. Fico triste por ele, porque Cary tem uma carinha de quem seria um namorado maravilhoso (sim, eu divago).
E não, definitivamente não gostei da amizade de Dana Lodge e Kalinda. Pra mim ela tá usando Kalinda pra chegar a Will e nem quer esconder isso. Sem falar que a garota é arrogante e prepotente, daquelas que se acham o máximo e não tem nada de extraordinário.
Bom, Alicia e Diane precisavam da ajuda de um homem condenado a sentença de morte com apenas 24 horas de vida. Acusado de estuprar e matar duas adolescentes, isso mexeu com Alicia. E a série de forma sutil e delicada tocou no assunto pena de morte, sem ser moralista – o que eu agradeci. Era uma mãe se colocando no lugar da mãe das vítimas e um defensor público tentando garantir o mínimo para o seu cliente. Pra uma estudante de Direito como eu, foi um prato cheio.
E foi um bom contraste ao escândalo que Eli tentava encobrir. O país é tão racional na hora de mandar alguém pra uma cadeira elétrica e nem tanto ao analisar uma aventura infantil. Uma brincadeira da faculdade como aquela, tão típica de adolescente, é capaz de acabar com a carreira política de um homem. Dá muito mais trabalho ser um político nos EUA do que qualquer outra coisa! Por isso a função de Eli é tão importante, é preciso saber quando uma brincadeira pode ser um escândalo; e quando ir pra prisão pode significar dar a volta por cima e virar procurador do estado.
A posição de Alicia de dúvida em relação à pena de morte só corrobora a imagem que os roteiristas estão querendo desfazer de “boa esposa”. Pra mim o adjetivo ‘bom’ nunca significou que ela fosse perfeita, apenas que ela tolerou muito mais que qualquer uma suportaria. Aliás, significa apenas que Alicia, apesar dos pormenores, queria lutar pelo seu casamento e isso por si só é um absurdo aos olhos de muitos (eu inclusive). No cenário que muitos criaram para si de que Alicia não seria capaz de trair, que ela perdoaria o marido, que jamais teria um caso com um chefe, enfim, neste cenário, Alicia não seria a favor da pena de morte. Alicia seria altruísta, diria que só Deus pode tirar uma vida e que matar alguém não vai trazer a pessoa amada de volta. Bom, sinto em informar que Alicia nunca foi boa. Alicia foi uma esposa, hoje ela é mulher e mãe e, pra quem não é santa, a tarefa é difícil.
Outras Considerações:
- Alguém mais quis atravessar a tela e dar um bom chega pra lá na Jackie?
- Porque os roteiristas não somem com o Zach e a Grace e deixam a filha do Eli Gold pra sempre ali? Essa menina é ótima!
- Momento eu ri muito: Will dizendo a Kalinda “eu queria abraçar você agora”.
- Momento eu MORRI: Jackie abrindo a porta do apartamento pra tutora de Grace! Impagável a reação dela.
- Aquela cena inicial da Dana diante dos corpos me fez pensar o quão sensacional seria um crossover com Bones. Fala sério gente, imaginem Alicia Florrick e Brennan conversando? Tudo de bom!
