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The Good Wife – 3×09 Whiskey Tango Foxtrot

Por: em 27 de novembro de 2011

The Good Wife – 3×09 Whiskey Tango Foxtrot

Por: em

Essa semana eu apresentei The Good Wife a um amigo. Ele tinha que assistir a melhor série da atualidade. Quando me perguntou do que se tratava e eu contei o mote da série a primeira coisa que ele perguntou foi se a série era feminista. Confesso que nunca olhei a série dessa forma, mas a minha primeira reação foi dizer que não. Depois de assistir a Whiskey Tango Foxtrot não me resta dúvida de que Good Wife não é nada que possa ser classificado facilmente.

Podem argumentar que por ser mulher a acusada, não há problema em falar de feminismo. Mas o sexo da ré era só uma das ramificações do que estava sendo discutido ali. Quem prestou atenção nos diálogos durante o julgamento conseguiu ver que se tratava de machismo entre os militares, bem como a morte de civis como necessárias para um atingir um objetivo e também se tratava de como as pessoas se convencem de que estão fazendo um trabalho necessário e indispensável, até o dia em que são usados de exemplo para o restante, que certamente vai ter a vez.

Semana passada estávamos discutindo pena de morte e neste estamos falando de uma guerra que não se sabe por quê, nem como e onde começou, mas que alguém tem que dar continuidade não se sabe por quanto tempo. Queria muito que Elkins fosse inocentada, mas o episódio foi perfeito exatamente por sua condenação ao final. Por mais ridículo que seja, dentre todos os “acidentes”, apenas este ter sido processado e ela ter sido escolhida pra cristo, a juíza tem razão quando disse:

“O problema da acusação de bode expiatório é que em certo ponto alguém é acusado. É isso o que está acontecendo aqui.”

Exatamente isso, alguém paga para que pessoas acreditarem na “justiça”, pra que acreditem que as mortes são motivadas – se é que isso serve de alguma coisa. Há quem se engane com isso. Ademais, é mais fácil culpar um oficial por um erro de cálculo (se foi um erro) do que discutir a necessidade desta guerra e quem achou por bem matar doze civis pra atingir uma mesquita. A desculpa esconde a realidade. Por isso que nem tão cedo essa guerra termina.

Mas se não está bom pra você o julgamento na corte militar, Eli e Diane estavam discutindo queijo, aliás, discutindo política através de queijo. Seria até cômico se não fosse tão sério essa questão de lobby e pirâmide alimentar na qual Eli se meteu. Quando ele procurou ganhar o milho como aliado, não contive a risada, é realmente surpreendente como os roteiristas conseguem transformar uma discussão sobre à qual classe o milho pertence, em algo envolvendo lobby, política e economia. Não foi o melhor momento de Eli, mas como Diane disse, ele não é um milagre de Deus; só não duvido que ele dê a volta por cima em grande estilo.

E aí que você está achando o episódio lindo e Wendy Scott-Car aparece pra assumir a investigação contra Will Gardner. Colocando de lado a voz irritante que ela tem, gosto que Wendy seja traiçoeira e bem dissimulada. A sinceridade com que ela faz política é uma maneira dissimulada de jogar e foi por isso que ela chegou tão longe na corrida pra Procurador do Estado. Realmente ninguém melhor do que ela para liderar uma investigação ética contra o affair da (ex) esposa de Peter Florrick.

Como eu não posso reproduzir aqui o texto incrível deste episódio, me permitam dizer apenas: Diane, sua linda! Não concordei com aquele vídeo sobre assédio sexual no local de trabalho, mas do início ao fim Diane agiu certo dessa vez. Não é inteligente, se você é um advogado, dormir com a mulher do procurador. Assim como não é inteligente achar que essa investigação sobre suborno judicial será engavetada. Aliás, embora eu ainda ache forçada essa vontade da Dana de atingir Will (até mesmo porque as suspeitas que ela tem é referente à 15 anos atrás), esse plot envolve muito mais que a dinâmica do triângulo amoroso. Falar que há corrupção na polícia, na política e nos demais ramos é fácil, os jornais noticiam isso com facilidade, o difícil é admitir que existam juízes corruptos. E mais difícil ainda condená-los.

Bom, finalmente chegou a hora de Alicia colocar Jackie no lugar dela. Mas a julgar pela promo do próximo episódio, se Jackie quer a guarda total dos meninos para Peter, talvez seja possível.

Não dá pra classificar esta série. A cada semana é uma sambada na nossa cara. Isso não é nem uma série, é uma aula de como fazer uma série impecável.

P.S: Gostaram da música que abre o episódio? Sail by Awolnation. Confira o clipe clicando aqui.

Até a próxima!


Lara Lima

Colatina - ES

Série Favorita: Friday Night Lights

Não assiste de jeito nenhum: Friends

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