Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

The Good Wife – 3×10 Parenting Made Easy

Por: em 9 de dezembro de 2011

The Good Wife – 3×10 Parenting Made Easy

Por: em

Em Parenting Made Easy o que fica bem evidenciado é a capacidade da série em costurar suas tramas. Alguns episódios parecem ser uma avalanche de informações, tudo acontecendo ao mesmo tempo, sem que isso seja confuso ou de qualquer jeito,  tudo é muito bem elaborado. E o que chama mais atenção é aquilo que não foi dito, ou seja, o que ficou subtendido nas conversas entre os personagens. Os diálogos foram impecáveis como sempre – e o incrível é que The Good Wife consegue passear pelos diversos assuntos sem parecer uma lição de moral e sem forçar um personagem num plot apenas pra produzir uma frase de efeito – hello, Private Practice!.

Ainda assim, aquilo que ficou por dizer tem um impacto tão grande quanto o que foi dito.

Diane: “Ela vai superar.”

Will: “Ela vai.”

Will na verdade disse: “Ela vai, eu não”. Diane não percebeu isso, mas nós, testemunhas desse relacionamento com Alicia, sabemos que ela pode e – com certeza vai – se recuperar do término, mas ele talvez não. E justamente agora que ele começou a pensar que quer mais alguma coisa além de trabalhar, talvez filhos, talvez uma família. E Will vem se recuperando há anos dessa incerteza e dessa impossibilidade (do destino?) de ficar com Alicia. Essa talvez possa ser a última vez que ele arrisque. E aí eu não sei como fica a série em relação à vida pessoal de Alícia. Como crítica (e agora eu preciso separar as coisas) acho que a série emperrou em criar possibilidades para Alicia em termos de relacionamento, sempre foi Peter versus Will, de forma que agora começo a pensar se a série quer considerar a possibilidade de Alicia ficar sozinha.

Sim, porque nada justifica a relação que ela fez entre o sumiço de Grace e terminar o namoro com Will. Ela não está 24h do dia em casa, natural, agora ela trabalha, é mãe e dona de casa, mas seu relacionamento com Will não teve impacto no tempo em que ela gasta com os filhos, além disso, isso é o de menos, é fácil de resolver quando quiserem. Por isso, juro que não entendi. Aliás, eu não me conformo de Alicia se negar a ter um relacionamento por causa dos filhos, e não é porque eles são malas não, é porque não tem que ser um ou outro! Ela pode fazer as duas coisas, onde está o problema? Sério, alguém por favor me esclareça.

O sumiço de Grace serviu apenas para uma coisa: mostrar que Peter falhou como marido e ponto final. Isso não tira os seus méritos como pai, e nem mesmo impede uma relação bacana com Alicia quando se tratar dos filhos. Fiquei realmente comovida com sua atitude, o que não é muita novidade, porque já outras vezes ele defendeu sua família. Mas honestamente, eu acho que a cena final tinha que ter sido uma boa surra na Grace. Nem em série teen tem adolescente mais mala, mais ingênuo, mais metidoe  sem noção das coisas! É absurda a maneira como essa menina é alienada e não entende a dimensão das suas atitudes. Alicia, aliás, é muito condescendente com os filhos, quando ela se culpa pelo tempo fora e pelo divórcio, ela faz as vontades dele e o resultado está aí: a menina vai se batizar num lugar perigoso e coloca a polícia atrás dela. Parabéns Grace, você acaba de ganhar o troféu mala do século.

Por outro lado, encontrar a mala sem rodinha talvez seja o primeiro passo rumo a uma reconciliação entre Kalinda e Alicia e eu esperava que isso demorasse ainda um pouco, contudo, considerando o triangulo amoroso que ela forma com Cary e Dana, adoraria vê-la com novas amizades. Essa relação doentia entre os três não está funcionando (assim como não funcionou a perseguição de Blake – por mais que isso desaguou na descoberta sobre Peter e Kalinda). Por quê Cary fala de Kalinda durante o sexo e Dana não se importa, não entendi. E o que Kalinda ganha contando suas experiências com mulheres pra Dana, se fazer ciúme em Cary é irrelevante pra ela, também não entendi.

Parenting Made Easy tinha todas essas questões costuradas a uma discussão sobre política, assédio sexual e bíblia. Já sou fã da Rosemary Rodriguez, roteirista deste episódio, que também escreveu o episódio passado. Como um caso de assédio sexual de uma professora virou uma discussão sobre direitos civis, não se sabe, mas é de fazer qualquer um chorar diante da perfeição que é o texto dessa série.

P.S: Quando o Alan Cumming vai ganhar o Emmy de melhor ator coadjuvante? Ontem? Então tá.

P.S2: Jennifer Carpenter e Michael J. Fox juntos?! Que série linda!

P.S3: Caitlin versus Martha novamente. E tá de 2×0 pra Caitlin hein?


Lara Lima

Colatina - ES

Série Favorita: Friday Night Lights

Não assiste de jeito nenhum: Friends

×