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The Good Wife – 2×16 Great Firewall

Por: em 7 de março de 2011

The Good Wife – 2×16 Great Firewall

Por: em

Como o assunto principal de The Good Wife tem sido as baby sitters dos candidatos à Promotoria, nada mais justo que as reviews da série também passem por um período longe dos pais. Ou melhor, do pai. A babá que vos fala substitui Lucas, o reviewer oficial, durante duas semanas. É justo, afinal eu já moro onde o Carnaval acontece (Salvador), já ele teve que se deslocar para ver alguma ação (de Brasília para o Rio).


Assuntos internos a parte, vamos a review daquele que, pra mim, foi o melhor episódio da série em muito tempo. Não deixa de ser complicado definir o “melhor” de uma série tão regularmente excelente como The Good Wife, mas é impossível não destacar a reviravolta de Great Firewall como um dos melhores e mais empolgantes episódios até aqui.

E talvez justamente graças a todos esses grandes acontecimentos, o caso da semana não teve tanto destaque. Exceto pela surpresa de Alicia ao perceber que o interesse de Will sobre o homem que havia sido torturado pelas autoridades chinesas não tinha nada de louvável. Me faça uma garapa, o que você esperava Alicia? Que a sua firma peitasse um processo desses única e exclusivamente por bom samaritanismo? Você é advogada, não assistente social. Não dá pra simplesmente fazer o que é certo, é preciso procurar alguém que te pague bem por isso. E, nesse caso, esse alguém era Patrick Eldestein e seu interesse de expandir seus negócios para a China. Alguma dúvida de que Mark Zuckerberg faria o mesmo?

E se, por hora, Rita Wilson está creditada no iMDb apenas por esse episódio e o anterior, algo me diz que a Sra. Tom Hanks não participaria de The Good Wife por tão pouco. Já repararam que, aos poucos, está sendo formado um excelente time de advogados adversários? Viola Walsh (Wilson), Louis Canning (Michael J. Fox) e, o mais novo “sem-escritório” de Chicago, Derrick Bond (Michael Ealy).


Isso sem contar Cary, ainda magoado por ter sido preterido por Alicia. Mas a essa altura não dá pra calcular quais serão seus próximos passos; se, por um lado, ele parece disposto a voltar para a Lockhart & Gardner, até mesmo pela sua recente aproximação de Kalinda (com direito a beijo e tudo!); por outro, sua implicância com Alicia parece continuar a todo vapor e pode ser que ele não esteja disposto a voltar a trabalhar ao seu lado. Talvez seja a hora dele avaliar se não seria mais vantajoso manter sua arqui-inimiga por perto. Sim, porque é dessa forma muitíssimo madura que Cary encara Alicia. Melhor seria se ele voltasse sua revolta para Will e Diane, os reais responsáveis pelo seu breve período de desemprego.

Quem deve ficar desempregado por um bom tempo é Glenn Childs. Bom, pelo menos na Promotoria ele certamente não terá mais lugar. Tirar Childs da disputa, com a ajuda de Becca e do filho de Peter, não poderia ter sido mais simples pra Eli… Mas alguém tem dúvida de que esse fantasma voltará para assombrá-lo? A ajuda momentânea da “amiga” de Zack com certeza terá seu preço; e, depois de ter sido obrigado por Peter a renunciar, Childs não deve deixar o resto da eleição passar em brancas nuvens, e é fácil imaginar que Wendy Scott-Carr terá nele um aliado em potencial.

Mas a principal trama de Great Firewall foi mesmo a teia traçada por Will e Diane para se livrarem de Derrick. Desde o começo dessa temporada vimos o escritório rachar e se, a princípio, Will se enveredou pro lado de Derrick, não tardou para tudo voltar ao eixo e os dois sócios de longa data tornarem a se entender, passando a arquitetar a maneira ideal de se livrarem do novato. E quem podia imaginar que, no final das contas, seria um golpe tão bem planejado?

A comparação pode parecer absurda, mas essa semana 90210 (o remake de Barrados no Baile) apresentou uma história bastante parecida. Na tentativa de desmascarar a prima mal caráter, a protagonista Annie fingiu que tinha terminado com seu namorado para que suas amigas vissem a prima dar em cima do garoto e falar mal de todas elas. No final deu tudo certo, claro. Mas, assim como em The Good Wife, nós não sabíamos que havia uma armação em andamento. Vimos o término do namoro e o flerte com a prima sem sermos avisados de que era tudo uma armação, da mesma forma que não sabíamos que Julius apenas estava conversando com Derrick a mando de Will, sem nunca tê-lo traído.

Mas o que 90210 tem a ver com The Good Wife? Nada. A questão é: tem-se aí a grande diferença entre uma série boa e uma série ruim, independente de ser teen. Se, em The Good Wife, não fazíamos idéia de que tudo não passava de uma armação e ficamos tão surpresos quanto Derrick; em 90210 não foi deixada ao telespectador a possibilidade de se surpreender, já que desde o primeiro momento os personagens soltavam olhares sorrateiros, deixando claro que alguma coisa estava acontecendo por trás dos panos e que aquilo que víamos não era real. É muito bom poder assistir uma série que não só confia na inteligência do seu público como também não deixa de desafiá-la, fazendo com que até o telespectador mais atento possa ser surpreendido… E como é bom ser pego de surpresa em momentos como esse! Sim, fomos tão surpreendidos quanto Derrick mas, ao contrário do advogado, foi com alegria que descobrimos que tinha dado tudo certo para Will e Diane. Mesmo que pra isso eles tenham tido que enfrentar o frio de Chicago e a morte inesperada de um dos sócios senior.


Uma coisa é certa: essa história não acaba aí. Faltam sete episódios para a season finale, tempo suficiente para Derrick se reestruturar e dar vazão a sua sede de vingança. Ou alguém duvida que ele esteja ainda mais possesso que Childs?


Cristal Bittencourt

Soteropolitana, blogueira, social media, advogada, apaixonada por séries, cinéfila, geek, nerd e feminista com muito orgulho. Fundadora do Apaixonados por Séries.

Salvador / BA

Série Favorita: Anos Incríveis

Não assiste de jeito nenhum: Procedurais

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