The Good Wife é uma daquelas séries que rende discussão por horas e horas. Já por várias vezes conversei com amigos na internet noites adentro discutindo as atitudes dos personagens e seus efeitos e principalmente os ‘por quês’. Por que Alicia perdoou Peter? Por que Alicia quis se separar agora? Discussões assim que não levam a lugar algum, no final das contas a gente percebe que não há certo ou errado, nada aqui é preto e branco, há uma grande área cinza – justamente o que faz dessa série a melhor série da atualidade.
Trata-se da vida de uma boa esposa, talvez agora o adjetivo tenha perdido o sentido inicial, mas o show é sobre a vida de Alicia Florrick. Contudo, através dela conhecemos outras pessoas, como foi o caso deste episódio em que tivemos espaço para o desenvolvimento de todas as tramas paralelas a sua vida pessoal.
A começar por Eli Gold e a crise econômica que insiste em assombrar Lockhart and Gardner. Eu amo o Eli porque ele faz o que tem de fazer pra alcançar seu objetivo, aliás, ele daria um ótimo advogado. É daqueles que não precisa acreditar, apenas veste a camisa e corre atrás pra vencer. Sua conversa com Kalinda evidencia isso, queria saber com quem devia falar, se Diane ou Will, qual deles está no topo da hierarquia. Como fã, fico preocupada porque a relação de Will e Diane é frágil, vide os acontecimentos da temporada passada. Mas como crítica, acho fantástico porque as relações no dia-a-dia são assim, todos nós temos responsabilidades e, enquanto a Diane está preocupada com a economia, Will quer ser o caubói que vai fazer a diferença. E nem ela e nem ele tem razão, it is what it is.
Grande sacada dos roteiristas foi juntar Kalinda e Eli, fico me perguntando como esses dois até agora não trabalharam juntos! E eu to muito curiosa pra saber se ele vai descobrir que Kalinda e Peter dormiram juntos. Quando isso for à público, porque com certeza vai, a reação dele é a que mais quero ver. Eli é leal à Peter, mas ao longo da campanha se tornou mais afável com Alicia por ver de perto que ela estava fazendo o melhor que podia por sua família.
Bom, de qualquer maneira, até o momento, Eli tenta fazer com que suas solicitações sejam atendidas na firma, como ter Alicia e Kalinda trabalhando em tempo integral para ele. Não consigo imaginar a firma ganhando algum caso sem o trabalho da Kalinda, não é? Quando tudo parece perdido, é ela quem salva a pele dos advogados e seus clientes. E também não acho que Alicia ficaria feliz com esse pedido de Eli. Agora é esperar pra ver se ele, e todo o seu ego, vai continuar na firma com essa pequena perda.
Falando nisso, voltemos a Alicia. É um personagem tão humano que desperta em mim vários sentimentos. Já quis bater em Alicia, já quis pegar no colo, já quis chorar e rir com ela, enfim, e Alicia vem crescendo aos poucos. A interpretação de Julianna Margulies é tão precisa que mesmo quando a vida particular de seu personagem não é o foco principal, percebe-se um amadurecimento como mulher, mãe e profissional de Alicia. Eu, pelo menos, estou surpresa com essa maneira casual que ela está levando a sua relação com Will.
(Uma pausa pra dizer que o roteiro é tão impecável que você tá assistindo o episódio, vendo o desenrolar do caso, Will e Diana tentando tomar uma decisão pela firma e do nada, sem você perceber ou esperar, Will diz “eu te amo” para Alicia. Eu pausei o vídeo, levantei, foi beber uma água e voltei porque não estava acreditando.).
A Alicia da primeira temporada não é a mesma Alicia que estamos vendo. Agora ela está tendo um caso com o chefe e ponto final. Qualquer ramificação disso fica pro telespectador, fica pras rodinhas de discussão que mencionei antes. Ela não quis conversar sobre o que o Will disse. Será que ela sente o mesmo? Será que ela não sente e só quer sexo, mas não pode dizer isso porque vai afastá-lo? Não sei. Só sei que é por isso que esta série é maravilhosa.
O que mais? Ah, Celeste Serrano. É impressão minha ou a cada dia que passa a Lisa Edelstein fica mais bonita? Enquanto isso, nós meros mortais, vamos envelhecendo….tsc tsc…Bom, vamos falar do que interessa. Meu coração foi na boca quando ela chama Peter e fala de Alicia como algo em comum com Will. Foi como disse antes, você tá lá assistindo, vendo Celeste provocar Will e vice-versa, daí ela pega no braço de alguém que é ninguém menos que o (ex) marido da mulher que Will está dormindo. Nossa, isso ficou complicado até de escrever! Gostei da Celeste, uma advogada que gosta de apostar pode render muito, pode causar mais ainda. Por isso faço campanha pra ela virar personagem regular, mal chegou e eu já gostei.
E vocês, o que acharam do episódio?
P.S: Olha, adoro o Cary, mas tem hora que ele se comporta como uma criança fazendo birra. E não sei, tenho a sensação de que ele fica procurando casos e incrimina o primeiro que aparece. Ele é um cara legal, mas no momento tá muito arrogante, viu? Acho que tá precisando de uma namorada, isso sim.
P.S2: Adoro os juízes excêntricos de The Good Wife.
