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The Good Wife – 4×15 Going for the Gold

Por: em 7 de março de 2013

The Good Wife – 4×15 Going for the Gold

Por: em

Esse episódio foi um dos mais abrangentes que The Good Wife apresentou. Sinceramente, não lembro de outro que tenha explorado tantos personagens de vez. Praticamente todo o elenco regular teve seu momento de destaque, brilho e que contribuiu para melhor caracterizá-lo, coisa que a série faz muito bem desde seu início. A única exceção foi Kalinda, que, desde o desaparecimento de seu marido, sumiu na série. Por um lado é compreensível a decisão de manter a personagem um pouco afastada das tramas centrais, considerando que o plot com seu marido definitivamente não vingou e foi provavelmente o maior erro da razoavelmente curta trajetória de The Good Wife, mas Kalinda – junto com Diane – é a melhor personagem da série e precisa voltar a receber o espaço que ela merece.

Alicia mostrou mais uma de suas surpreendentes facetas. Primeiro, o relacionamento com Will mais uma vez foi encerrado, dessa vez muito antes de começar. No início do episódio, quando os dois aparecem resfriados, acreditei que eles haviam reatado ou ao menos estavam se “conhecendo melhor”, mas, infelizmente, a série insiste em adiar esse romance. Parece claro para mim que Alicia ama Will, e ainda mais claro que ele ama ela. O fato de Peter ainda estar envolvido nesse triângulo me entristece. De fato, não gosto do personagem, mas não acredito que esse seja o único e principal motivo para eu não gostar desse casal. Alicia e Peter não tem química. Ou melhor: não tem a química que Alicia e Will tem. Por outro lado, eu gosto do fato da boa esposa estar curtindo um relacionamento sem compromisso. Algumas pessoas – e isso se reflete em algumas séries – pensam que é promíscuo uma mulher se prestar a ter um relacionamento casual. Particularmente, acho esse pensamento estúpido. Que bom que ela tem alguém que a fez sentir-se bem, e, justamente por isso, ninguém tem nada com isso.

Não acredito que esse affair com Peter durará muito. Das duas uma: ou Alicia e Peter voltam a ter um relacionamento mais sério e parecido com o que tinham antes da série começar ( e o fato de Peter tê-la convidado para jantar é um indício de que isso irá acontecer), ou Alicia descobre finalmente quem ela ama de verdade, que eu acredito e espero que seja Will. Na verdade, como disse acima, gosto desse lance mais casual, o tradicional sexo sem compromisso, mas torço para que Alicia troque de companheiro. Gosto da ideia de Alicia sozinha, emocionalmente e financeiramente bem, sem depender de ninguém. Seria ótimo se Alicia terminasse solteira e poderosa, encontrando Will e quem mais que ela quisesse apenas para curtir. Afinal, quão irônico seria a boa esposa se transformasse, com o perdão do trocadilho, em uma boa solteira? Não acredito que os roteiristas estejam prevendo isso para Alicia, mas que seria bom, isso seria.

Sobre o que não resta dúvida é que ela está cada vez mais confiante e autônoma. Está crescendo profissionalmente e, assim como já fez em tantas outras vezes, neste episódio mais uma vez teve que fazer decisões difíceis que, não importa qual fosse sua decisão, deixaria alguém irritado. Nesse caso, ou Cary ou Diane. Esta, aliás, servindo de mentora de Alicia é uma das melhores tramas que a série tem. Concordo totalmente com o que Diane disse: alguém que está num cargo superior tem de saber liderar seu time e, querendo ou não, fazer escolhas que podem descontentar alguns.

Infelizmente, mais uma vez sobrou para Cary. É incrível como ele sempre fica para trás em relação a Alicia. Poxa, ele é competente e não merece ficar sempre em segundo plano. Claro que, se colocar na balança, Alicia me parece que já ajudou mais a firma, mas torço pelo momento – que já passou da hora de acontecer – de Cary se “vingar profissionalmente” de Alicia. Algum dia ele conseguirá, espero, superar a colega, nem que seja num simples caso e mostrar a Alicia que ela não é tão superior quanto procura aparentar. Este foi, inclusive, um ponto que me chamou singular atenção. Alicia nasceu na série como a boazinha, defensora dos bons costumes e princípios, e com o tempo foi amadurecendo e aprendendo como sobreviver ao ponto de se tornar uma pessoa completamente diferente. Então, quando ela decidiu descontar suas próprias horas ao invés da dos outros, me surpreendi e voltei a me indagar se aquela antiga Alicia ainda reside dentro dela suficientemente forte para voltar um dia, ou ao menos para influenciar outras de suas futuras decisões que com certeza não serão poucas. O mais legal de tudo é ver que a série tem em seu ponto central a figura da protagonista, que, apesar de não ser exatamente simpática e idolatrada pelos fãs, participa de todas as tramas e nem por isso sua presença se torna cansativa.

Foi também Alicia, por exemplo, quem pediu para Peter ligar para Eli. Como já disse acima, não gosto do Peter, mas gosto menos da Maddie, então estava torcendo contra ela no discurso. Agora, vamos combinar que, se as acusações dela forem verdadeiras, como de fato acredito que sejam, afinal ela não falaria se não tivesse argumentos, Peter não é nem de longe alguém que merece o cargo de Governador. Racismo é uma acusação muito grave e não há desculpa para isso, ao menos ao meu ver. Peter pode ter mudado e talvez até venha a contratar mais pessoas de cores que não a branca, mas só de pensar na hipótese me dá muita raiva. Me surpreende Alicia não o ter questionado a respeito de suas posições. No final, acredito que isso não voltará a ser muito lembrado. Peter, durante a série, nunca demonstrou claros sinais de ser racista, então acredito que a série irá finalizar com a desculpa de que o baixo número de negros e pardos trabalhando para Peter é apenas uma coincidência. Uma pena.

O mais interessante do episódio, contudo, mais uma vez foi Elsbeth. Incrível como essa personagem chegou na série e tomou conta de tudo que a envolve. Desde sua primeira aparição algum tempo atrás, havia me apaixonado, mas cada vez mais ela vem se tornando mais simpática aos meus olhos. Não gosto muito quando The Good Wife explora lados mais cômicos, gosto mesmo quando ela apresenta cenas dramáticas e densas, mas Elsbeth é uma grande exceção. A forma que ela representou seu cliente, Eli, e massacrou Perrotti todas as vezes em que teve oportunidade, foi fantástico. Porém, vamos combinar que essa acusação contra Eli e a fixação por parte dos órgãos federais de tentarem incriminá-lo é pra lá de insistente. Espero que deixem ele em paz de vez. Afinal, ajudar velhinhos em troca de votos é um tanto quanto estranho e principalmente amador. Espero que a série invista sim em corrupção, mas de forma mais séria.

Se Elsbeth roubou a cena, Jackie não ficou para trás. Nunca gostei dela, apesar de que algumas vezes ficava com pena com a forma como Alicia a tratava, mesmo sabendo que ela merecia. Em algumas de minhas reviews anteriores vinha questionando o porquê de incluírem na trama uma Jackie demente poderia ser interessante, mas também sempre lembrava que confiava no bom trabalho dos roteiristas. Então, finalmente chegamos ao momento em que as consequências dessa perda de discernimento causam. Jackie estava muito bem durante seu testemunho. No primeiro, com muita ironia, praticamente acabou com Eli, e, no segundo, simplesmente conseguiu fazer com que Eli vencesse. Achei incrível a atitude dela, porque ela não estava com problemas de memória naquele momento. Pelo contrário, estava tão lúcida que conseguiu convencer a todos que tinha algumas dificuldades de memória. Quando ela diz para Eli, “É a verdade“, quando ele pergunta porque ela o havia ajudado, foi de cortar o coração. No fundo, ela sabe que está ficando doente, mas ainda não aceitou. O fato de ter feito esse testemunho mostra que a personagem está começando a aceitar o que está por vir.

 

Outras obervações:

– Laura voltou e não gostei muito. Havia adorado todos os momentos dela na série, mas dessa vez não me agradou a forma como tratou Will. No fim, percebi mesmo que estava rolando alguma coisa a mais entre eles e gostei. Se Alicia realmente voltar para Peter, Laura parece formar um par interessante com Will.

– O que foi aquela conversa entre Maddie e Alicia. “Talvez duas mulheres não possam ser amigas” foi provavelmente a pior frase do episódio, pois discordo totalmente.

– Toda as vezes em que o Perrotti levava uma rasteira da Elsbeth ou uma cortada do juíz, eu vibrava. Não gosto do personagem e muito menos sua paixonite por Elsbeth.

– Só eu reparei que o elevador de The Good Wife, assim como em Grey’s Anatomy, é cenário de várias cenas, principalmente entre Will e Alicia?

– Lily Rabe fez uma pequena participação, mas eu adorei. Não consegui ainda desafixá-la da sua personagem em American Horror Story, Sister Mary Eunice, mas espero vê-la em outros episódios da série.


Micael Auler

Gaúcho que ama chimarrão e churrasco (tchê!) quase tanto quanto ama séries, filmes e livros. Para acompanhar, seja lá o que for, bebe: se não o chimarrão, café; ou então algo com um pouquinho de álcool.

Lajeado / RS

Série Favorita: The Good Wife

Não assiste de jeito nenhum: Supernatural

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