The Good Wife encerra sua quarta temporada com louvor. E eu precisei escrever isso pra ver se acaba de vez essa desconfiança por parte dos fãs da série, principalmente com o início dessa temporada. Nós sabemos que a série teve dois grandes problemas: o marido de Kalinda e a exaustivamente prolongada trama dos problemas financeiros da firma. É nítido que, quando essas duas questões foram resolvidas (ou seja, tiradas da série), TGW voltou ao seu nível anterior de qualidade, coroando essa temporada, sim, como a pior da série, mas não como uma temporada ruim, e sim uma que enfrentou alguns problemas e, como nos anos anteriores, encerrou com uma ótima season finale.
Martha Plimpton venceu o Emmy pelo papel de Patty e tem tudo para voltar a ser indicada esse ano, e nesse episódio ela provou o porquê disso. Ela é, sem dúvida, uma personagem irritante. Odeio quando ela usa os bebês para ganhar a simpatia das pessoas. Apesar disso, é inegável que ela é uma ótima advogada. Quando foi anunciado que Martha voltaria à série fiquei muito feliz, de brinde, também ficamos sabendo que David O’Hare também estaria nesse episódio, novamente interpretando o juíz Abernathy. Os atores convidados de The Good Wife são sempre uma atração à parte.
No episódio passado me revoltei por causa do estupro que ficou imune, nesse episódio novamente me irritei com os acontecimentos. Que fique claro que não estou revoltado com a série, e sim com os personagens, com o fato de na realidade acontecerem coisas muito parecidas. Fico esperando atitudes éticas das pessoas e esqueço que nem todas tem os mesmos princípios que eu. Concordei totalmente com o team Peter formado por Alicia, Will e Diane (e Zach) em sua postura para anular os votos da urna violada, considerando que uma eleição é a manifestação máxima de uma democracia e deve permanecer ilesa a qualquer possibilidade de fraude. Naquele momento, o team Kresteva era o vilão da história. Porém, quando foi anunciado o número de votos daquela urna, e Alicia, Diane e Will imediatamente mudaram de postura, me decepcionei. Quer dizer que todos os argumentos antes utilizados não valem mais? Aprendi que o que importa em The Good Wife – e na vida real, em geral – são os interesses pessoais, muito mais que os coletivos, infelizmente.
A atitude de Will após receber o tal vídeo de Kalinda me surpreendeu ainda mais. No início, pensei que ele ofereceria uma troca a Peter, ele eliminaria o vídeo se Peter abrisse mão de Alicia. Fiquei imensamente feliz que Will não fez isso, pois Alicia não é uma mercadoria. Mas pensei que Will ao menos mostraria para ela, ou mesmo divulgaria o vídeo. Acho que esperava tudo menos o que aconteceu. Não imaginei que Will pouparia Peter, e não o considero uma pessoa melhor por causa disso. E aqui não falo do Will pessoa, e sim do cidadão, ele tinha o dever de denunciar Peter. Não entra no mérito aqui se Kresteva fez coisa parecida ou pior, odeio quando as pessoas argumentam que se não há o melhor, fique com o menos pior, mas sim que algo desse tipo não deveria ter ficado impune. Talvez Peter nem tinha conhecimento do que o líder do partido fez até o momento em que Will lhe falou do vídeo, mas tenho quase certeza que sim, ele teria reagido de forma mais surpresa, caso não soubesse de nada. Eli ainda tenta se redimir quando diz que teriam vencido sem a tal urna, mas que diferença faz isso? Fraudar um voto ou um milhão é a mesma coisa. O que me resta é ter pena dos moradores de Chicago.
Nós sabíamos que essa season finale traria um desfecho para os principais pontos que vinham sendo trabalhados nos últimos episódios. Um deles, que é a eleição para governador, eu já comentei. Ainda falta falar sobre a nova firma de Cary e o triângulo amoroso envolvendo Will, Peter e Alicia. Nunca imaginaria que Alicia optaria por seguir com Cary após se tornar sócia. Primeiro, como sempre, Alicia foi infeliz em sua conversa com Cary acusando ele de roubar seus clientes. Alicia, querida, Cary não é você, ele tem alguns escrúpulos ainda. Ok, vou deixar minhas implicâncias com Alicia de lado, até porque Cary está sim roubando alguns clientes, mas da L&G e não exclusivamente de Alicia. Aliás, um tanto egoísta nossa protagonista, hein? Roubar clientes da firma pode, agora, quando Cary se aproxima dos clientes que ela trouxe ou manteve na Lockhart & Gardner, ela solta as garras. O que estou querendo dizer é: Cary aceitará Alicia na nova firma? Em algum episódio passado ele já deixou bem claro que não pretende mais tê-la como sócia, mas é bem provável que ele irá rever essa decisão, considerando que provavelmente Alicia levará alguns clientes consigo (Colin Sweeney que o diga) e também que ela é, inegavelmente, uma boa advogada.
Pra ser sincero, não estou levando muito fé nessa nova firma de Cary. Estou torcendo para que dê certo, mas não acredito que de fato acontecerá. Ou, se acontecer, Alicia não o acompanhará. Nós bem sabemos que ela está fazendo isso exclusivamente para se manter longe de Will. O que será da L&G sem Alicia, Cary e provavelmente Diane, já que Peter venceu a eleição? Ou Diane desiste do cargo de juíza, e teremos duas firmas, a Lockhart & Gardner e Agos & Florrick, ou então tudo virará pizza, afinal qual graça terá a L&G só com Will? São muitas as possibilidades e estou muito curioso para conhecer esse desfecho.
Alicia parece finalmente ter tomado sua decisão. Apesar do lindo diálogo com Will e do beijo, quando ela decide que irá seguir com Cary para a nova firma, ela escolheu Peter. Eu estava ficando realmente feliz quando ela abandonou Peter e ligou para alguém pedindo que a encontrasse em seu apartamento, pois achava que era Will, mas ainda não foi dessa vez que eles ficaram juntos. Não sei se esse amor irá sobreviver depois disso, principalmente se Alicia realmente deixar a firma. Mas isso nós só saberemos na próxima temporada…
Outras observações:
– Que avulsa e sem graça as cenas envolvendo Cristian. Provavelmente essa trama voltará a ser assunto na próxima temporada, caso contrário nada justificaria esse plot.
– Kalinda ficou super irritada com Cary, espero que não seja por muito tempo, pois gosto dos dois juntos. Convenhamos que Kalinda estava exigindo demais, e, se Cary não tinha condições de bancá-la, poderia contratar outra pessoa, no caso Robyn. O que ele não deveria ter feito é entrar em um acordo com Kalinda e depois desfazê-lo.
– O personagem de T. R. Knight, Jordan, voltou e novamente não encantou. Até tenho simpatia pelo ator, mas já deu.
– O prefeito de New York, Michael Bloomberg, teve uma pequena participação na série. Não fez diferença alguma, né? Talvez ele seja também um fã da série. Quem sabe um dia chega a minha vez.
– Diane flagrando Alicia e Will se beijando foi das melhores poker face que já vi.
E assim termina mais uma temporada ótima de The Good Wife. Infelizmente teremos que esperar um bocado pela quinta temporada, que muitos já estão dizendo que será a última. Assim como no início dessa temporada, estamos desde já aflitos pelo cancelamento da série. Enfim, por enquanto vamos comemorar que temos mais 22 episódios garantidos. Por favor, não esqueça de deixar seu comentário, e, quando The Good Wife retornar, volte a ler nossas reviews. Foi um prazer sem tamanho conversar com vocês sobre essa série que tanto gosto.
