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The Killing – 1×11 Missing e 1×12 Beau Soleil

Por: em 18 de junho de 2011

The Killing – 1×11 Missing e 1×12 Beau Soleil

Por: em

Nesses dois episódios, The Killing soube mostrar como se faz um filler e finalmente explicou os motivos de ter passado tanto tempo mostrando a parte política.

Missing foi um episódio sensacional. Nada de Richmond, nada de família Larsen, nada de investigação. Veena Sud, que desenvolveu a série para a AMC fez um trabalho excepcional, mostrando como se faz um bom filler, quando se tem uma boa história, um pano de fundo e a química de Mireille Enos e Joel Kinnaman. Algunas reviews atrás reclamei que Enos teve chance de mostrar a atriz competente que é, mas deixou escapar. Porém, em Missing, ela voltou as minhas graças, provando que é excelente no que se propõe. Mireille Enos pode parecer calma quando sua Sarah exige, mas sabe interpretar como ninguém uma mãe que pode estar perdendo o filho. Quando ela explode nos braços de Holder perto de descobrir se o corpo do garoto assassinado é de Jack, Sarah liberou toda a tempestade que se formou durante os episódios passados. E seu choro misturado de alívio e desespero só comprova o que eu falava no começo da série: Mireille Enos merece uma indicação ao Emmy.

Foi nesse episódio que finalmente descobrimos muitas coisas da vida dos detetives, afinal tivemos 50 minutos só com eles em cena. Sarah nada mais é do um produto do sistema de adoção. O que exatamente aconteceu com ela devemos saber mais na 2ª temporada da série que já foi confirmada e sobre isso falo mais abaixo. Sabemos apenas que a mãe de Sarah saiu de casa quando ela tinha 5 anos e então foi parar no sistema de adoção. “Estragada”, que é a palavra que ela usa, Sarah viveu se mudando, trocando de escola e lares adotivos, enquanto sua assistente social Regi (pois é, tá aí a explicação) tentava encontrar uma família para ela. Mas sabemos como isso é no mundo real. A maioria quer crianças menores, bebês geralmente. Sarah tinha 5 anos e provavelmente viria a desenvolver problemas com o abandono (o que aconteceu). De lambuja ficamos sabendo os motivos que fazem com que ela fique tão obcecada com os casos. Sarah quer apenas ajudar, tentar mudar a vida dessas crianças, não deixá-las ter a mesma infância e adolescência que ela. A garotinha do caso anterior terá o mesmo futuro que Sarah. Agora também entendemos porque ela tendia a dizer que o caso de Rosie é diferente, pois nesse a garota já está morta. Mesmo assim, todos os problemas de Sarah vêm de sua infância, e nada mais normal e real do que isso.

Já Holder procurou mais a irmã e o sobrinho do qual ele roubou a moeda para comprar drogas. Deu pena e foi bastante emocionante a cena em que ele tenta explicar para a irmã que não poderia ir, pois uma amiga estava com problemas. Holder é um personagem difícil de não gostar. Ele pode ser durão, boca aberta e tudo o mais. Mas é outro produto de problemas da vida, e os tenta superar dia após dia. Agora, uma das coisas que The Killing fez de melhor foi encontrar dois atores com química e criar uma história de amizade e cumplicidade entre eles. Enos e Kinnaman parecem tão distantes, assim como Sarah e Holder, mas eles combinam em cena. Foi impossível não se emocionar com os dois prestes a descobrir de quem era o corpo; assim como a cena em que brigam no carro pois ele fala que entende os motivos dela não saber como ser mãe. Os dois criaram um laço forte, e fico feliz que poderemos acompanhar isso por, pelo menos, mais uma temporada.

Beau Soleil parece resolver o caso, dando espaço apenas para a season finale, onde devem correr atrás do culpado. Já foi dito que o assassinato de Rosie Larsen será resolvido nessa temporada. Ou seja, a 2ª, que só começa em 2012, contará com Sarah e Holder em outro caso, e quem sabe diversos outros personagens do lado político da trama, mas a finale deve dar o encerramento para a família Larsen, já que Rosie não será mais importante ano que vem. Sinceramente? Não gostaria de que virassem a mesa mais uma vez e inventassem uma forma de Richmond não ser o assassino. A parte política ficou apagada a temporada inteira, então é óbvio que teria repercussão quase direta com o caso de Rosie, ou então não precisaria existir. Também não vou mentir: gosto da ideia de que Richmond seja o assassino. Além de dar propósito real a trama política, pode até fazer sentido. Um homem aparentemente bom, que gosta de jogar no lado correto, mas que por lutas com seus demônios internos, tem seus fetiches, seus medos, e seus cantos negros. Sabemos que até hoje ele não superou a morte da esposa e que quando pressionado pode acabar jogando sujo. Mas vamos aos fatos:

Terry, que continua sendo uma personagem bem desenvolvida, é uma garota de programa de luxo. Uma call girl. Mesmo dizendo que não, é fácil sabermos que ela e Rosie tinham seus segredos, o que fica mais claro ainda quando ela diz para a irmã que nem Mitch a conhecia. Rosie queria viver, e Terry achava isso justo. Mitch e Stan eram mais rígidos, e então a tia levou a sobrinha para participar de seus programas. Rosie era uma Beau Soleil assim como a tia. Mas enquanto Terry atendia clientes como o pai do ex-namorado da sobrinha; Rosie atendia outros mais poderosos, como o vereador Richmond. E não é de se espantar que ele tinha casos com garotas menores de idade, ou qualquer outra mulher. Ele diz amar a esposa, que deve tudo a ela, e que só ela importa. Se fosse realmente assim, nem com Gwen ele teria um caso. Rosie ia ao cassino para depositar o dinheiro que recebia de seus programas, direto na conta da tia.

Jogaram muito na cara que Tom Drexler usava os serviços das Beau Soleil, mas ele não é nada triste ou doce. Quando a garota Céline, ou Aleena, disso isso, pensei na hora em Richmond. Mas mesmo assim o final conseguiu me prender pela forma que foi dirigido. Gwen vendo as fotos dos encontros de Richmond e Rosie, (dados assim de bandeja pelo prefeito Adams? Ele simplesmente aceitou a derrota?) enquanto Holder ia ao local dado por Céline e encontrava vários panfletos do vereador. Mas o melhor mesmo foi o computador de Richmond começar a receber os e-mails enviados pelo parceiro de Sarah. Não sei como ela vai sair dessa, pois ninguém sabe onde ela está, e Holder, caso seja mesmo o assassino (não vejo como não ser) deverá tentar calar a detetive.

Quanto a família Larsen, não sei como terminarão a história deles. Stan saiu da prisão pela ajuda da Terry, enquanto Belko foi demitido por Mitch. Não entendo como tanta gente acha ela insuportável. Acho a interpretação de Michelle Forbes tão real que não importo qual seja a reação da personagem, pois é feito de maneira sutil e ao mesmo tempo crível. Depois de passarmos tanto tempo correndo atrás de Bennet, com episódios sem graça e que poderiam ter sido esquecidos, ficaria chato se eles simplesmente esquecessem essa história do Janek. Mas pode ser que isso acabe entrando na 2ª temporada. Assim como o pai de Jack, interpretado por Tahmoh Penikett (de Battlestar Gallactica e Dollhouse), deve voltar a aparecer. Mas como a season finale deve focar mais na prisão do assassino, a família Larsen deve ter menos espaço, com uma conclusão que eu imagino ser algo como um novo começo.

Na nossa última enquete, Richmond e Terry empataram como suspeitos. Agora será diferente. Apenas uma pergunta simples com duas respostas. Caso seja “não”, então comente quem você acha que é para podermos debater e criar teorias antes do episódio final.



Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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