Willie Pete e Unitended Consequences foram dois grandes episódios. O primeiro foi superior aos seus anteriores, aprofundando-se na cobertura das eleições americanas de 2012, na qual ocorreu a releição de Obama, e o segundo ganhou destaque por sua carga dramática, tendo sido centrado em Meg e mostrando um pouco mais do que aconteceu com ela em Uganda (essa foi uma das grandes dúvidas que ficaram em minha cabeça depois do season premiere).
O tempo de cena – os comuns 52 minutos – para o desenrolar a história de Willie Pete foi pequeno, tudo pareceu meio corrido, como se muitos elementos tivessem sido inseridos e precisassem de finalização imediata, mas isso não alterou o grau de qualidade do episódio, que teve o Projeto Genoa e a cobertura das eleições como fio condutor, além da humanização dos personagens – fato que eu já havia falado nas reviews anteriores. Isso se mostrou no retorno de Nina Howard, a colunista de fofoca que pretendia vazar os verdadeiros motivos que levaram Will a não participar da cobertura do aniversário do 11 de setembro, e no esforço do âncora para que ela não publicasse tal história.
Uma história que ainda não me conquistou é a de Jim trabalhando na campanha de Romney, mas comecei a repensar meu interesse nisto na cena em que ele critica o modo de trabalho da assessoria de imprensa e dos jornalistas na campanha eleitoral, que não questiona as motivações dos planos de campanha e o modo de produção de tais projetos. A submissão dos jornalistas aos assessores acaba por favorecer os candidatos e enfraquecer quem merece ter acesso à tais informações, os eleitores. Sem dúvidas, junto com a cena inicial, que falava dos direitos dos homossexuais, foi a grande cena do episódio.
Como eu já disse, a trama de Unintended Consequences foi centrada em Meg e o tempo em que ela passou em Uganda. O cabelo foi pintado e cortado, o que tanto impactou na primeira cena dela no primeiro episódio da temporada, porque Daniel, um menino orfão ao qual ela se apegou e foi morto enquanto estava com ela, admirava seus longos cabelos loiros. Mas o fato mais chocante revelado no depoimento que deu aos advogados é que ela teve que se consultar com um psiquiatra, que receitou remédios que ela não está tomando por acreditar que está bem. Os advogados – e nós, telespectadores – sabemos que esta não é a verdade, mas isso se desenrolará em episódios futuros.
Foi também neste quarto episódio que o plot do Occupy Wall Street ganhou desdobramentos interessantes e fez muita gente refletir, ainda mais para nós brasileiros que estamos passando por uma fase de manifestações. A entrevista que no episódio anterior MacKenzie marcou para Will com um dos não-líderes do movimento mostrou que é preciso ter líderes para mudar alguma coisa, pois para a verdadeira revolução acontecer é necessário ter planos, metas e objetivos, evitando, desta maneira, fraquezas. Claro que a arrogância de Will fez com que a mensagem fosse passada de forma muito dura, mas voltando à humanização do personagem, houve o pedido de desculpas – algo que, na primeira temporada, eu não ousaria imaginar que aconteceria.
Do próximo episódio até o nono (que será o último da temporada) o Projeto Genoa deve ser a história principal, já que os plots que foram abertos no season premiere se concluíram ou estão perto disso. E tomara que Sorkin mantenha a qualidade dos episódios, tornando, quem sabe, esta temporada melhor que a primeira.