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The Originals – 1×03 Tangled Up In Blue

Por: em 20 de outubro de 2013

The Originals – 1×03 Tangled Up In Blue

Por: em

Quem diria que depois de apensa três episódios eu já estaria me viciando em The Originals. E eu não estou mentindo quando digo que não botava fé alguma nessa série, porque realmente não botava. Achei que as coisas não funcionariam em um universo separado daquele original que conhecemos os personagens. Mas ao contrário das minhas expectativas, esse episódio apresentou tudo que esperamos de 40 minutos de entretenimento: um bom roteiro, uma excelente trilha sonora, personagens magníficos e um background como há tempos não encontrávamos nas mãos de Julie Plec. Parece que a mudança de ares fez realmente muito bem para ela, porque o episódio não só convenceu como também botou pilha pra o que vem pela frente. Não houveram erros nesse roteiro, tudo se encaixou tão bem que não há como não esperar por mais. E depois querer mais. E geralmente é ai que surge a decepção, mas não vamos tocar nesse assunto por hora.

originals103 - klaus

Vira e mexe, eu ainda me impressiono com um personagem como Klaus. Ele é realmente tudo que Elijah citou em sua narração. Aquele ser desprovido de pudores que esconde sua solidão atrás de uma carcaça de crueldade. E toda vez, sem exceção, que estamos perto de desistir de que possa existir algo bom dentro dele ainda, surge um ponto de luz no final do túnel que reabre a esperança – que acaba só levando a uma nova decepção. E na construção desse excelente personagem, Joseph Morgan teve um papel fundamental e inegável. O tom que dá para cada faceta de Klaus é quase que único, tornando nossa decisão mais difícil em amá-lo ou odiá-lo. E eu sentia saudade do enfoque em Klaus, dele ser nosso vilão e mocinho com o tamanho destaque que o personagem merece. O embate com Marcel se tornou uma luta de detalhes, como um jogo de xadrez entre dois excelentes jogadores. Toda a sutileza da aproximação de Klaus, com cartadas pequenas que preparavam uma jogada muito maior, foram pouco apouco ganhando os espectadores e criando em nossa cabeça uma única pergunta: onde isso vai parar?

Achei que Thierry seria um personagem importante considerando um cenário geral da trama, mas acabou que ele fora mais um marionete no meio de tudo que tá acontecendo. Claro que a história entre ele e a bruxa, todo o lance Romeu e Julieta, fora um tanto quanto conveniente para que tudo desse certo para Klaus, mas quem se importa com essas coisas quando o roteiro conta a história de uma maneira cativante? Eu não consegui me importar com isso. Pelo contrário, gostei muito de poder ver um pouco mais do lado líder de Marcel, de como ele se impõe e de como ele ainda titubeou antes de penalizar Thierry de vez. Uma cena que vale muito ser notada é a cena em que Marcel e Klaus conversam logo depois de todo o desenrolar do caso de ‘traição’ do vampiro apaixonado. Quando o Original cita que é muito complicado ser traído por um dos seus ficou claro, pelo menos para mim, que ele estava falando de si mesmo com relação a Marcel – e o próprio Marcel percebeu isso, rendendo-se ao criador com a oferta de paz que seria entregar Elijah de volta.

originals103 - thierry

Falando em Elijah, me incomoda um pouco a sua ausência na série, já que é um personagem muito importante para o desenrolar de alguns muitos assuntos. Claro que, apesar de não aparecer fisicamente, Elijah nunca esteve tão presente como nos últimos episódios. Tudo que acontece é motivado pelo instinto do original em juntar sua família em algo saudável mais uma vez. E isso é bastante admirável considerando tudo que sabemos sobre os três. Enquanto Klaus briga internamente com seus sentimentos, Rebekah é um turbilhão de emoções que, a cada episódio, dá uma deixa de que ainda não superou a sua sede absurda por amar e ser amada – o que pode levá-la diretamente para os braços de Marcel (alguém tá duvidando que isso não demora a acontecer e vai complicar muito a situação envolvendo o embate Klaus x Marcel?). A história mal resolvida de amor entre os dois me incomodou de início, mas agora ela faz mais sentido do que nunca para que a trama do seriado fosse um pouco mais verossímil aos nossos olhos. Precisamos de complicações e Plec adora uma história de amor para fazer a gente sofrer um pouco.

Quem também entra nesse rolo de amor é Camille. Ela é, das novas personagens, a que mais gosto de longe. A profundidade dela é algo muito bacana e que contrabalanceia toda a  falta de humanidade da maior parte dos vampiros da série. E provável que ela seja mais um dos motivos de briga entre Klaus e Marcel. Não tem como isso dar certo. Apesar dela ser peça fundamental para o jogo que Klaus vem fazendo, a cena entre os dois foi de uma intensidade tão grande que, só por aquele momento, eu já torço para que o casal vá além da promessa (não aguentaremos Klaroline parte 2). Se bem trabalhado, esse pode ser um dos plots inesperados que vingue de uma forma que Plec possa trabalhar com a dualidade de Camille envolvendo as diferentes personalidades dos dois vampiros que estão de quatro por ela. Ainda não gosto das bruxas e acho que o papel delas apesar de dito fundamental, tem sido bastante coadjuvante no meio dessa briga toda. Sophie é uma personagem chata, limitada e que está ali para cumprir ordem de um ou de outro. Não consigo ver ela sendo nada além disso e, apesar de sua vida estar ligada com Hayley, não vejo ela não morrendo até o final da temporada.

originals103 - camille

Já que falamos em Hayley, me incomoda bastante o jeito como o roteiro deixa a personagem como pano de fundo. E vejam bem, eu nem gosto dessa personagem, mas o furor que a gravidez dela causou no mundo dos nossos personagens foi algo bastante significativo, porém foi só. Agora ela fica pelos cantos da casa sendo o artifício inusitado do roteiro para contar um pouco mais do passado dos Originais. E Davina. Davina é algo que não quero comentar e que me recuso a comentar. Ainda atuação lastimável, ainda algo que não entendo. Que todo esse poder vá para a outra dimensão junto com ela, por favor! O grande mistério dessa vez foi a reação estranha que a bruxa teve ao tentar descobrir o sexo do bebê de Hayley. Ela procurou, procurou, mas não achou. Então, ficamos na dúvida e curiosos para saber o quão longe isso ainda pode ir. Sem dúvidas, um bom episódio, trama redondinha e tudo no lugar. Estou animado, quero mais. Deixo vocês com o vídeo promocional do próximo episódio e espero ouvi-los nos comentários! Até mais!

 


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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