Despontando como a melhor estreia em números de audiência da CW, The Originals realmente vem surpreendendo semana após semana. Com um trama inteligente e ágil, a série retoma o sentimento que tínhamos nas primeiras temporadas de The Vampire Diaries – aquela sensação de nunca saber o que está vindo pela frente, sendo surpreendido por cada nuance que a trama mostra. E, se tudo isso já não fosse o suficiente para garantir a nossa satisfação com o seriado, eles foram além e criaram uma mitologia muito bem encaixada e que de maneira muito sucinta não passa de uma alegoria de tudo que a série se propôs a mostrar até hoje: estamos falando sobre família.

Depois do último episódio, tudo apontava para que conhecêssemos um pouco mais da história de Davina e de como ela chegara até aquele ponto de reclusão que se encontrava atualmente. E foi mostrando essa história que a série se firmou como um entretenimento de qualidade para mim. A maneira como cada pedaço era contado nos enganava, fazia-nos pensar em quem era o mocinho e quem era o bandido, quando, na verdade, esses papeis se encaixam perfeitamente em qualquer pessoa que esteve envolvida no meio dessa bagunça que se criou por causa de um mal entendido do mundo bruxo. A colheita parecia um ritual normal, só que o seu procedimento nunca fora muito bem esclarecido para aqueles que seriam os maiores interessados, as meninas envolvidas na purificação dos poderes bruxos. E foi aí que o grande mal entendido aconteceu. A colheita de fato existe, mas até você explicar isso para uma garota em meio ao turbilhão de sentimentos de ver suas amigas sendo degoladas, fica bem complicado.

E foi disso que nasceu uma forte relação entre Marcel e Davina. Eles foram unidos pelo medo, pela salvação. Assim como um dia Marcel idolatrou Klaus por tê-lo salvado do pior, Davina faz o mesmo por Marcel, apesar de não estar concordando muito mais com suas ideias. Este é outro ponto interessante: nem mesmo essa relação forte estabelecida entre o salvador e a vítima consegue se manter por muito tempo quando uma das partes tem desejos diferentes. A série explorar isso é uma tremenda cartada de mestre, pois Marcel estaria sofrendo exatamente do mesmo mal que acometeu Klaus tempos atrás. Se um dia Rebekah era o problema, agora lidar com o poder insano de Davina que será o causador das discórdias. E eu achei muito bem explicado da onde veio todo o poder da garota – ela é o que restou da colheita, tudo está concentrado nela antes de ir para a Terra.

No meio de tudo isso, a série foi ainda mais além e conseguiu colocar Sean, o irmão gêmeo de Cami, no meio dessa parte da mitologia. Ao contrário do que eu tinha levantado na última review, ele não fora acometido por uma compulsão de Marcel, mas sim fora enfeitiçado por uma bruxa para destruir todos os envolvidos e que queriam impedir a Colheita, afetando diretamente o padre, que além de seu tio, era a pessoa que ia contra a morte das meninas. Klaus tem essa informação e fará alguma coisa com ela, isso não há dúvidas – considerando que ele já não gosta muito das bruxas, isso pode ser um péssimo sinal para as que residem em New Orleans. E claro que ainda não citei a parte em que a bela mentirosa Sophie entra no meio de tudo isso. Atraindo Klaus de maneira bem sagaz de volta para a sua terra, a bruxa nunca esteve interessada em outra coisa a não ser salvar a sua sobrinha. Nunca houve guerra nenhuma entre os mundos, nunca Klaus esteve no meio de tudo isso, ele foi só uma peça no tabuleiro dela para atingir um objetivo maior, o que acabou funcionando muito bem até então.

Fica meio imprevisível supor os próximos passos da série. Davina precisa morrer para que o poder seja restabelecido e as outras meninas voltem a vida, assim como ela mesmo deve voltar – a grande problemática fica em cima dela acreditar que isso possa mesmo acontecer. Os dois lados começam a criar vantagens monstruosas nesse jogo e fica bem difícil apostar quem pode ganhar essa batalha. Interessante ressaltar que Sophie ainda tem sua vida ligada com Hayley (ou pelo menos é o que ela diz). Quando a esta personagem, seu passado parece cada vez mais perto de vir a tona. Acredito de verdade que as pessoas que a salvaram no episódio anterior fazem parte do seu clã e que logo poderemos conhecer um pouco mais deles e de toda a historia da personagem – que acabou me ganhando e agora pouco me irrita (Davina o posto é todo seu agora). Sobre ela ainda preciso comentar o mais notável: o que foram os olhares trocados com Elijah? Sem dúvidas de que existe muito mais ali do que um tapa na cara de boas vindas e devemos ver em breve a relação dos dois se estreitando ainda mais.

Elijah, que finalmente voltou, teve uma participação fundamental no decorrer de toda a história do episódio. Sua influência e serenidade trouxeram Davina para o lado de Klaus mais uma vez (acho que ela tinha esquecido do acordo que fez com o Híbrido Original no último episódio, né?). E essa volta vem para incrementar um dos pontos principais da série: a família. Elijah mesmo assume que já cansou de desistir de salvar seus irmãos dos problemas, então agora é uma questão de tempo para ele tentar botar cada umno seu lugar – o que ele já deixa muito claro quando intervem na briga entre Klaus e Marcel. Apesar do pouco destaque no episódio, Rebekah teve seus bons momentos, principalmente no reencontro com o irmão e nos flertes cada vez mais constantes com Marcel. E apesar de alguns receios que tenho dessa trama soar um pouco forçada, fico cada vez mais interessado em ver a aproximação da Original com Marcel para ver no que dá (o que não demora a acontecer, apostem).

Por hora, ficamos nisso. Semana que vem tem mais um episódio e parece que as coisas ficaram complicadas para Hayley e seu bebê. Confiram o vídeo promocional abaixo e não deixem de comentar!