The Originals veio essa semana com um episódio de proporções épicas. Quando conhecemos Davina, ainda no começo da série, jamais desconfiaríamos que sua trama tomasse tamanhas proporções como a que fora demonstrada no episódio dessa semana. Com todos os personagens voltados para os efeitos colaterais da magia crescente no corpo da garota, a série nos entregou uma história bem contada e sorrateira, que surpreende com um dos melhores cliffhangers da série: a volta daquela que pode ser uma das bruxas mais poderosas de todos os tempos agora. Surpreso com o desenrolar de tudo que aconteceu, só posso dizer que The Originals, contrariando minhas expectativas, chegou para ficar.
O título do episódio, Après Moi, Le Déluge, me chamou atenção desde o princípio, então fui procurar o que ele realmente significava em um contexto maior. A expressão francesa significa algo do tipo “Depois de mim, o dilúvio” e ela tem atribuições distintas no passado. A mais famosa delas foi com Luís XVI, rei da França, que teria dito isso durante o seu reinado – quinze anos depois foi instaurada a revolução Francesa no país, um movimento sem precedentes que alterou drasticamente o modo de governo francês. Trazendo para o contexto da série, a frase caiu como uma luva para a tomada dos poderes da natureza no corpo de Davina. Um a um, os quatro elementos foram demonstrando sua força e sobrepujando a ligação entre a magia e a Terra. Terra, vento, água e fogo. Foram impressionantes as cenas em que os elementos tomavam conta da menina, destacando os momentos em que ela cuspiu aquela terra e também o grande dilúvio que causou – referenciando o título do episódio.
Sem dúvidas, a colheita e suas implicações vem sendo uma trama tão bem trabalhada na série, que até mesmo que não gosta de mitologias que envolvem o mundo bruxo, acabou sendo tomado pela história. E o poder dessa trama está exatamente em não sabermos o quanto dela é crível ou não. As meninas morreram e só faltava Davina para completar o ritual, só que agora não existem mais anciãs para trazê-las de volta, o que dificulta e muito. E com um plano bem bolado na cabeça de Elijah eles conseguiram chegar bem perto do que pensara ser a solução – só que, para o espanto de todos, nenhuma das meninas acordou. A decepção estampada no rosto de cada um dos personagens mostrou o quanto eles foram enganados pela ilusão de que aquilo realmente daria certo e foi Marcel que acabou se descontrolando perante a impotência da situação.
Seu descontrole foi positivo exatamente por levar Klaus a demonstrar outro lado pouco conhecido de sua personalidade: a compreensão. Acalmar o seu melhor amigo, naquele momento, foi um gesto nobre e bastante inesperado para alguém que não se importa com ninguém – aparência que ele tende em manter, mas quando se trata de sua família, acaba abrindo raras exceções. Foi o Klaus desse episódio que também reconheceu a clareza de sua irmã ao lidar com os acontecimentos, o que o leva a perceber que ele não está mais jogando sozinho sua disputa por poder. Rebakah soube usar bem de sua influência sobre Marcel e Davina para levá-los até o sacrifício, o que pode ser um fardo bem pesado de se carregar agora que a bruxa está ‘morta’. O que também foi interessante fora a preocupação em firmar com Thierry sua palavra – custe o que custar, ela não o deixaria para trás para morrer – essa busca por fidelidade as promessas é algo que Rebekah deve ter aprendido com Elijah, sem dúvidas.
A relação pouco conturbada de Elijah e Hayley sofreu sua primeira rasteira. Nossa loba grávida acabou mentindo para o vampiro e ainda quebrando uma das promessas que ele fizera no passado, o que com certeza contraria todas as convicções do personagem. Celeste fora um grande amor para ele e ser deixada em paz era seu último desejo, o que ele prometeu fazer. Sabendo o final – que para mim foi o melhor final da série e me fez lembrar os tempos aureos de The Vampire Diaries -, aquela cena que Celeste e Elijah conversam, enquanto Sophie tenta tirar poder de seus ossos fez muito mais sentido. Ela estava sondando ele, querendo entender o porquê de tanta fidelidade a uma memória tão longínqua e até confessa de certa forma sua real identidade (cicatrizes da sua morte). Fato é que a volta da bruxa (inexplicada até então) deve ser a causa direta da permanência da morte das meninas e ela parece ter planos bem traçados para a cidade. Pelos elementos que pudemos ver, acredito que estaremos vendo um pouco mais de magia negra e voodoo nos próximos episódios, o que dará bastante problema para nossos vampiros – além de causar um embate emocional em Elijah que terá de ver seu grande amor de volta e lutar contra ela.
E a sensação que ficou foi de que estávamos vendo um episódio de desfecho – tudo que não senti no mid-season finale, veio agora. Aquelas pessoas estranhas servindo a Sabine (agora Celeste), a bruxa tomando todo o poder de Davina e nossos protagonistas sem a menor noção do que está acontecendo. Segurem-se, os próximos episódios prometem ser bastante intensos. Abaixo deixo para vocês o vídeo promocional do próximo episódio e não deixem de comentar!
