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The Vampire Diaries – 4×01 Growing Pains

Por: em 12 de outubro de 2012

The Vampire Diaries – 4×01 Growing Pains

Por: em

And that’s me. I’m a human. At least i was…

Um novo capítulo de Vampire Diaries acabou de se iniciar e não podia ter sido feito de maneira mais espetacular. Com uma premiere avassaladora, a série começa sua quarta temporada colocando todos os personagens juntos na mesma ação principal e funcionando muito bem com isso. Os números comprovam que VD não veio para brincadeira. Sua audiência empatou com Last Resort, estreante na emissora ABC, e derrotou 30 Rock, famosa comédia americana. Foi como voltar ao piloto da série, só que dessa vez os personagens já eram velhos conhecidos nossos. Sim, muita coisa mudou desde então: o vampiro perfeito passou por uma crise de sangue onde teve que enfrentar seus limites por conta do seu extremo altruísmo, enquanto nosso vampiro bad-boy passou a ser alguém a se considerar com sentimentos, mas não perdendo nunca seu sarcasmo característico. E ela, sempre decidida e entregue, Elena mudou também. Elena que mais uma vez se pôs de lado pelos outros, que quis tomar uma decisão e errou. Elena, agora vampira.

Já tivemos muitas transformações na série ao longo dessas três temporadas, mas nunca acompanhamos de perto como as coisas se desenvolviam. Quando Vicky se transformou, um pouco do seu sofrimento foi para a tela, mas nossa proximidade com a personagem ainda não era algo tão grande para nos importarmos de fato. Com Caroline, a situação já foi diferente, mas mesmo assim, a transformação logo foi apagada pela quantidade de informações que a trama traz semanalmente. Depois Jenna, que infelizmente foi mais uma boneca na brincadeira de Klaus. Com Elena, tudo é diferente. Ela é nossa protagonista, suas emoções sempre foram o foco principal da trama e lidar com isso trouxe a série a um outro nível. Pudemos observar claramente a personagem desenvolvendo o sentimento contra o vampirismo durante as temporadas anteriores, apesar de todos os seus próximos pertencerem a espécie. Mas Elena sempre quis mais que isso. Queria viver, ter filhos, envelhecer – opção esta tirada pelas mãos de Rebekah. Estavam ali, os cinco estágios do luto. Começando, claro, com a negação.

Apesar dela negar toda essa situação e não querer acreditar que estava se transformando em vampira, Stefan talvez fosse o que mais sofria com todo o acontecimento. Foi por respeitar a opinião de Elena que tudo acabou acontecendo. Nós sabemos que a culpa não foi dele, Elena também, mas Damon fez questão de esfregar na cara do irmão que a escolha que ele tinha tomado não poderia ser mais idiota (pausa para o comentário hilário de Damon por Stefan deixar mais um quaterback no mundo). E esse duelo interior que Stefan viveu durante todo episódio foi algo bacana de ver. Ao mesmo tempo que queria ficar junto de Elena pela eternidade, a esperança de que Bonnie pudesse fazer alguma coisa para reverter toda a situação nunca o deixava – afinal, se bem conhecemos Stefan, ele nunca se perdoará por isso. Mas o caminho já estava traçado, então surge a raiva. E ela vem de maneira sutil, quase que imperceptível, afinal Elena prefere esconder dos outros os seus problemas. Mas o riso a toa estava ali, o choro engasgado também e, claro, a lâmpada quebrada com as próprias mãos.

A produção da série caprichou em como mostrar as sensações da personagem nesse episódio. Tudo estava sendo intensificado, tudo mesmo, e as imagens, sons, emoções estavam todos ali, a flor da pele. Os barulhos incomodavam o espectador assim como o faziam a personagem, deixando as sensações amplificadas para fora da tela. Então surge a barganha, proporcionada por Bonnie – de maneira absolutamente errada. A bruxa, desde o final da terceira temporada, decidiu mexer com coisas que vão além do seu controle, algo bem ligado com a magia negra, o que claro ia surtir em consequências depois. Interessante ver que Bonnie, até então regrada a magia pura, se entregou a algo tão ruim por conta de seus amigos. Isso é bem notável na série, os personagens, mesmo não sendo uma família, se tratam como tal, lutando e dando a vida uns pelos outros. E apesar de tentar ir para o outro lado, salvar a amiga dessa vida que ela tanto odiava, sua avó estava lá, impedindo ela de se relacionar com tais poderes – o que acabamos vendo que não deu muito certo. Sem mais esperanças, a depressão assola Elena, num dos momentos mais bonitos do episódio (e talvez da série). Sua entrega a Stefan com certeza emocionou até os corações mais duros que assistiam o episódio.

Ele tinham respeitado sua opinião, tinha se dedicado a ela mesmo sabendo quais poderiam ser as consequências de tudo aquilo. Ela estava voltando por ele, essa tinha sido sua escolha. E em nenhum momento ela se arrependia disso, muito pelo contrário, naquele último momento de sua ‘vida’ tudo que queria era simplesmente olhar para o rosto do cara que amava e não podia fazer isso. Então eles sorriam, um para o outro, sem colocar o real sorriso no rosto, mas dando a esperança que precisavam para continuar. Nem Rebekah conseguiu ser indiferente a isso e acabou ajudando Stefan a proporcionar o sangue que Elena precisava para sobreviver, então a personagem se entrega ao sangue. Elena completou a transição. O mais bacana de tudo isso é que a série não temeu em arriscar com essa transformação da personagem, trazendo as memórias de volta logo de cara – o que eu achei que ainda demoraria um pouco. Foi bom rever aquela cena da segunda temporada, onde Damon revela seu amor pela garota e também saber que ela tinha noção que eles tinham se conhecido primeiro. Mas a escolha de Elena continuava a mesma, afinal Damon nunca deixaria suas preferências de lado para fazer o que Elena queria, ele jamais agiria como Stefan.

E no meio de tudo isso, o pastor Young surgiu e mexeu com toda a estrutura de segurança que sempre tivemos com relação aos vampiros. É isso que faz VD ser boa, a série que arriscou a transformar sua protagonista em uma vampira, pega e coloca todos, absolutamente todos, os vampiros da cidade em perigo, tornando tudo ainda mais interessante. Quando a xerife e a prefeita foram caçadas, as coisas já não estavam boas, mas ver Caroline sendo pega foi o mais apavorante de tudo. E por ser VD, não podíamos garantir que tudo ficaria bem com a personagem. Rebekah também caiu na mesma cilada, mas só a primeira das vampiras foi salva por Klaus, ou melhor, Tyler, ou melhor, Klaus no corpo de Tyler – um dos momentos mais divertidos do episódio foi ver a reação de Caroline ao descobrir que estava quase transando com outro homem que possuía o corpo do seu namorado.

Klaus foi outro destaque – como sempre – do episódio. Sua barganha com Bonnie foi um dos pontos fortes e levou a um dos momentos mais tensos dessa premiere. Vai ser bastante interessante saber quais as consequências para Bonnie de tudo isso que ela andou fazendo relacionado a magia negra – trazer Klaus de volta ao seu corpo foi algo muito pesado (por sinal, será que explicarão como seu corpo sobreviveu?). Klaus também terá de lidar com o fato de não ter mais sua fonte de sangue para híbridos, já que Elena agora é uma vampira – o que gerará sua fúria em poucos episódios, podem ter certeza. Fúria essa que já deu sua primeira amostra contra sua própria irmã, numa grande explosão de sentimentos mútua e palavras precipitadas. Esse relacionamento fraternal conturbado entre Klaus e Rebekah ainda dará muito pano para a manga.

Agora, alguém conseguiu entender o motivo daquela explosão na cabana do Pastor Young? Qual o objetivo desse maluco ao explodir todo mundo com uma mangueira de gás e um isqueiro? Claro que ele vai tentar jogar a culpa para cima dos vampiros da cidade ou envolvê-los de alguma maneira nisso, mas o vídeo promocional do próximo episódio não dá nenhuma dica do que irá acontecer. Bacana também foi ver como Damon reagiu a tudo que aconteceu nos últimos dias da série. Sua raiva era latente e quem pagou o maior preço foi Matt (que por muitos momentos me fez pensar que seria a fonte da primeira gota de sangue de Elena). E Matt não teve que lidar só com a raiva do irmão mais velho, Stefan também deixou tudo muito claro para o garoto – o que, vamos combinar, é verdade: ele que aproveite bem a vida normal dele, pois alguém tinha sacrificado a sua vida por isso. Tivemos um pouco de Jeremy também, mas nada além do seu desespero rotineiro por tudo dar errado a sua volta, então nem focarei nisso.

E foi assim, primorosamente, que VD fez sua volta a televisão. Um passo de cada vez. Mesmo com a dor, com o sofrimento, com tudo que veremos Elena passar, sabemos que no final, tudo dará certo. Estamos esperando para ver isso. Queremos a intensidade dos seus sentimentos, a fúria da sua força e sua vontade infinita de colocar qualquer um a sua frente. A quarta temporada de VD promete ser diferente, mas para melhor. Façam suas apostas, acredito que veremos a melhor temporada da série até agora. Abaixo você pode assistir o vídeo promocional do episódio da semana que vem, ‘4×02  Memorial‘, e depois soltar o verbo nos comentários! Até semana que vem.


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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