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The Vampire Diaries – 4×10 After School Special

Por: em 20 de janeiro de 2013

The Vampire Diaries – 4×10 After School Special

Por: em

Rebekah: Did that hurt — having someone you love drive a dagger through your heart?
Stefan: Yes.
Rebekah: Welcome to the last 900 years of my life.

Há muito tempo não me animo tanto para fazer uma review de The Vampire Diaries como a desse décimo episódio. Depois de um começo de temporada um tanto quanto capenga, que mais serviu para alguns shipers se empolgarem e outros se desiludirem quando tudo que vimos era o desenvolvimento sofrido e cansativo do triângulo principal da série, finalmente tivemos a nossa série de volta – com toda a ação e personagens na sua melhor forma possível. Não é falar por falar, sou fã da série desde sua primeira temporada e sabemos do que Julie e Kevin são capazes, por isso que o comentário geral é de que a atual temporada vinha decepcionando. A transformação de Elena foi o catalisador de toda a problemática entre estar apaixonada por Damon ou estar ligada a ele, o que poderia ser muito interessante, mas acabou não sendo por priorizar tanto só esse plot e fazer com que o charme da série como um todo se perdesse nesse caminho. Fora que os fãs de Stefan acabaram vendo tudo que foi construído em três anos de série sendo jogado fora por conta de uma dúvida – o que gerou uma descaracterização da personagem Elena perante ao público. Por isso que acho que esse décimo episódio redimiu o começo da temporada. Ele colocou todos os pingos nos i’s que estavam faltando.

Elena pode estar ligada a Damon, não temos como saber isso (só se a cura realmente existir), porém ela estar com ele é uma escolha que vem fazendo ao longo dos últimos episódios e colocar essa dúvida perante os espectadores da série me pareceu uma desculpa esfarrapada dos roteiristas para não perder audiência de nenhum lado da torcida. Porque se pensarmos bem foi isso que vimos nos últimos nove episódios: Elena louca por Damon, mas fazendo isso como se fosse algo não dela, mas uma compulsão. Só que Stefan estava ali a todo momento, sofrendo com tudo o que se passava, deixando-nos com ainda mais raiva de toda a situação que estava sendo criada. Quando soube da temática desse episódio, li algumas entrevistas de Plec comentando que o episódio conteria conversas derradeiras para o casal Elena e Stefan, mas achei que não passaria de discussões devido a recente descoberta do mais novo dos Salvatore sobre a diversão sexual entre o irmão e a amada. Mas não, o roteiro jogou na nossa cara verdades absurdas que os próprios personagens tinham medo de admitir. Estarem hipnotizados fez com que Elena e Stefan tivessem que mostrar tudo que estavam passando e realmente sentindo. Desculpa, não consigo aceitar mais que Elena faz tudo pela ligação. Ela assumiu estar apaixonada por Damon. E mais, ela assumiu o amar, quando não mais ama Stefan. E como foi duro ver tudo isso sendo jogado na cara do vampiro.

Apesar de muitos não gostarem, Stefan sempre foi um dos meus personagens preferidos, principalmente pelo altruísmo a ele agregado.  Durante toda sua trajetória, pudemos ver os altos e baixos do personagem e acho que o breakpoint da sua relação com Elena veio da sua fase estripador que, apesar de involuntária, acabou por machucá-la demais, fazendo com que se ligasse a alguém que, apesar dos pesares, estava cuidando dela. Por isso não acho precipitado o amor de Elena e Damon, nem surreal (apesar torcer por Stefan, claramente). Tudo foi sendo construído para que chegássemos exatamente ao ponto que estamos e sejamos maduros a aceitar, uma hora isso ia acontecer. Se um triangulo existe, ele será utilizado e o que eles esperam é exatamente a reação do público. E ver essa comoção geral os anima ainda mais a investir em histórias como essas para fazer com que todos acompanhem episódio a episódio para saber quem no final vai levar a melhor. Afinal, apesar da mitologia impecável e personagens que superam o trio protagonista, The Vampire Diaries sempre será a história de amor complicado entre os irmãos Salvatore e uma mulher. A dor de cada revelação de Elena não poderia ter sido sentida de maneira mais intensa e vejo nós, espectadores da série, como Caroline no meio daquela mesa. Nós não queríamos ver aquilo. Ouvir as palavras que Elena tinha para dizer. Mas cada uma delas foi dita e era a pura verdade. A série mostrou que não está criando tramas a toa, que seus personagens não se perderam, só mudaram – coisa que acontece com todo mundo – e isso faz parte do novo cenário que a série se prestou nesse quarto ano. Agora se tudo isso que vimos teve o que podemos chamar de um culpado, ele, ou melhor ela, responde pelo nome de Rebekah.

A personagem nunca esteve em melhor forma – diga-se de passagem, como Claire Holt faz falta no elenco da série – e sua volta deu a sacudida que o show precisava nessa temporada. A revolta de ter sido apunhalada pelo irmão, pela milionésima vez diga-se de passagem, trouxe a tona uma personagem que a muito deixamos de ver. A insegurança tomou conta de Rebekah por muito tempo e isso ainda não deve sumir, pois a transformação dela em vampira aconteceu com ela num turbilhão de emoções e sentimentos que só foram amplificados, mas foi bom ter um pouco mais de certeza e ‘maldade’ por parte da personagem. Essa brincadeira de prender todos no colégio foi algo genial e forçou situações – como a de Elena e Stefan – que tornaram o episódio brilhante. Na clara referência ao ‘Clube do Cinco’, o castigo de seus convidados foi dar um show com verdades que estavam na ponta das línguas de cada um e que devem trazer consequências para os próximos passos da série. Acredito que Elena não ficou nada satisfeita com a revelação por parte de Caroline da sua transa com Damon. As consequências para Stefan e Elena, nem se fala. E o bacana foi como a personagem – Rebekah – trouxe de volta todos os sentimentos que a fazem sofrer a 900 anos. Ela não teve medo de machucar ninguém e dessa vez não fisicamente, mas emocionalmente que é uma ferida muito mais complicada de se tratar.

Para mim, a melhor cena do episódio fica de longe com o pedido de Stefan para que as suas memórias de Elena fossem apagadas, com a sequente recusa de Rebekah, pagando na mesma moeda o sofrimento que vem tendo por toda sua vida. E o choque não poderia ser mais intenso no rosto de Elena. Apesar das revelações, como seu ex sempre passara por cima de tudo, ela não esperava isso dele, tenho certeza. Mas o olhar de Stefan estampava a decepção que tinha tido com toda a conversa e as verdades descobertas. Sair andando, sem dar ouvidos para Elena, depois de tudo que aconteceu me pareceu a melhor maneira de se encerrar aquela péssima noite. E vamos combinar que muito disso vem da participação do nosso querido original Kol. Fazia tempo que não encontrávamos o vampiro original e sua participação foi bastante decisiva para o episódio. Junto com Rebekah, Kol entra na briga pela cura, mas acaba se desinteressando depois de saber os reais planos de Shane. Esse renascimento de Silas me parece o grande acontecimento da temporada o que me anima e preocupa ao mesmo tempo. O surgimento de um novo vilão se faz necessário, ainda mais agora que Klaus, apesar de ainda movimentar muito as ações da série, parece estar de saída. Só que essa conveniência de trazer os mortos de volta me assusta um pouco. Não que eu não goste da ideia de ter alguns personagens de volta, mas acho que pode ser que prejudique mais do que ajude, fazendo com que a série se perca nessa facilidade de trazer quem quiser, na hora que quiser, de volta.

Tyler não lidou bem com a morte de sua mãe e isso acabou mexendo muito com o jeito que as coisas foram transcorrendo, ao ponto de vermos o garoto correndo atrás de seus amigos desenfreadamente. A muito não víamos uma transformação dele em lobo e isso me deixou muito animado, sendo um dos pontos fortes do episódio. Lidar com as perdas sofridas parece ser o caminho que o personagem tem a trilhar daqui para frente, sendo que a escolha de estar sozinho caberá a ele – que parece que é o que vai acontecer. E se Klaus causou tudo isso, parece ainda não ter cansado. Sua aparição no QG de treinamento de Jeremy foi um tanto quanto assustadora, mas serviu para potencializar o desenvolvimento dessa parte da trama que estava apagada, até por conta de Damon não estar agindo como esperávamos (pensei exatamente como Klaus – ele não era o irmão que arriscava as consequências?). E achei sensacional a sequência do bar, com uma música de fundo, Klaus bebendo tranquilamente, enquanto todos os outros estão mortos. Ou melhor, em transição – só esperando a hora da sede chegar, fazendo com que Jeremy aja para sua tatuagem crescer. Agora vamos combinar que Matt precisa de uma trama para ele! Estou cansado de ver o personagem como coadjuvante dos demais, mas acho interessante a ligação dele com o irmão de Elena.

A única ressalva que eu tenho para o episódio talvez fique por conta do lado de Bonnie. E dessa vez nem tem a ver com magia. Fiquei só surpreso com aquela aparição repentina do seu pai – e novo prefeito -, sendo que aparentemente existia um relacionamento entre os dois, o qual nunca presenciamos ou vimos resquícios ao longo de três temporadas (pelo menos não que eu me lembre). Agora sua ligação com Shane evoluiu de maneira primordial para a trama, sendo que ela é mesmo uma chave de tudo que pode acontecer daqui para frente. Toda a ligação das doze mortes que vem acontecendo logo será canalizada para um motivo maior, o que deve trazer a tona muita coisa, inclusive da mitologia da série como um todo. Não sei se estou esquecido, mas não lembro de termos alguma explicação para o medo de Kol com a volta de Silas. Então, tem muito mais por trás disso do que podemos imaginar. E a aliança que não diriamos acontecer tão cedo pode estar tomando forma. Stefan e Rebekah juntos pode significar muito mais do que queremos ou imaginamos. Mas anseio para ver esses dois trabalhando juntos e, quem sabe, revivendo alguns momentos do passado também. E ficamos por aqui.

Depois desse episódio, desconsidero minhas críticas e começo do zero na temporada com The Vampire Diaries. Espero que a série me surpreenda e prenda minha atenção mais uma vez, como já fizera tantas vezes de maneira tão fácil. Os personagens estão ali, as tramas também, basta serem bem utilizadas. Te deixo agora com o vídeo promocional de Catch Me If You Can, que será exibido na semana que vem e deixo os comentários livres para você soltar o verbo. E aí, o que você achou desse décimo episódio? Gostou, odiou? Acho que poderia ser melhor? Está ansioso pelo próximo? Converse comigo! E até a semana que vem!

 

P.S.: A trama da April ainda não me chama tanto atenção, mas acredito que teremos uma breve repercussão da sua denúncia sobre os recentes fatos e sobre o professor Shane. Aguardemos.


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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