Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

The Voice – 4×01 Blind Auditions, part 1

Por: em 26 de março de 2013

The Voice – 4×01 Blind Auditions, part 1

Por: em

Está de volta o reality show musical favorito dos Apaixonados por Séries (admita, American Idol já deu, vai…). Entrando em sua quarta temporada após uma terceira de grande sucesso, que introduziu mudanças muito bem-vindas ao formato e consagrou sua primeira vencedora do sexo feminino, Casadee Pope, o reality vem mostrar que, apesar do período curto entre os seus ciclos, é possível sentir muita saudade das cadeiras que giram.

Um dos pontos altos do programa sempre foi o seu grupo de técnicos famosos, que dão o sangue pelos seus times e sempre tem uma crítica construtiva para ajudá-los. Assim, foi criada um grande expectativa para a nova temporada com a saída de dois dos técnicos antigos, Cee-Lo e Christina Aguilera. Em substituição entraram Usher e Shakira, artistas de peso do cenário musical, comprovando que The Voice realmente está bem cotado na indústria do entretenimento.

Devo admitir que desde a divulgação dos novos nomes já fiquei empolgada. Embora tivesse que reconhecer o talento de Christina como vocalista, nunca gostei muito da atitude da ex-técnica, que era extremamente carinhosa com o seu time, mas amarga de forma desnecessária com os membros dos demais. E Cee-Lo, embora talentosíssimo como showman (as performances em grupo dele sempre foram as mais divertidas), muitas vezes parecia distante e um pouco desinteressado. Com a adição de Shakira e Usher aparentemente os produtores conseguiram transformar o que era bom em algo ainda melhor (aparentemente porque ainda estamos no primeiro episódio, mas tenho fé que os demais episódios serão tão empolgantes quanto esse). Adam e Blake continuam com o carisma e sex appeal marcantes das temporadas anteriores. Já Shakira trouxe a simpatia e a cordialidade latina que faltava ao grupo, enquanto Usher trouxe uma seriedade que mostra que eles está realmente empenhado em transformar algum daqueles cantores em uma estrela da música (afinal, isso não é novo para o homem que descobriu Justin Bieber).

Ao final do episódio tive aquela sensação gostosa de sempre: um sorriso no rosto e a certeza de que a música transforma a vida das pessoas. Assim, vamos a análise dos candidatos que tornaram essa estreia tão especial:

As primeiras candidatas foram as The Morgan Twins, ou, em bom português, “As Gêmeas Morgan”. Tenho que admitir que fiquei meio receosa quando vi aquelas duas loiras vestidas de forma idêntica. Tenho um pouco de birra com gêmeos que gostam de agir como se fossem a mesma pessoa. Não sei vocês, mas se eu fosse idêntica fisicamente a outra pessoa, tentaria ao máximo me diferenciar dela. Mas enfim, essa sou eu, não as gêmeas Morgan. Apesar dessa minha impressão inicial ruim, fiquei genuinamente impressionada com a performance de “Fallin'” da Alicia Keys que as duas fizeram. Adoro harmonias vocais e elas mostraram que esse é mesmo o seu forte. Achei que ficou diferente do que já foi feito com essa música outras quinhentas vezes em programas do tipo. Todos se viraram e, embora elas tenham demonstrado uma preferência inicial por Usher, as gêmeas acabaram mudando de ideia e escolhendo Blake. Resta agora saber se elas serão a dupla que quebrará a maldição das duplas do The Voice, que nunca vão muito longe na competição.

Em seguida tivemos Jess Kelner. Uma moça muito bonitinha mas infelizmente bem esquecível. Gostei do estilo dela e assim que ela começou a cantar “Can’t help falling in love” (Elvis Presley) com aquele timbre diferente, imaginei que Blake e Adam virariam suas cadeiras. Para a minha surpresa, nenhum dos dois se impressionou (talvez por já estarem cansados de seguir esse tipo de voz nas temporadas anteriores?) e foram os novatos que deram a Jess a oportunidade de continuar na competição. Adorei ver a empolgação de Adam e Blake de colocarem os dois para brigar pela garota, é esse o tipo de interação que torna o programa especial. No final, Jess acabou optando pelo R&B de Usher (o que é uma pena, porque eu realmente acho que ela e Shakira combinavam muito mais, afinal a colombiana sabe como é ter uma voz diferente).

Depois tivemos Mark Andrew, o primeiro a trazer uma história trágica em sua bagagem (na verdade Jess também teve uma história ruim com a mãe alcóolatra, mas não foi dada tanta atenção à história dela): ele fazia parte de uma banda, mas dois músicos dela que eram seus grandes amigos acabaram falecendo. Triste não? Pois é, e essa não foi a única tragédia da noite. Mas, focando na apresentação, Mark tem uma voz muito agradável e é daquele tipo de cantor que faz parecer que abrir a boca e soar afinado é uma coisa fácil. Concordo com Adam que “Knockin’ on heaven’s door” (Bob Dylan) talvez não tenha sido uma ótima escolha, já que é nas Blind Auditions que eles podem criar aquele momento de realmente impressionar o painel, mas fico feliz que ele tenha continuado na competição. Achei bonitinha a justificativa para ele ter escolhido a Shakira, dizendo que era o desejo da mulher dele.

Janetza Miranda veio preencher a cota Domo: a participante espevitada que samba, dança, canta e masca chiclete. Falando sério, eu gostei da participante. Ela tinha uma risada contagiante e uma família muito alto-astral (o que era aquele pai porto-riquenho engraçadíssimo?). No entanto, quando ela começou a cantar “Titanium” (Sia feat. David Guetta) ficou claro para mim que ela seria a primeira eliminada. Blake foi quem definiu melhor o problema da apresentação: os versos foram extremamente dramáticos e pareceram forçados demais. Por isso, mesmo tendo uma voz com alcance relativamente bom, demos adeus a Janetza. Mas, com aquele abraço do Adam e aquela família super pra cima, acho difícil Janetza ficar triste por muito tempo.

A primeira adolescente prodígio da noite foi Danielle Bradbery de 16 anos. Eu disse lá em cima que o nível drama deste episódio foi alto, certo? Pois Danielle superou o trauma de ter dentes tortos para participar do programa. Brincadeiras à parte, eu sei que as crianças podem ser más e o bullying é coisa séria. Mas precisava apresentar essa como a história dramática da menina? Enfim, o que importa é que Danielle foi um sucesso e a sua apresentação de “Mean” (Taylor Swift) agradou a todos menos Shakira. E eu estou com a Shakira nessa. Ela é uma gracinha e cantou tudo no tom, mas não vejo razão para a comoção e briga que ocorreu entre Usher, Adam e Blake. Momentos mais engraçados: Usher subornando a menina com ingressos para shows do Justin Bieber (sendo que ela não pareceu nem um pouco tentada pela oferta) e Usher (ele de novo!) chamando a cidade de Nashville de estado. Pelo jeito geografia não é o forte do nosso novo treinador. Mas a forma com a qual ele lidou com o erro foi bem legal.

Vedo é um rapaz com uma história realmente triste. Foi de partir o coração vê-lo chorando com a possibilidade de perder a mãe que está com câncer de pulmão em estágio avançado. Assim, é difícil ser imparcial e não vibrar quando Usher o escolheu para o seu time. Era óbvio que essa era a vontade de Vedo, que escolheu “Boyfriend” (Justin Bieber) para a sua apresentação. Acho que os dois combinam perfeitamente e fico curiosa para ver o que eles vão preparar para o futuro da competição. Será que Vedo é nome artístico ou a mãe dele simplesmente é muito criativa e já sabia que o filho seguiria carreira? Nunca ouvi esse nome na vida.

Christian Porter também veio preencher uma cota bem conhecida dos realities musicais: a do cara branco com um violão. Christian é cantor de barzinho e tocou uma versão bem diferente de “Sexy and I know it” (LMFAO) que fez três cadeiras virarem (todos menos o Adam). Achei o estilo do cara legal e ele me lembrou bastante o Mackenzie da temporada passada, que também tocava violão e fazia versões diferentes. Só que a voz do Mackenzie às vezes me irritava um pouco, então achei a do Christian melhor. Fiquei surpresa de ele ter escolhido o Blake, mas acho que essa vai ser uma tendência da temporada, já que o cantor country já venceu duas vezes. Lendo alguns artigos hoje, descobri que a versão apresentada por Christian não foi invenção dele, e sim de um homem chamado Noah. O vídeo de Noah cantando esta versão da música tem mais de 16 milhões de visualizações no Youtube. Vi muitos reclamando de Christian por ter levado os créditos da versão, mas não é a primeira vez que isso acontece em The Voice, então acabei relevando.

A segunda adolescente da noite foi Leah Lewis, de 15 anos. Só que a chinesa adotada por uma família americana não teve tanta sorte quanto a sua colega de 16 anos. Embora também tenha cantado country (“Blown Away”, da Carrie Underwood), a performance da menina não foi capaz de girar nenhuma cadeira. Achei legal que Leah parece bem madura para a sua idade, e espero que ela siga aperfeiçoando sua voz, já que ainda é bem nova e tem um caminho longo pela frente. Não sei se era eu que estava muito emotiva, mas o quão lindo foi o pai delas falando que ter adotado as duas chinesas foi a melhor coisa que ele fez na vida?

Kris Thomas foi a grande surpresa que eles anunciaram desde o início do episódio. E qual era a surpresa? Ele era um homem, embora soasse como uma mulher. Não é a primeira vez que isso acontece no programa, então foi bem decepcionante o estardalhaço que fizeram em cima disso. Mas, independente do sensacionalismo da edição, Kris realmente tem uma voz muito suave e agradável e eu poderia ficar escutando a versão dele para “Saving all my love for you” (Whitney Houston) a vida inteira. Achei estranho que só Shakira o escolheu, mas ficou bem claro que os outros técnicos ficaram com inveja dela ao descobrirem que Kris era um homem. Afinal, segundo Usher, as mulheres adoram homens com a voz como a dele.

James Irwin fez uma apresentação morna de “The man who can’t be moved” (The Script) e não seguiu para as próximas etapas. Acredito que tenha sido mais um caso de má escolha da música, que na minha opinião não é nada empolgante. Foi meio triste vê-lo receber a notícia sozinho, mas pelo jeito sua esposa e seu filho pequeno não puderam comparecer. De qualquer jeito, é reconfortante saber que ele tem uma família o esperando de braços abertos.

Por último tivemos a apresentação de Judith Hill. Obviamente já sabíamos que algo grandioso viria, afinal a última apresentação do episódio não é para os fracos. Mas não sei se estava preparada para ver alguém tão profissional como Judith. Quem já viu o filme This is it, que mostra os bastidores da última turnê do rei do pop antes do seu falecimento, sabe que a mulher canta muito. Quem não viu, procure a performance inteira dos dois cantando “I just can’t stop loving you” e vejam do que estou falando. Então não tinha dúvida de que ela arrasaria em sua versão de “What a girl wants” (Christina Aguilera). O interessante é que, além de cantar muito bem, Judith deu a sua cara à música, tanto que demorei um tempo para reconhecê-la. Como cada um dos técnicos já tinha 2 membros ou mais em seus times e Adam ainda estava sem nenhum, ficou bem claro para mim que a participante escolheria o vocalista do Maroon 5. Além disso, Adam mostrou uma empolgação que não tinha mostrado por nenhum participante até então, ficando claro o quanto queria Judith em seu time. Essa escolha me deixou bastante animada com o futuro dela no programa, já que a trajetória de Amanda Brown na temporada passada foi uma das minhas favoritas. Adam sabe trabalhar essas vozes poderosas com escolhas nada óbvias, o que me agrada muito.

O único ponto negativo da participação de Judith é que eu não gosto desta discrepância do nível dos candidatos, que ao mesmo tempo que tem amadores do nível de Danielle, tem profissionais do nível de Judith. Acho que a competição fica com um nível muito desigual, e acaba criando um favoritismo nas semanas iniciais e esse sentimento de “já ganhou” (pra mim o Javier Colon ganhou a primeira temporada desde sua blind com “Time after time”) que prejudica o andamento do programa. Não é legal ter frontrunners tão óbvios bem antes do final. Eu sei que essa minha reclamação é precoce, já que só tivemos um episódio, mas como é algo que aconteceu nas demais temporadas, decidi apontar como um dos pontos negativos de The Voice.

Felizmente os pontos positivos ainda são maioria e esse episódio me deixou muito esperançosa de que essa será uma das melhoras temporadas do programa. E vocês, estão tão otimistas quanto eu? Qual foi o seu cantor favorito dessa estreia? O que acharam dos novos técnicos? Deixem seus comentários!

Resumo da noite:

Team Adam – Judith Hill;

Team Shakira – Mark Andrew e Kris Thomas;

Team Usher – Jess Kelner e Vedo;

Team Blake – The Morgan Twins, Danielle Bradbery e Christian Porter.


Maura

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita:

Não assiste de jeito nenhum:

×