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The Walking Dead – 3×09 The Suicide King

Por: em 14 de fevereiro de 2013

The Walking Dead – 3×09 The Suicide King

Por: em

O mundo das séries é realmente uma caixinha de surpresas. Depois da temporada passada, quando The Walking Dead penou – e muito – para apresentar um episódio acima da média, essa temporada vem apresentando um atrás do outro e consolidando a série como uma das melhores da fall season e, agora, midseason. Depois de dois ótimos episódios, nos quais tivemos um batalhão de cenas de ação, quesito em que  a série sempre foi especialista, tivemos outro excelente episódio. Esse não com tantas balas, mas igualmente arrebatador.

Sempre esperei pelo dia em que os personagens de The Walking Dead fossem seu pilar principal e tivessem suas personalidades desenvolvidas com as inúmeras situações que teriam que inegavelmente enfrentar. Pois então, finalmente, a série vem conseguindo fazer isso com qualidade. É realmente ótimo ver os duelos entre os personagens, mas ainda melhor é notar que as atitudes desses personagens são reais, compreensíveis e palpáveis.

The Suicide King começa com o esperado encontro entre os irmãos mais iguais e, ao mesmo tempo, diferentes do mundo das séries. Merle e Daryl, lá no início da série, me pareciam ser iguais. Eles eram, de fato, muito parecidos, motivados pelo fato de terem sido criados pela mesma família e provavelmente mesmo ambiente. São fatores que moldam a personalidade de uma pessoa, mas não são totalmente determinantes. Merle e Daryl são a maior prova disso. Enquanto o primeiro não tem qualquer tipo de escrúpulo ou sentimento por qualquer pessoa que não seja ele mesmo, Daryl, mesmo escolhendo ficar com o irmão, é humano e tem a sensibilidade, do seu jeito um tanto discreto, de gostar e se apegar às pessoas. O que está por vir é o que mais empolga. Talvez, e apenas talvez, Merle tenha um resquício de sentimento pelo irmão, mas não confio nele e tenho a certeza de que, mais cedo ou mais tarde, ele vai trair a confiança de Daryl. Uma pena que talvez seja tarde demais para este personagem tão querido voltar para o grupo de pessoas que realmente se importam com ele.

Outro embate que me deixou empolgado foi entre Glenn e Rick. O primeiro sempre foi meu personagem predileto. Desde o início ele vem mostrando sua importância para o grupo e crescendo na trama, mesmo não tendo muito espaço. Agora, Glenn chegou ao seu auge na série. Olhar nos olhos de Rick e questionar uma de suas decisões é uma das coisas mais raras da série, e isso foi feito duas vezes nesse episódio.

O fato de Maggie ter sido violentada (ela não chegou a ser estuprada, mas o que o Governador fez com ela é sim, na minha opinião, uma violência sexual) deixou Glenn transtornado, e não imagino que ele vá conseguir esquecer tão facilmente. Não o vejo culpando Maggie, apesar de mal estar conversando com ela, pelo contrário, ele sabe a quem culpar e queria se vingar eliminando Merle. Eu torci imensamente para alguém dar um tiro no irmão de Daryl, mas sabia que isso não iria acontecer. A explosão de Glenn, portanto, foi um dos pontos altos do episódio e serviu para deixar Rick ainda mais confuso e mostrar que sua liderança não é mais tão absoluta quanto antes.

Como disse anteriormente, Rick foi questionado duas vezes nesse episódio. O primeiro foi Glenn, e o segundo foi Hershel. Esse personagem vem sofrendo – assim como todos, diga-se de passagem – um bocado, mas é um dos que mais está aprendendo com essa experiência. O fato de ele ser o mais velho do grupo pode justificar isso. A questão é que Hershel deu um show! Primeiro, protagonizou uma cena de encher os olhos com Glenn, depois mais uma, dessa vez com Maggie e, finalmente, o cara a cara com Rick. Defender os novatos era uma atitude mais que esperada de Hershel, assim como expulsá-los é a que eu esperava de Rick. O que eu não imaginava é que o senhor de cabelos grisalhos iria questionar a decisão do semi-ditador. Foi uma cena de pura aflição, ao menos da minha parte. Se antes eu já imaginava que Rick daria uns socos em Glenn, fiquei apreensivo com a reação dele. Contudo, o que aconteceu a seguir, nem de longe, estava nas minhas previsões de desfecho.

Lori voltou. Se alguém me dissesse que ela voltaria antes de assistir o episódio, provavelmente não acreditaria, pois, apesar de se tratar de uma série de zumbis, não imaginei que The Walking Dead fosse se aventurar pelo mundo dos fantasmas. O bom é que esse nem de longe é o objetivo dos roteiristas. O intuito de trazer a personagem mais odiada da série de volta é quase nobre, ao menos para nós telespectadores. Acredito que não sou o único que está adorando ver a instabilidade de Rick. E isso não é nem pelo fato de eu não gostar do personagem, pelo contrario, estou até gostando de Rick nessa temporada. O que me refiro é que essa trama é interessante. Afinal, Rick passou por grandes choques: como se não bastasse acordar do coma e se ver longe da mulher, filho e tudo o que conhecia, Rick ainda teve que lidar, mais tarde, com a morte da esposa, nascimento da filha e a pressão e a responsabilidade que um posto de liderança num grupo que tenta sobreviver em um mundo apocalíptico causa, são acontecimentos que deixariam qualquer um fora do seu juízo perfeito.

Ele está entrando em colapso. Isso já vem sendo arquitetado faz algum tempo. Desde aquele telefonema polêmico, até mesmo a relação com a pequena Judith, são provavelmente fruto dessa quase demência que está cercando o protagonista. Não sei até que ponto a série irá com esse plot, mas estou realmente curioso. Um Rick instável, ou até insano, pode render ainda mais grandes momentos e, principalmente, consequências drásticas.

E, como se tudo isso já não fosse suficiente, ainda temos Andrea finalmente começando a acordar. Eu sempre adorei a personagem, mas ela caiu e muito no meu conceito quando decidiu se aventurar nos lençóis do Governador. Não que eu não entenda, pelo contrário, Andrea estava fascinada por aquele cantinho do mundo intacto e protegido, no qual aparentemente as pessoas viviam em paz. Confesso que eu provavelmente também deixaria Michonne ir embora e ficaria ali, seguro. Tanto entendo ela que estou torcendo para ela crescer ainda mais em Woodbury. Gostei realmente de vê-la assumindo as rédeas e acalmando o povo. Além disso, foi ainda melhor vê-la enfrentando o amante. Imaginei que ela ficaria mais revoltada quando descobrisse que ele escondeu Glenn e Maggie dela, mas imagino que a grande revolta ocorrerá quando ela descobrir o que ele fez com eles e, principalmente, com Michonne. Andrea promete ser ponto fundamental nessa batalha que ainda está longe de terminar. À quem ela será fiel?

Por fim, é preciso dizer o quão feliz estou com o andar da temporada. As lutas, tiroteios e discussões, como sempre, foram incríveis, e os personagens estão sendo desenvolvidos, também de forma incrível. Tudo indica que essa boa fase vai continuar por um bom tempo, já que o Governador não demorará a contra-atacar. Eu, e tenho certeza que você também, não vou perder isso por nada. Porém, enquanto o domingo não chega, que tal deixar seu comentário sobre esse grande episódio?

Outras observações:

– Beth apareceu no episódio de uma forma que ela nunca apareceu. Será que a personagem vai ganhar mais espaço nos próximos episódios? Gostei de vê-la cuidando de Judith.

– Carol está realmente apaixonada por Daryl. Gosto do casal e espero que Daryl volte logo.

– Espero que os novatos (principalmente Tyreese e Sasha) fiquem com o grupo e acredito que será o que realmente irá acontecer. Aquela cena em que Beth e Axel levam as pás para eles rendeu um momento de tensão ótimo.

– O Governador e Michonne, que protagonizaram uma cena estupenda (a da luta) no episódio passado, não apareceram tanto nesse. Assim como os novatos, espero que Michonne não seja expulsa por Rick, o que também não acredito que irá acontecer.

 


Micael Auler

Gaúcho que ama chimarrão e churrasco (tchê!) quase tanto quanto ama séries, filmes e livros. Para acompanhar, seja lá o que for, bebe: se não o chimarrão, café; ou então algo com um pouquinho de álcool.

Lajeado / RS

Série Favorita: The Good Wife

Não assiste de jeito nenhum: Supernatural

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