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The Walking Dead – 3×10 Home

Por: em 19 de fevereiro de 2013

The Walking Dead – 3×10 Home

Por: em

O cérebro é uma das maiores incógnitas que há. É muito interessante você parar e analisar o quanto esses sobreviventes já passaram. Muitos se foram, mas tantos outros ficaram, e esses, se não são mordidos pelos walkers, acabam sucumbindo com tamanho sofrimento. Matar uma única pessoa já é capaz de deixar alguém eternamente transtornado, e, por mais que matar seja sinônimo de sobreviver em The Walking Dead, chega o momento em que o tal cérebro não aguenta mais, mesmo que o corpo, por mais incrível que pareça, esteja intacto. Rick é a prova viva disso. Ele transformou completamente sua personalidade inicial com o intuito de sobreviver, proteger o grupo e, principalmente, sua família. Agora, Lori se foi, assim como tantos outros do grupo que ele supostamente deveria proteger. Eu sei, e todos sabemos, que ele fez tudo o que podia. O único que parece não saber disso é o próprio Rick.

O fato de Lori estar aparecendo, apesar de não ter trazido grandes momentos ao episódio, é absolutamente rico. Não gosto, definitivamente, da ideia de ter algo sobrenatural na série, e não espero ver uma Lori dialogando ou coisa do tipo, mas torço para que ela continue aparecendo, ou então que a insanidade de Rick continue a ser trabalhado, pois, sem dúvida, mais cedo ou mais tarde, ela trará uma consequência que provavelmente não será positiva.

Ao mesmo passo que Rick vem sendo muito bem desenvolvido, Glenn vem crescendo imensamente. Sempre imaginei que, sem Rick, Daryl assumiria o comando, e, por algum motivo que não sei bem qual, nunca imaginei o grupo sem Rick e Daryl. O fato de Glenn ser a próxima opção me agradou, mas a maneira como ele agiu não, apesar de compreendê-lo. O instinto de liderança de Glenn é muito mais parecido com o de Shane, por exemplo. Se tivesse a oportunidade, mesmo que mínima, Glenn voltaria para Woodbury, inclusive sozinho, para tentar matar o Governador. Apesar de não ter me agradado ver Glenn um tanto quanto rebelde e até imaturo, percebo que é completamente aceitável, pois o personagem nunca teve em sua mão a responsabilidade de tomar decisões. Ele, sem dúvida, se tornará uma grande líder quando houver necessidade.

É interessante ver que o propósito da série está finalmente dando certo. Quando surgiu, li muito sobre “The Walking Dead não é uma série sobre um mundo apocalíptico, mas sim sobre as relações das pessoas nesse mundo.” Até pouco tempo atrás, considerava isso uma inverdade. Agora, com o andar dessa temporada, é seguro dizer que a série atingiu esse objetivo. Não espero mais ansiosamente por ataques zumbis para agitar a série e fazer com que os minutos passem mais rapidamente. Pelo contrário, os momentos em que eles duelam com os walkers acabam sendo os mais entediantes – o momento em que Daryl e Merle salvam os mexicanos na ponte é um exemplo. Aguardo, agora, com muito mais ansiedade as cenas de duelo entre Prisão e Woodbury, mas também anseio pelo momento de reconciliação entre Maggie e Glenn, pelo reencontro de Andrea com os ex-companheiros e a conquista da confiança do grupo por parte de Michonne.

O tiroteio foi obviamente o ponto alto do episódio. Eu sabia que o Governador iria contra-atacar, e não acreditei nem um segundo quando ele disse para Andrea que ele os deixará em paz, desde que não voltem para Woodbury. Mesmo assim, fui pego de surpresa com o tiro em Axel. Estava gostando da interação dele com Carol, pois essa personagem é a que talvez foi menos trabalhada ao longo das temporadas e estava com esperanças que ela finalmente fosse vingar. Talvez agora com a volta de Daryl ela se declare, já que imaginou que poderia nunca mais vê-lo quando ele escolheu seguir com Merle.

Essa é outro ponto que estou ansioso para acompanhar. Como bem Merle lembrou, ele tentou matar Michonne. Além disso, prendeu e manteve presos Glenn e Maggie. Não consigo imaginar coisa boa vindo aí. Michonne e Merle tem personalidades muito fortes, e não vejo os dois juntos no mesmo grupo. Um dos dois terá que sair, talvez os dois, já que nenhum deles faz parte da formação original. Porém, acredito que ela vem conquistando aos poucos seu espaço, mesmo que não colabore muito com isso.

Contudo, o que mais me deixa instigado é Andrea. É muito difícil interpretar de qual lado ela está, na realidade, acho que nem ela sabe ainda. Sem dúvida, ela ainda guarda mágoa do grupo que não voltou por ela, mas no fundo sabe que eles não são pessoas más, o que ela já não pode afirmar com toda certeza sobre o Governador. Tenho a impressão que chegará o dia em que ela o apunhalará, provavelmente quando menos espera. Ela pode vir a ser o grande trunfo para qualquer um dos lados, basta sabermos a quem corresponde sua lealdade.

Esse episódio, por fim, foi de calmaria. Um ritmo mais calmo para descer a poeira e cada um analisar suas reais possibilidades nessa guerra que está começando. E, como não poderia faltar, uma grande cena de ação para coroar mais um ótimo episódio, coisa que a série vem apresentando já faz algum tempo.

E você, o que achou desse episódio? O que prevê para os próximos episódios? Deixe suas considerações nos comentários abaixo, pois terei o maior prazer em lê-los e farei questão de respondê-los.


Micael Auler

Gaúcho que ama chimarrão e churrasco (tchê!) quase tanto quanto ama séries, filmes e livros. Para acompanhar, seja lá o que for, bebe: se não o chimarrão, café; ou então algo com um pouquinho de álcool.

Lajeado / RS

Série Favorita: The Good Wife

Não assiste de jeito nenhum: Supernatural

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