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The Walking Dead – 4×01 30 Days Without An Acident

Por: em 15 de outubro de 2013

The Walking Dead – 4×01 30 Days Without An Acident

Por: em

Assim como feito com Once Upon a Time temporada passada, por uma questão de tempo e disponibilidade, um rodízio de autores foi estabelecido aqui no blog para que a temporada de The Walking Dead ganhasse reviews. Dessa maneira, eu, Aline, Micael e Douglas nos revezaremos, semanas após a semana, com a missão de comentar esta que é sem dúvida uma das mais badaladas  – e polêmicas – séries da atualidade. Polêmica não em suas tramas, mas pelo modo como seus espectadores se dividem. Há aqueles que detestam The Walking Dead – e eles estão no seu direito. A acusam de ser lenta, chata, enrolada e outras mil coisas do tipo. Na outra extremidade, seus defensores rebatem com argumentos que vão desde o canal em que o show é exibido até o clássico “essa é uma série sobre pessoas.”

A bem da verdade, não acho que nenhum dos dois esteja totalmente certo. The Walking Dead não é uma série perfeita – até diria que passa longe disso -, contudo, também não é uma perda de tempo total. Sua trama se desenvolve a passos mais lentos, sim, mas isso deixou de ser um problema lá pros idos da Terceira Temporada (na terrível segunda temporada, sim, incomodava). A série amadureceu, aprendeu a trabalhar melhor seus personagens, seu roteiro e por mais que ainda não seja a maravilha que todos esperavam, já dá sinais de que só tende a crescer.

30 Days Without An Acident é um season premiere que, se não conseguiu conquistar pela ação física, mostrou-se competente do ponto de vista psicológico. 

Gleen Maggie The Walking Dead

É difícil encontrar quem não goste do Glenn e Maggie juntos. Em meio a tanto caos, destruição e um mundo totalmente devastado e sem esperança, o romance dos dois acaba sendo uma “válvula de escape”, algo em que se apoiar, uma última fagulha de esperança de que alguma coisa boa pode acontecer, mesmo em uma terra dominada por um apocalipse zumbi. Depois do que eles passaram nas mãos do Governador temporada passada, era esperado que uma nova dinâmica se estabelecesse. Nos fóruns afora e em algumas entrevistas do elenco, muita gente já tinha cantado essa bola de uma possível gravidez. Devido ao modo como os atores se portaram sempre que questionados sobre isso e a algumas cenas deste episódio (como a cena do supermercado, quando o Glenn olha os artigos de nomes para bebês), não acho que essa história tenha acabado aqui com a negação dela ao final.

– Eu não quero ter medo de estar viva.
– Ter medo é o que nós mantém vivos.
– Não. É o que nos mantém respirando.

A possível discussão a respeito do bebê é interessane. Glenn é pessimista e acha que trazer uma criança a um mundo como esse é fazer mais mal do que bem. E depois do que ele viu com Lori e de tudo o que passou nas mãos dos errantes, dá pra culpá-lo por esse pensamento? Ao mesmo tempo, também é possível entender a Maggie querer ter uma criança um dia. É, novamente, a questão da esperança de dias melhores.

Uma atitude parecida com a de Glenn podemos ver em Carl, que cresceu 3 anos em apenas alguns meses. O filho de Rick há muito já deixou de ser criança. O apocalipse zumbi, a loucura do pai e a morte da mãe o forçaram a um rápido amadurecimento. Carl vê o mundo pela ótica de Rick e Gleen: Não há final feliz. Uma das cenas mais interessantes do garoto nesta premiere é quando ele discute com algumas das crianças que agora vivem na prisão porque elas deram nomes aos errantes. A maturidade que Carl atinge ali mostra que ele se tornando uma cópia do pai. Viver no mundo em que eles vivem torna o pessimismo mais comum, mas em nenhum momento isso deveria ser o elemento dominador, ainda mais dele, que é uma criança.

É exatamente esta atitude que me faz ter certeza de que ele contará para Rick sobre as aulas de “sobrevivência” que Carol anda dando nas horas de leitura.

Rick mulher misteirosa The Walking Dead

A história de Rick com a mulher perdida tomou grande parte do episódio e, no fim das contas, não serviu pra muita coisa além de mexer um pouco mais com a cabeça do chefe do grupo. Ele não quer pegar em armas e prefere usar uma faca. Fantasmas ainda o atormentam, mesmo que ele já esteja bem melhor do que estava temporada passada. Este episodio não deu muito material sobre o xerife, então ainda fica dificíl imaginar que caminhos ele vai trilhar nesta temporada. Provavelmente terá relação com o que irá acontecer dentro da prisão e com os zumbis que cada vez mais se aglomeram do lado de fora.

Um problema de 30 Days Without An Acidentalém do excesso dessa trama do Rick, foi a grande quantidade de novos personagens que o roteiro colocou, sem um preparo prévio de terreno ou algo do tipo. Eles simplesmente foram aparecendo, aparecendo, aparecendo e chegou a um ponto em que não dava mais pra prestar atenção a quem eles eram, quais suas motivações ou qualquer coisa do tipo. Não acredito que essa superlotação vá durar muito (acho que aquela horda zumbi do lado de fora vai acabar dando um jeito de atacar a prisão).

O único que se destacou foi Tyreese, muito embora ele não seja exatamente tão novo assim. O mais bacana do personagem é sua sede de se provar útil, de ajudar alguém, de fazer alguma coisa boa. Tyreese tem em si um espírito de liderança que lembra muito o Rick das primeiras temporadas e não deve demorar muito pra se tornar uma voz tão forte quanto Rick, Daryl ou Gleen no grupo.

Personagens fortes como Daryl e Michonne ainda não mostraram exatamente qual será sua função na temporada, mas nunca dá pra esperar algo menor do que “ótimo” deles. É interessante ver Michonne sociável, andando a cavalo, alfinentando Rick e trazendo revistas em quadrinho para Carl. Uma prova do amadurecimento da personagem depois da temporada passada e dos tempos em Woodbury. E, falando nisso, por onde anda o Governador? Quantos episódios até ele dar as caras novamente? Não acho que muitos.

TWD

O final do episódio, seguindo a velha regra de The Walking Dead, foi chocante. A morte de Patrick e sua posterior transformação em zumbi dão muito o que se discutir. Como a porca também estava doente, provavelmente há alguma coisa na água ou na comida. E, se o caso for realmente esse, Patrick foi apenas o primeiro. Parece uma trama promissora e que pode funcionar bem nessa primeira metade da temporada, pra quebrar o clima de “tranquilidade” e “vida segura” que se instaurou ali na prisão.

A melhor sequência do episódio: A “chuva de zumbis” no supermercado.  Bem elaborada, bem executada, emocionante e angustiante, a cena trouxe tudo que The Walking Dead tem de bom.

O melhor diálogo: Gleen e Maggie sobre ter ou não um bebê.

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Em tempo: The Walking Dead retornou batendo todos os seus recordes de audiência, com assombrosos 8.2 na qualificada, uma audiência considerada monstruosa para um canal de TV a cabo.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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