O que me animou nesse episódio foi algo que The Walking Dead nunca soube fazer: cenas sem zumbis. Nesse episódio não tivemos praticamente nenhum walker, e principalmente nenhum combate com os comedores de humanos. Pelo contrário, tivemos combate entre vivos, e, numa das primeiras vezes, funcionou.
A cena inicial foi realmente boa. A tensão e apreensão de Andrea e Michonne foi palpável. E, apesar de achar Merle completamente desprezível, o encontro com ele foi bastante interessante. Taí uma trama que pode dar certo. As duas guerreiras por si só já formavam uma dupla incrível. A relação de amizade entre elas é tão complementar e tão primária que convence todos nós. Afinal, quando trata-se de sobrevivência e confiança, tudo torna-se tão mais delicado. E as duas se encontraram, se ajudam e tem confiança mútua. O que acontece é que, de certa forma, parece que teremos um choque nessa relação. Michonne está louca para dar o fora dali, enquanto Andrea está cada vez mais tentada a ficar. Acrescente aí Merle e sua sede por vingança e amargura e o Governador (só eu notei um climinha entre ele e Andrea?). Woodbury parece ser tudo aquilo que a fazenda não foi na temporada passada.
Um local seguro e, principalmente, preparado para suportar cenas realmente boas, de pessoas somente. Alias, permita-me falar um pouco sobre esse local. Entendo que num mundo apocalíptico, a confiança é algo muito delicado, mas eu ficaria extremamente feliz com um local como esse. Poxa, água quente? Achei que isso nem existia mais. Sabe, eu já sabia mais ou menos como seria essa comunidade, mas me surpreendi com algumas coisas. Até escola tem, gente. Isso se chama verossimilhança, ou seja, aqueles detalhes meios estranhos que a gente revela em prol do bem maior, que é a série em si. É ficção, ora. Mas o que quero dizer, no final das contas, é que fiquei pensando sobre as primeiras civilizações, as formas de organização, distribuição de poder e divisão de tarefas e fiquei realmente curioso para apreciar, dentre tantas outras coisas, a política dessa nova civilização.
É tão estranho, e ao mesmo tempo contraditório e compreensível, o fato das pessoas finalmente terem encontrado um local seguro, mas na verdade se sentirem-se mais inseguras do que em qualquer outro lugar que já estiveram. E isso se justifica naquele tremendo susto que levei quando o Governador atirou naquele soldado. A chacina que se seguiu foi igualmente assustadora e chocante. Esse cara não está aí para a brincadeira, e isso me leva a considerar Andrea e Michonne sortudas, pois se tivessem um pouco de munição ou qualquer outra coisa, poderiam ter o mesmo fim. Apesar disso, gostei dele. Não costumo gostar daqueles que se acham fodões, não admitem estar errados e adoram ser o centro das atenções, mas com o Governador é um pouco diferente, o que move ele, ao menos é o que me pareceu, é manter sua comunidade segura. E essa é, sem dúvida, uma causa nobre.
Outras observações:
– Adorei o ator que interpreta o Governador, David Morrissey. É uma exceção, já que a maioria dos atores principais decepciona.
– Só eu imaginei que uma bela mulher loira apareceria quando ele mencionou a Dra. Stevens? (só os fortes, ou melhor, os fãs de Grey’s Anatomy entenderão).
– O que vocês acharam do cientista? Pra quem não sabe, o ator também interpreta o irmão de Alicie, em The Good Wife. Particularmente, não gostei tanto dele, mas acredito que iremos aprender bastante sobre zumbis com ele e suas teorias.
– Adorei o fato de centrarem a trama desse episódio em Andrea, Michonne e o Governador em si, eles estavam aparecendo tão pouco, ou mesmo ficavam só na promessa, que foi realmente bom conhecê-los um pouco mais. Aliás, convenhamos que ficar sem ver uma boa parte do outro grupo é até bom.
– Continuo e continuarei com três pés atrás com Merle. Algo me diz que ele trará muitos problemas ao grupo, principalmente Rick, quando estes chegarem a Woodbury.
– Aqueles zumbis da Michonne deveriam realmente ser alguém que ela conhecia. Aliás, que personagem reservada e ao mesmo tempo interessante.
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