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True Blood – 5×07 In the Beginning

Por: em 27 de julho de 2012

True Blood – 5×07 In the Beginning

Por: em

O circo de horrores de True Blood começou. Agora que estamos oficialmente na metade final da temporada,  a série entra naquele ritmo frenético já característico. E, em True Blood, ação muitas vezes se traduz em cenas bizarras. Não que isso seja algo ruim. Esse é um traço da série que se mantém desde o seu início e, neste ponto, os fãs já devem (ou deveriam) estar acostumados. Obviamente que, ao mesmo tempo que tivemos cenas interessantes e bem desenvolvidas, tivemos aquelas que nos deixam com um tanto de vergonha alheia. Mas isso a gente tenta relevar. O que importa é que há muito tempo que não via Alan Ball nos presentear com uma trama tão redondinha, aonde temos um fio condutor claro que interliga os diversos personagens.

Logo no início já tivemos a resposta para a questão que assolou os fãs da série durante toda a semana: Roman realmente morreu? Sim, morreu. Acredito que não tenha como afirmarmos outra coisa depois de vermos a poça de sangue que sobrou no lugar aonde antes havia um Guardião da Autoridade. Ainda acho um grande desperdício de um ótimo ator e de um ótimo personagem, mas já estou um pouco mais conformada. Acho que é verdade o que dizem e o tempo realmente cura. Foi bom ver que a Autoridade ativou um procedimento de segurança, e eles não ficaram tão impotentes quanto o final do episódio passado tinha dado a entender.

Com o apagar das luzes, Russell foi direto naquele que parece ser seu inimigo número um do momento: Eric. Alguém mais reparou a inquietação de Bill durante esta cena, sem saber o que estava acontecendo com Eric? Esse bromance realmente evoluiu muito desde o início da temporada. É interessante vermos os dois se preocupando um pouco com as próprias vidas e um com o outro. A obsessão deles pela segurança da Sookie, que chegou ao ponto dos dois oferecerem a vida por ela no final da temporada passada, já havia cansado.

Infelizmente, como investigadores Bill e Eric são ótimos vampiros. Por que tanta dificuldade em descobrir quem traiu Roman? Ambos desconfiaram da Molly antes de cogitarem a participação de Salome no golpe. Isso foi um pouco forçado, principamente se pensarmos que Eric observou a interação entre Salome e Nora na cela. Mesmo sem entender exatamente sobre o que elas estavam falando, ele deveria ter suspeitado de alguma coisa. Sorte deles que Salome não pareceu muito interessada em esconder sua participação e convocou-os para uma reunião na qual explicou os motivos para ter libertado Russell e tramado a morte de Roman.

Durante a reunião, Bill questionou (muito sabiamente) o porquê de Salome não ter matado Roman em uma das várias oportunidades que já devem ter se apresentado. Então ouvimos uma história triste de como Roman já tinha derramado muito sangue vampiro, de que ele merecia o destino que teve por ter criado toda esta guerra, mas que as escrituras diziam que seria um pecado cometer um atentado contra o Guardião, blá blá blá, etc. Tudo o que Salome falou para mim se resume a uma simples justificativa: ela precisava de um bode expiatório para cometer o pecado no seu lugar. E Russell se encaixava perfeitamente em seu objetivo.

Gostei de ver pelo menos um membro da Autoridade se revoltar quando Salome propôs que todos tomassem o sangue de Lilith e comungassem em união. Pelo menos uma pessoa daquele lugar, Dieter Braun, era comprometida com a causa do mainstreaming. Pena que ele perdeu a cabeça, literalmente. O Alan Ball deve estar com raiva de mim por algo que eu tenha falado (ele lê as reviews, obviamente), só isso justificaria ele ter assassinado os meus dois membros favoritos da Autoridade.

Impressionante como a Nora e a Salome estão desequilibradas. Só assim para não terem descoberto que todo esse “amor” de Russell por Lilith é mais falso do que nota de 3 reais. A fé deixou-as completamente cegas. Falando em Russell, ele estava impagável nesse episódio. Denis O’Hare está repetindo (talvez até superando) o sensacional trabalho que fez na terceira temporada. Engraçado como, após tomarem o sangue de Lilith, todos os vampiros aparentaram estar drogados e tiveram suas personalidades alteradas para seres mais sanguinários, sem qualquer apreço pela vida humana. Exceto pelo Russell. Ele continuou exatamente igual. É como se ele vivesse à base do sangue de Lilith.

Entrando no campo das cenas bizarras, chegamos na última cena, que parece ter sido feita para chocar. Lilith aparecendo como veio ao mundo, vampiros transformando uma festa de humanos em banquete, sangue, sangue e mais sangue. Impressionante como True Blood consegue fazer tantas cenas boas e escorrega ao fazer um simples rio de sangue. Aquilo não estava super fake? Mas, mesmo esta cena tendo seus defeitos especiais, ela já vale pela curta aparição de Godric. Se existe alguém capaz de tirar Eric do transe e devolver alguma humanidade a ele, esse alguém é o seu criador. Resta saber se Eric conseguirá resgatar Nora ou Bill das alucinações (afinal, Lilith foi só uma alucinação, certo?).

Saindo um pouco dos vampiros, tivemos Sookie e Jason no mundo das fadas. Após o curto circuito ocorrido na magia de Sookie, as fadas decidem testar sua luminescência. Descobrimos então que o poder da loira é finito, já que ela é mestiça e não tem sangue puro de fada. Assim, seu poder está diminuindo e se ela não tiver cuidado, poderá se esgotar de vez (infelizmente nem a ideia brilhante de Jason de plugá-la para recarregar o poder funcionaria). Vi muitas pessoas reclamando desta trama, mas estou bem satisfeita. A Sookie sempre teve esse desejo de ser normal e era óbvio que ela agarraria a oportunidade quando ela surgisse.

Um dos pontos altos do episódio foi a conversa que ela e Sam tiveram sobre as dificuldades de ser sobrenatural. Acredito que só quem faça parte de uma das minorias perseguidas no mundo tenha noção exata da dificuldade que é enfrentar todo o ódio. Durante a conversa, eles levantaram um ponto importante de que, mesmo não fazendo parte de um grupo perseguido, eles ainda seriam capazes de ver toda a injustiça. No entanto, sofrê-la na pele deve ser mil vezes pior. Então entendo completamente porque alguém desistiria de uma vida assim.

Jason continua enfrentando seus demônios após a descoberta de que seus pais foram assassinados por vampiros. Para quem estava com saudades da interação entre ele e Jessica, tivemos uma boa conversa dos dois essa semana. Pena que as coisas não acabaram muito bem. Caso você não tenha percebido, isso foi um eufemismo. As coisas não acabaram nada bem, afinal Jason ATIROU em Jessica. Tudo bem que ela é vampira e se curou rapidamente, mas atirar pode ter sido uma reação um pouco forte (outro eufemismo). Acho que essa relação pode ter azedado de vez.

A vida de Jessica deve ficar ainda pior agora que o seu ex-namorado psicopata, também conhecido como Hoyt, se uniu ao grupo de ódio dos Obamas. A conversa que Hoyt teve com eles, falando sobre como estava sentindo o amor e aceitação dentro do grupo, serviu para ilustrar bem a lógica deturpada que muitos deste grupos usam para justificar suas ações. O nível de loucura destas pessoas não é baixo.

Nas demais tramas tivemos: Alcide treinando com a sua vice, o que rapidamente evoluiu para algo mais (este é um dos três novos romances prometidos por Alan Ball na Comic-Con desse ano, alguém teria algum palpite sobre os outros dois? eu tenho um, mas não vou dizer antes de ouvir o de vocês); Terry e Patrick fugindo do Ifrit no meio de um campo (não entendi porque isso é uma boa ideia, a não ser que eles pretendam ficar lá a vida inteira); e Lafayette indo visitar o abuelito de Jesus. Aliás, que cena assustadora, não? Jesus! (Cristo, não o falecido).

No geral, mais um episódio muito legal desta temporada. O que vocês acharam? Ansiosos para o episódio dirigido pelo Stephen Moyer?

A quote da semana vem do meu diálogo favorito, entre Sookie e Sam:

“No way, I’d say you’ve got to keep fighting stupidity. Every mind you change is one less on the bad side”. – Sam

 

P.S.: Sei que a review ficou gigante, mas tem três cenas que merecem ser citadas. As duas mais engraçadas do episódio: Bill fazendo Eric de cavalinho (awnnnn!) e Sam rolando no chão farejando o tapete. E a mais bonitinha: Holly e Arlene assistindo ao vídeo do casamento. Esse vídeo vai ficar ótimo como um dos extras do DVD da temporada!


Maura

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita:

Não assiste de jeito nenhum:

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