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True Blood – 5×12 Save Yourself (Season Finale)

Por: em 7 de setembro de 2012

True Blood – 5×12 Save Yourself (Season Finale)

Por: em

Praise Billith!

Mais uma temporada de True Blood se encerra, deixando aquele gosto agridoce que só ela sabe deixar. Embora tenha sido uma defensora da série durante grande parte da quinta temporada, acredito que a minha insatisfação com estes últimos episódios tenha ficado bem clara. Por mais que você goste do desenvolvimento de alguma história, é inegável que uma má resolução é capaz de estragar tudo. E, por mais que o problema não tenha sido uma conclusão ruim, e sim a falta de conclusão das histórias, a decepção foi quase igual.

Um dos aspectos mais interessantes de True Blood são suas temporadas de tramas bem fechadas, que funcionam tanto individualmente quanto em conjunto. Infelizmente, esse não foi o caso deste quinto ano. Caso a temporada tivesse sido encerrada no episódio nove, o sentimento de conclusão teria sido maior do que o que tivemos neste décimo segundo. Não me levem a mal, entendo a necessidade de cliffhangers que nos deixem ansiosos pela volta da história, mas tudo tem um limite. Quando tantas pontas ficam soltas, a sensação que fica é de que essa foi uma temporada inteira de filler.

Ao mesmo tempo, o season finale teve seus momentos divertidos e introduziu várias tramas promissoras para a sexta temporada, a principal delas envolvendo o surgimento de Billith, o maior vilão do últimos tempos da última semana. A transformação de Bill no messias dos vampiros causou furor entre os fãs, que já iniciaram suas conjecturas sobre o que isso significará para a série. A minha favorita foi a sugestão de nome para a próxima temporada: Kill Bill (infelizmente não sei quem foi que fez a piada primeiro para dar os devidos créditos).

Bill conseguiu essa façanha após enganar Salome utilizando sua própria sede de poder contra ela. Desde o início achei Salome uma das personagens mais fracas da Autoridade, então o que tenho a dizer sobre sua morte é: já foi tarde. Se tivesse que fazer um balanço da temporada, colocaria Salome como um dos pontos fracos. Ela nunca se sustentou como uma antagonista forte, principalmente com a presença de Russell eclipsando-a (falando no Russell, me recuso a falar sobre sua morte decepcionante).

Enquanto Bill parece ter assumido de vez o papel de vilão, Eric percorreu o caminho oposto, finalmente assumindo seu lado heroico. A surpresa foi o quanto este papel lhe caiu bem. Eric foi facilmente um dos pontos altos desta temporada, sendo a voz da razão no meio da insanidade da Autoridade e não desistindo de Bill até o último momento. E, se disse que tivemos momentos divertidos em Save Yourself, a interação fraternal entre Eric e Nora foi a responsável por grande parte deles. As briguinhas típicas de irmãos ficaram engraçadas quando encenadas pelos dois, e até fizeram com que a minha simpatia pela Nora aumentasse. Chego a crer que será uma boa adição à série já que, aparentemente, ela veio para ficar.

Outro ponto da personalidade de Eric que foi mantido e ressaltado é o respeito que ele tem ao sangue de Godric. Adorei vê-lo dizer a Nora que respeitasse Tara porque ela é da família. Tudo bem que essa é uma família um tanto incestuosa (com os laços afetivos estreitos de Nora e Eric e, agora, de Pam e Tara), mas não deixa de ser legal essa preocupação de Eric com a sua linhagem.

O relacionamento de Tara e Pam também sai um pouco do aspecto “doce” do episódio para se enquadrar no “amargo”. Não gostei deste desenvolvimento. Não tenho nada contra um relacionamento futuro entre as duas, só acho que o vínculo que tínhamos visto até agora não tinha nenhuma tensão sexual. Não sei se isso foi feito de propósito, para aumentar o fator surpresa do beijo, mas se a Jessica não tivesse levantado essa hipótese no último episódio (e Tara ter negado qualquer interesse) isso nunca teria passado pela minha cabeça.

E já que entramos nos aspectos negativos, vamos logo ao pior: o parto de Maurella. Uma cena longa, desnecessária e que, a não ser que aconteça um milagre, tem uma probabilidade muito pequena de trazer algo bom para True Blood. Descobrimos que fadas são como gatos e não tem filhos, e sim ninhadas. Andy terá que fazer muita hora extra na delegacia para alimentar todas estas bocas. Ao mesmo tempo em que eu odiei esta trama com todas as minhas forças e fiquei com raiva do quanto do season finale foi dedicado a ela, adorei o comentário de Holly após o nascimento.

Não me lembro exatamente como era, mas após o nascimento da primeira filha, ela diz que a criança irá sofrer muito nesse mundo. E aí, quando eu tinha certeza que ela ia justificar que era porque tinha uma fada maluca como mãe e um pai que não sabia de sua existência uns dias atrás, ela me surpreende. Não, é porque ela vai ser uma mulher nesse mundo, por isso que vai sofrer. Pronto, tapa na cara da sociedade. Simplesmente adorei.  É por essas e outras que não tem como abandonar essa série apesar dos pesares.

Outro que me decepcionou um pouco foi Jason. Tivemos toda aquela história no início da temporada de como ele estava cansado de relações sem significado e de ser usado. Mesmo assim, quando Jessica finalmente se declara e deixa para trás aquela história de relação casual, Jason dá o fora do milênio na coitada da vampira. A  pancada na cabeça pode até justificar as alucinações com os pais, mas e esse transtorno de personalidade? Espero que Jason desencane desse ódio aos vampiros o mais rápido possível.

Nos demais núcleos da temporada, Alcide conquistou o posto de líder da alcateia, após ter ajudado a livrar a namorada de uma bad trip de V e enfrentado J.D. de igual para igual. Sam e Luna conseguiram resgatar Emma, com o plano mirabolante de tomar o lugar do Reverendo Newlin. Por incrível que pareça, essa trama até que conseguiu me surpreender. Não imaginei que Luna, ao ser desmascarada em rede nacional, teria a coragem de revelar todos os podres dos vampiros na TV. Go, Luna! Será interessante ver como os humanos reagirão a essas informações.

No geral, essa foi uma temporada que teve seus momentos memoráveis, levantou discussões interessantes, mas infelizmente não teve gás para manter sua qualidade até o final, ficando aquém de seu potencial. Entre os erros tivemos muitos personagens subutilizados e um final que levantou mais perguntas do que nos deu respostas. Mesmo assim, ficará muito difícil não voltar para uma sexta temporada com os cliffhangers deixados. Até aqueles que criticaram a temporada devem voltar por curiosidade de ver como ficará a série sem o seu criador e produtor executivo durante cinco anos, Alan Ball.

Falando nisso, antes do episódio foi passado um pequeno vídeo com um agradecimento de Ball aos fãs da série. Embora seja curto, chega a dar um certo aperto pelo tom de despedida:

E, como estamos na parte dos agradecimentos, gostaria de agradecer a todos que acompanharam as reviews de True Blood aqui no Apaixonados por Séries. Foi um prazer enorme assistir a quinta temporada com vocês e ler as opiniões postadas aqui. Peço desculpas pelos atrasos nas reviews (principalmente essa última, que quase não saiu), mas podem ter certeza que em nenhum momento foi descaso pela série ou pelos leitores, e sim problemas pessoais que me impediram de postá-las mais cedo. De qualquer forma, fica o meu muito obrigada.

E até a sexta temporada!

P.S.: Acharam que eu esqueceria da última quote da temporada? Jamais! O último prêmio vai para Jason, com a sua frase brilhante em defesa do direito do ser-humano de ser idiota: “If I want to be a fool, I’ll be a fool. That is my God-given right as an American.”

P.S.: Todo mundo já deve ter visto, mas não custa nada relembrar. Quem possui HGO Go, um serviço que a HBO presta para os seus assinantes americanos, teve direito a assistir uma cena extra no final do episódio. Nela, o maior ponto de interrogação da temporada é relembrado:

Afinal, who the f… is Warlow?


Maura

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita:

Não assiste de jeito nenhum:

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