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True Blood – 6×10 Radioactive (Season Finale)

Por: em 23 de agosto de 2013

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Por: em

Welcome to the new age, to the new age…

A música que dá nome a essa season finale e também a encerra traz os acordes que definem a nova configuração de True Blood. É uma nova era. (Quase) Tudo mudou. E esse foi o tema de Radioactive: Mudanças. Quase todas as tramas já haviam se resolvido semana passada e tirando a Sarah (que não apareceu aqui e talvez – ou não – dê as caras na nova temporada), o único plot que ainda permanecia em aberto era o de Sookie e Warlow. E ele dominou os 30 primeiros minutos, dando aos 20 finais a missão de introduzir a tal “nova era”.

Sookie e Warlow

Primeiro, as broncas.

Elogiei tanto a série ter tentado sair um pouco do lugar comum colocando Warlow como quase-vítima em toda a história e investindo em seu relacionamento com Sookie que fiquei um pouco decepcionado ao ver o personagem se mostrando realmente como o vilão que nos é pintado desde o ano passado. Seria muito, mas muito mais interessante que ele aceitasse a proposta de Sookie e os dois começassem um relacionamento natural. E digo isso não apenas porque a série continuaria surpreendendo, mas também porque, mesmo sendo protagonista, Sookie carece de tramas interessantes há alguns tempos e um novo interesse amoroso pra personagem, fora do eixo Bill-Eric-Alcide, poderia funcionar. Mas, como cantavam os Rolling Stones, you can’t always get what you want, então o que temos é: Warlow surtando após Sookie recusar sua proposta e prendendo a jovem.

Não acho que tenha sido exatamente um problema a primeira parte desse season finale ser focado em “Vamos salvar a Sookie”, porque a série já fez isso no passado e, aqui, os prognósticos eram mais positivos. Outro ponto que vale ressaltar é que isso deu uma verdadeira função, mesmo que rápida, à Aidlyn. A sequência do País das Fadas + Casa dos Stackhouse ficou um pouco corrida, mas funcionou como resultado final. Minha única ressalva é a morte em si de Warlow, que depois de tanta luta, pareceu “fácil” demais. Sendo ele o primeiro híbrido entre humano e fada, esperava que fosse preciso mais que uma estaca para derrotá-lo.

Acho que, a longo prazo, a contribuição que essa história trouxe, além de juntar novamente Sookie e Jason após seu período no acampamento, é mostrar que a protagonista nunca estará pronta para se tornar vampira e também estabelecer, mesmo que a curto modo, sua reconexão com Bill. Agora que ele não é mais Lilith, é apenas Bill, o Bill que andaria sobre o fogo para salvar Sookie, uma reaproximação parece mais provável.

Com a morte de Warlow, os vampiros perderam a capacidade de andar a luz do sol. Era uma saída tão óbvia que  até me perguntei porque não pensei nisso antes. Acho que retirar a habilidade foi uma opção válida do ponto de vista narrativo. Afinal, se continuasse como está, eles seriam poderosos demais e isso talvez atrapalhasse as tramas futuras. Quanto ao Eric, duvido que o personagem tenha morrido, mas não faço ideia de como isso vai ser explicado (e vale lembrar que Pam não poderia salvá-lo ali, ou também seria queimada).

Bill True Blood

O recurso de saltar 6 meses após a morte de Warlow e mostrar como todos os personagens mudaram foi o que conferiu ao episódio um clima de quase series finale. Encontramos Sookie e Alcide morando juntos e aparentemente felizes, Bill lançando um livro em rede nacional, Jason e Violet juntos (e a ironia do personagem terminar namorando uma vampira depois de ter vomitado discursos de ódio contra eles durante a temporada), Sam como prefeito e quase todos os personagens numa igreja, confraternizando e esbanjando sorrisos. O que quebrou o clima de conclusão e abriu as portas para a sétima temporada foi a notícia de que o vírus da Hepatite V estava se espalhando e que os vampiros contaminados se tornaram ainda mais perigosos.

Vamos por partes. Sookie e Alcide? Really? Tão terceira temporada. Ok que eles estavam se reaproximando e tivemos tanto os momentos no velório no 6×09 quanto uma cena bonitinha aqui, mas nada que apontasse que os dois ficariam efetivamente juntos. Por um lado, é bom porque tira Alcide daquelas tramas chatas de lobisomem que acredito que ninguém realmente ainda aguenta. Contudo, é claro que Bill ainda gosta da garota e, pela cena  final, parece que voltará a ser o velho vampiro apaixonado que correrá para salvar sua donzela de tudo.

Duas cenas fortes marcaram essa segunda parte. A primeira foi a reconciliação de Tara com sua mãe. Justiça seja feita, a personagem melhorou muito como vampira e conseguiu passar de uma das figuras mais odiadas a uma facilmente suportável. O que me angustia um pouco é saber que os humanos também poderiam ser fonte de contaminação do vírus e, sendo assim, quem garante que a velha senhora não acabou condenando sua filha. Esperemos a próxima temporada para saber.

A outra é o momento em que uma emocionada Jessica surge diante de Andy e Aidlyn disposta a proteger os dois e a reparar antigos erros. A atitude é coerente com a personagem e acho que vai ser interessante se, na 7ª temporada, ela se guiar por esse caminho de “redenção.”

vampiros true blood

A ideia de Sam, de cada humano se oferecer como alimento a um vampiro em troca de proteção (o que me leva a crer que Tru Blood não existe mais) diante dos clãs contaminados que estão destruindo cidades é até boa, mas era óbvio que seria recusada pelo povo de Bon Temps. E é com esse cenário que a série nos deixa: Uma cidade quase sitiada, vampiros descontrolados prontos para atacar, um vírus se espalhando e Bill, Sookie e Alcide sentindo que eles não estão mais seguros.

Acho que, a despeito de qualquer expectativa, a missão que essa temporada tinha era recolocar a série nos eixos depois de alguns anos fracos/medianos e acredito que isso foi alcançado com êxito. Foram episódios excelentes e que renovaram em mim a vontade já perdida de acompanhar à série. Acredito que o terreno está construído para uma temporada final e, se for outra no nível dessa, espero que assim seja. True Blood começou em alta e merece terminar em alta.

Agora, só nos resta torcer. E que venha a sétima temporada em 2014.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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