Como recém-formada em jornalismo, eu não consigo não me identificar com a Betty. Todas as “batalhas” na redação, o desespero para conseguir uma boa pauta e uma boa história e todo o estresse de estar naquela fase de ter que provar a si mesmo e para os outros que você pode fazer aquilo e mais um pouco.
Nos Estados Unidos, não há uma faculdade específica para quem quer ser jornalista (como pudemos ver em Gilmore Girls, com a Rory fazendo aulas em diversas áreas e atuando no jornal da faculdade) e mesmo eu não achando ser necessário ter um diploma em jornalismo para exercer a profissão, sinto falta de um pouco da teoria que aprendi na faculdade quando vejo os jornalistas iniciantes, como a Betty.
Eu tentei entrar na perspectiva de que Ugly Betty é uma série de comédia e que a Mode é mais um pano de fundo para contar a vida da Betty, mas o comportamento dela na entrevista com o Evan York (Hamish Linklater, de New Adventures of Old Christine, e, confesso, demorei para reconhecê-lo sem o cabelo encaracolado) foi inaceitável! E não adiantou ela se fazer de vítima para Matt, ela deveria tomar umas lições profissionais com a Miranda Bailey (de Grey’s Anatomy que, grávida e sentido desconfortos, disse para o filho parar de se mexer dentro dela porque ela precisava trabalhar e, ignorando qualquer outra dor, continuou operando o paciente) e ter esquecido que o ex-namorado estava no mesmo restaurante fazendo cena com Amanda.
Ela perdeu uma grande entrevista não por causa de Matt, que estava sendo um idiota completo, mas por sua falta de maturidade profissional (convenhamos, ela era mais a babá do Daniel do que assistente dele). E um pouco dessa maturidade, a gente aprende nas aulas práticas da faculdade, quando podemos errar sem comprometer ninguém.
O ponto que ela está certa é que Matt deveria se interessar mais por moda do que em importunar a garota, já que está comandando uma revista que fala sobre isso e que ele deveria ter reconhecido o cara que trabalhou com Dolce & Gabana e estava indo para a Gucci. No começo do episódio, com ele dizendo que a Betty que estava levando as coisas para o lado pessoal, para mim era bem claro o quanto ele estava magoado com tudo o que aconteceu entre eles.
A Amanda estava ótima dando bronca nos dois, ignorando completamente o que estava acontecendo e, pra variar, puxando o foco para si mesma. E a “inocência” dela ao não perceber que Mark estava manipulando-a para puxar o tapete de Betty só mostra o quanto ela não percebe o que acontece ao seu redor. Mas a Amanda não era tão egocêntrica no começo da série, não podem perder a mão com ela assim. A segunda melhor cena dela foi a conversa que ela teve com Betty depois do desastroso jantar, mostrando o lado mais humano da personagem.
Connor faz uma pequena aparição neste episódio, com Wilhelmina conseguindo pistas sobre seu paradeiro e indo atrás dele. E fica derretida por ele de novo. Também, com todo aquele charme…
Daniel está fugindo da terapia e não consegue se desligar da morte de Molly. Quando ele está beira na piscina com Natalie (Jamie-Lynn Sigler, de Os Sopranos) e ela diz para ele falar com Molly ali mesmo, não tive como não lembrar do episódio da semana passada de House, com Wilson conversando com a falecida Amber. Os roteiristas estão ficando sem ideias ou eu que não percebia tantas semelhanças entre as séries?
Agora, um pouco de conversa fútil: não gostei do vestido escuro que a Betty usou nas últimas cenas. Onde foram parar as roupas coloridas, divertidas e fashionistas que nos fizeram apaixonar por ela? Essas roupas tão sóbrias não são o estilo da Betty.
P.S.: Na semana passada, eu tinha colocado que o episódio duplo era o primeiro e o segundo episódios da temporada, mas não era. O The Butterfly Effect foi o primeiro e este é o segundo. Desculpe pelo erro!
