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United States of Tara – 3×05 Dr. Hatteras’ Miracle Elixir

Por: em 29 de abril de 2011

United States of Tara – 3×05 Dr. Hatteras’ Miracle Elixir

Por: em

Em apenas cinco episódio podemos dizer que essa temporada de United States of Tara é, senão a melhor, a mais equilibrada da série. Todos os personagens estão com tramas interessantes e cada episódio passa voando com atuações impecáveis e histórias cômicas, dramáticas e que conseguem prender nossa atenção.

Dr. Hatteras’ Miracle Elixir é um episódio que dá o ponta pé inicial para o que veremos nos próximos sete episódios. Até então assistíamos a família Gregson se despedaçando, cada qual com sua trama e Tara mais perdida do que nunca. Agora com a ajuda do Dr. Hatteras e uma provável solução ou declínio completo de sua doença, Tara encontra um equilíbrio, assim como sua família. Foi fantástico ver como o acordo com os alters está funcionando. Cada um deles escreveu o que queria, qual era sua “área de interesse” para estar no comando e Tara colocou regras para pegar o corpo de volta quando bem entender. Pelo que vimos, eles estão aceitando a nova lei do complicado Estados Unidos de Tara, já que Alice assumiu o corpo quando era sua vez, (quando Charmaine precisa de ajuda com o bebê…mais Alice que isso impossível) e aceitou pacificamente Tara pegar o corpo de volta quando podia controlar a situação, ainda agradecendo a “dona” por tê-la deixado algumas horas a mais no comando. Sempre deixei bem clara minha preferência por Alice dentre os alters, então foi ótimo acompanhar a dona de casa tentar ajudar Charmaine e conseguindo acalmar a pequena Cassandra com o barulho do aspirador. Querendo ou não, os alters estão aí para ajudar Tara e seus familiares, desde que tenham essa chance, e é exatamente isso que o acordo entre eles permite.

Não falei muito de Toni Collette durante as reviews, apenas no episódio passado. Mas essa atriz é um presente para qualquer viciado em séries, filmes, teatro ou qualquer outra mídia que ela encontre para mostrar seu talento. Durante a época que estive na faculdade fazendo artes cênicas sempre existiu um grande debate de como sair de um personagem quando a produção terminou. Não é fácil quando se está interpretando alguém durante um bom tempo, vivendo aquela personalidade e simplesmente parar. É normal que no começo da produção seguinte ainda existam traços da personagem que acabou de ser interpretada. Então imagino o quão complicado deve ser para Collette precisar sair constantemente do “corpo” de Tara para literalmente viver outras personalidades. Estamos acompanhando esse excelente trabalho da atriz desde o piloto, mas algo me chamou atenção na forma que Tara transitou para Alice quando acordou. Pareceu tão real…tão fácil deixar uma personagem para começar a atuar completamente diferente que isso só me faz amar ainda mais a atriz e essa série. Amo a voz de Alice, seu jeito, forma de se vestir e comportamento (como quando viu o filme de Moosh e Noah) que ela é facilmente minha alter preferida.

Por mais que Eddie Izzard esteja arrasando no papel do Dr. Hatteras e que o professor pareça ser uma provável ajuda para Tara, não consigo confiar no cara. Ele tem muito jeito de pensar só nele mesmo e estar atrás de mais um livro publicado para ficar famoso, aproveitando-se de uma pessoa com doença mental. Vai saber mesmo se ele ajudou a pessoa do antigo livro? Esse episódio pareceu mostrar duas possibilidades, a ruim que já comentei, mas também a de que, ao tomar Tara como estudo, ele acabe ajudando seus problemas. Até mesmo digitou tudo o que os alters escreveram para que as regras ficassem mais claras para Tara, o que ela genuinamente gostou, assim como Max. Ele nunca faria nada que pudesse piorar a condição da esposa e depois de conhecer o Dr. Hatteras e ver o que ele fez por Tara, está tentado a aceitar a ajuda dele. Claro, tem os dois lados, ela pode piorar ou pode melhorar, mas precisa tentar algo e não ficar parada. O acordo com os alters é um começo, mas para Tara se curar precisa de acompanhamento profissional, o que ela não faz desde a 1ª temporada. Max já tem seus próprios problemas no trabalho, lutando atualmente com a OrgaLawn e sua política capitalista acima do ecologicamente correto. Esse não é Max e nós sabemos, então não sei quanto tempo ele vai aguentar trabalhar assim.

Claro que não seria fácil para Charmaine e Neil. Senti pena da Tara na cena que ela leva lasanha para os dois. Dá para ver a vontade dela de segurar a sobrinha, mas Charmaine se recusa a aceitar ajuda, enxotando até Alice, que consegue fazer Cassandra parar de chorar. Neil está sendo um ótimo pai, atencioso e percebemos facilmente o quanto ele ama a filha. O mesmo pode ser dito de Charmaine, mas ela é visivelmente mais sem paciência do que todos. Ela quer aprender a ser mãe, e isso já é uma vitória. A cena em que Tara ajuda os dois pelo muro que separa as casas foi ótima, mas o que realmente dizer da cena final? Essa temporada está bem equilibrada e ainda mais quanto a cenas finais dos episódios. Compare a explosão da reunião dos alters da semana passada com a emoção de Charmaine finalmente deixando Tara segurar a sobrinha e as duas fazendo as pazes. É diferente de simplesmente querer chocar, mas também terminar de forma bonita arcos interessantes.

Ainda fora do arco principal da doença de Tara, estão seus filhos. E não acho isso ruim. Afinal são dois adolescentes vivendo suas vidas da melhor maneira que podem, construindo relacionamentos e descobrindo quem são. Nem por isso eles deixam de se preocupar com o que acontece em casa. Como prevíamos, Kate realmente tentará ser aeromoça e está conseguindo sair-se bem. Sua trama, apesar de menos carregada em termos de importância está sendo muito divertida. Eu ri demais dela e do treino de aeromoças. O que era aquela treinadora Bunny? Divertida ao extremo. Mas ri ainda mais da amiga Daisy e queria mesmo que ela aparecesse mais. A atriz Riki Lindhome é conhecida por essas participações pequenas em várias séries e em United States of Tara não foi diferente. A cena em que elas fingem brigar mas Kate acaba perdendo mesmo a paciência, apenas para o apito tocar e Daisy sorrir e ter achado divertido, foi hilária. Mesmo Kate tendo passado no primeiro teste muitas coisas a esperam, e aquela cena final pareceu meio Lost com a maleta voando na cabeça do passageiro. Estou bem ansioso para ver quem Kate conhecerá pelo caminho.

Já Marshall fez o que muitos de nós estávamos esperando desde a 2ª temporada…mandou Lionel pastar. Na verdade foi Noah, mas tudo bem. Não ligo para Lionel e seu filme a lá Quentin Tarantino e fico feliz que o namoro dele e Moosh tenha terminado. O cara nunca aceitava ideias de ninguém, tratava os outros mal e no final ainda achava que estava certo!! Gostei de ver Marshall perceber isso e sentir atração por Noah. Os dois combinam demais, e esse garoto parece ser muito gente boa. Não mente, quer mesmo uma relação legal com Moosh e parece ser bem parecido com ele. Entendo Marshall, ele não gosta de deixar ninguém triste. Vimos como demorou para mandar aquela chata da Courteney pastar na temporada passada e para isso precisou explodir e acabar machucando todos em casa. Que bom que Noah é um cara bem decidido e contou a verdade. Além do mais, a trama dele e Moosh ficarem juntos cria uma história com muito potencial: o documentário deles sobre a vida complicada de uma família com uma mãe com TDI. Pela personalidade de Noah, não parece nada que ele queria se aproveitar da doença da mãe do namorado ou algo assim, e vou ficar chateado se isso acontecer, pois esse plot tem bem mais cara de Lionel. Noah não se importou com Alice, achou normal e também sabemos que Marshall não deixaria ninguém humilhar sua mãe.

Pelo promo do próximo episódio as coisas realmente irão esquentar!! As audiências do episódio anterior e desse foram respectivamente 0.326 e 0.334 milhões de telespectadores, o que não é nada bom comparando com Nurse Jackie que fica acima de 0.5 cada episódio. Não é possível que na melhor temporada de uma ótima série a audiência esteja baixa. O jeito é torcer pela renovação, pois como essa temporada está provando, tem muita coisa para descobrirmos e vivermos com United States of Tara.


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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