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United States of Tara – 3×07 The Electrifying & Magnanimous Return of Beverlamp

Por: em 14 de maio de 2011

United States of Tara – 3×07 The Electrifying & Magnanimous Return of Beverlamp

Por: em

Até quando o os problemas do passado e o medo do futuro impedirão que as pessoas sejam felizes? E isso vale para todos nós!!

É muito bom ver Tara feliz, como não víamos há muito tempo. Inclusive foi engraçado ver Kate perguntando quem era aquela pessoa e Max respondendo que era a Tara da faculdade, o que Kate mais tarde diz ser melhor do que a Tara artista. A Tara da faculdade teve seus momentos sombrios, claramente, visto que sabemos que o novo alter maligno tentou matar a “dona” nessa época, mas era uma garota feliz, divertida, sem se preocupar com os problemas, até porque, pelo que ficamos sabendo, nem ela sabia do diagnóstico de TDI até um tempo depois de ter Kate. Pode ser que seja o meu lado “gosto e ACREDITO em finais felizes na vida real e séries de TV retratam essa realidade” falando, mas fiquei bastante incomodado com a declaração do Dr. Hattaras (mudam a escrita do nome todo momento!) de que, apesar de poder dar a Tara um tempo de vida bom, ela nunca será feliz para sempre; que sua doença faz tanto parte dela que nunca deixará de existir. Abomino essa ideia e acredito que existem casos e casos. Pelo texto no laptop do Dr. Hattaras, o garoto da pipa viveu uma época incrivelmente feliz em sua vida até que seu transtorno voltasse. Pessoas com problemas assim podem sim viver bem, mas existem momentos de recaída, provavelmente proporcionados por outro trauma. Não acho que devam colocar a culpa no Dr. Hattaras pela morte do garoto da pipa, afinal, ele o ajudou a evoluir (a palavra cura para doenças mentais é muito subjetiva), mas algum acontecido na vida do agora homem o fez recair e cometer o suicídio.

Obviamente dá para entender a frustração e tristeza de Hattaras. Deve ser impossível não sentir-se culpado ou então um péssimo profissional. Mas como eu disse, a culpa não é dele, e agora, mudando de opinião, acho sim que ele poderia ajudar Tara, afinal, até seus alters estão vendo que ele fazia bem para ela, mesmo que queira “tirá-los” dentro dela. E apesar de bastante sentimental, esse episódio me fez rir em algumas cenas. Eu precisei voltar diversas vezes para ver Buck derrubando o gravador pensando que era uma arma…sério, Toni Collette é fantástica!! Aliás, com Buck é que volto ao meu pensamento que criei na review do episódio anterior. Quando Dr. Hattaras perguntou sobre “you will not win”, Buck respondeu que está cuidando disso, e de quem ele está atrás? De Bryce, o meio-irmão mentalmente instável que abusou sexualmente de Tara na infância e que provavelmente foi o motivo dela desenvolver TDI (até vimos uma foto do garoto nesse episódio, a mesma que Tara rasga na hora). Se “you will not win” se refere a Bryce, tudo que eu pensava faz sentido, de que esse alter maligno seja mesmo a representação do maior vilão da vida de Tara e agora o maior vilão de sua própria doença.

Tara se cortou quando Max estava cantando na cozinha e depois transitou para o alter maligno quando o marido cantava. Sabemos que a primeira menção de aparição desse alter na vida de Tara foi durante a faculdade; e visto que foi nessa época que ela conheceu Max e ele cantava com na Beverlamp, algo deve ter acontecido para que esse alter emergisse anos atrás e voltasse agora quando ela está vivendo as mesmas coisas (a faculdade e mesmo que em menções pequenas, a vida tranquila com o marido parte de uma banda, afinal sabemos que os pequenos detalhes já fazem com que Tara transite). Por isso ainda acho que os vídeos de Marshall sobre a vida adolescente dos pais irão mostrar alguma coisa maior que pode explicar o surgimento desse alter maligno naquela época (precisamos dar um nome para ele/ela). O fato é que os alters estão preocupados e procurando ajuda. Buck deixou o turno para ir atrás de Bryce e vimos a ótima cena de Alice e Shoshana conversando preocupadas com o bem estar de Tara. Por agora, Dr. Hattaras é o que resta, e todos estão pedindo a ajuda dele. E precisa ser logo, visto que evil alter surgiu novamente na festa de Max e Charmaine, mais uma vez tentando se cortar, machucando o corpo de Tara.

Enquanto isso, o projeto de Marshall e Noah continua trazendo problemas. Qual é a do Marshall? Ele não é mais o garoto simpático e sensível que conhecemos quando a série começou. E olha que eu sou mais do que fã de desenvolvimento dramático na vida de personagens adolescentes tornando-se algo inesperado. Mas isso está longe de ser bom como foi com Shane de Weeds, por exemplo, um retrato realista da evolução de um garoto para um psicopata determinada pelo ambiente que vive. Isso de Marshall está parecendo birra, pura e simples birra!! Ele não quer ser como os pais, e os culpa por fazer escolhas erradas? Claro, não deve ser e nunca achei que é fácil ser criado em uma família com tantos problemas como os Gregson, mas ele sempre teve todo o amor possível. De uma hora para outra repara que seus pais já sabiam da doença da mãe quando resolveram trazê-lo ao mundo e resolve perguntar por quê? Achei justa a reação de Max. Pô, o cara nunca foi nada mais do que o melhor pai que existe, criando os filhos com amor e boa educação e ainda aceitando facilmente os medos dos filhos e os ajudando com eles. Não entendo essa reação de Marshall e pior ainda foi ver que correu atrás de Lionel!! Não que Noah ainda esteja sendo visto com bons olhos, afinal, é falta de educação para caramba querer se aproveitar dos problema da família do namorado para conseguir algo e ainda forçar a situação, mas é melhor que Lionel.

Já Kate, vou falar que estava com muito medo de mais um relacionamento ridículo para a personagem. E mesmo Evan não sendo lá essas coisas e tendo um potencial para estragar tudo, Kate é uma personagem diferente. Brie Larson amadureceu sua Kate de uma forma tão boa que, mesmo em uma trama paralela que pode (pode, porque até agora está interessante) ficar ruim, as cenas são gostosas de assistir. Kate está feliz, risonha, sem aquela chatice de adolescente rebelde mimada. Está se relacionando bem com todos, indo muito bem no trabalho (ela realmente parece uma aeromoça) e optando por ficar com cara que tem uma família, ou pelo menos um filho. Evan aparentemente é gente boa, divertido…só está com medo de desilusão, o mesmo que Kate. As cenas dos dois no hotel foram maravilhosas e Larson está fazendo um trabalho fenomenal. Espero mesmo que continue assim.

No geral, foi um episódio calmo, e até agora talvez o menos interessante da temporada. O problema é que a audiência continua caindo. The Electrifying & Magnanimous Return of Beverlamp ficou com 0.29 de audiência, sua pior até hoje. Sinceramente não estou pronto para me despedir dos Gregson, e com uma história, elenco e roteiro desses, será um grande desperdício.


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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