Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

United States of Tara – 3×11 Crunchy Ice

Por: em 17 de junho de 2011

United States of Tara – 3×11 Crunchy Ice

Por: em

“Everything that’s happened to your family, your kids, your husband, everything they are, everything they could have been and aren’t — it’s all your fault.”

O mais triste disso tudo que estivemos acompanhando por 35 episódios é saber que a citação acima é a pura verdade. E com Crunchy Ice, me vi pensando no que faria se estivesse na situação de Max. De um lado temos o exemplo de sua mãe, (nesse episódio, mais do que nunca, brilhantemente interpretada por Frances Conroy) cujo marido a abandonou depois de anos suportando seus problemas mentais. Por outro, temos ele mesmo e sua resistência e foco no amor que sente pela esposa. Como um filho que viu seus pais se separarem e guarda essas mágoas até hoje, a decisão do pai é algo que Max não consegue suportar, e não deseja fazer. Agora como pai, ele vê o quanto seus filhos estão sofrendo, e com os rumos dos acontecimentos, ele só tem uma opção a fazer: como sofrer menos?

Qualquer que seja sua escolha, Max irá sofrer. Passei o episódio inteiro com aquela vontade de entrar na TV, chacoalhar Max e dizer: “acorda cara, sua esposa precisa de ajuda profissional. Não dá mais para levar essa sozinho”. Não sei se foi ingenuidade por achar que o problema não era tão sério, ou por sentir a tristeza da derrota e perceber que não pode fazer o suficiente para salvar Tara, mas Max precisava acordar, e para isso, teve que assistir Tara se jogando de uma ponte. Apesar de impactante, sabemos que ela não irá morrer, pois ainda temos um episódio e Tara precisa estar nele. Charmaine, Kate, Marshall, todos eles já haviam aceitado a ideia de internar a mãe em algum lugar que poderia lhe ajudar, mas eu estava crente de que a única coisa que faria Tara se libertar do alter possessivo seria o encontro com a pessoa no qual ele se baseia. Erro meu. Bryce Craine se suicidou no Natal de 2002 pois não podia mais viver com os erros que cometeu no passado (ele nasceu em 06/12…eu também!). Nem o conhecimento de que seu meio-irmão, o mesmo que lhe fez desenvolver TDI, morreu pelos problemas que causou a Tara, fez com que ela o vencesse, então, o que fará? Será que teremos um final estilo Uma Mente Brilhante, no qual o protagonista aprende a conviver com sua doença e vive feliz, ou então Tara irá para Boston procurar o especialista que o Dr. Hatteras recomendou? De um jeito o de outro, não veremos um final com ela curada, somente se existir um flashforward, o que não deve ser o caso. O máximo que teremos deverá ser um novo começo, com Tara se tratando, feliz, mas sabendo que o caminho a percorrer é longo.

Até porque, além de Bryce, não existe mais ninguém. Buck, T e Alice foram mortos pelo alter e não estão mais presentes. O legal disso tudo foi vê-los se despedindo não só dos personagens, mas de todos nós. Buck não aguentou tanto quanto as outras duas colegas. Foi divertido demais acompanhar sua última cena, para variar, com a interpretação fenomenal de Toni Collette. Buck, apesar do jeito machão, sempre foi mais sensível do que aparentava. Foi bonito saber que antes de morrer ele conseguiu descobrir onde o verdadeiro Bryce estava e que lutou com todas as forças para manter Tara viva. T pode pedir desculpas pelo que fez com Kate. Quem diria que a alter adolescente era mais madura do que pensávamos? Sua cena com Kate foi emocionante, ainda mais com o desabafo de que sempre a viu como uma irmã e que se espelhava nela. Já Alice foi a última a resistir. Minha alter preferida apareceu para ser a mãe que Tara não está podendo ser para Marshall. Foi outra cena bastante sentimental que acabou estragada por Bryce e o tapa em Marshall. Como comentei na review passada, os personagens estão distanciando Tara dos alters (nesse caso, de Bryce) cada vez mais. E nesse episódio tivemos Marshall partindo para cima de Bryce, sem pensar que poderia estar machucando sua mãe (ou, no fundo, sabia, e estava descarregando toda a raiva).

Se eu tivesse uma reclamação com esse episódio seria sobre Marshall e Kate. Ele estava tão decidido a partir, mas ficou na casa da avó um dia somente. Depois voltou para a casa aos pedidos do pai. Tivemos uma despedida fantástica no episódio passado, com uma carga dramática tremenda, apenas para ele voltar correndo? Com ela aconteceu a mesma coisa. Pediu para Evan que ele fosse o problema dela, mas passou o episódio inteiro com a família, protegendo seu quarto. O melhor dois dois foi a cena em que conversam sobre o que pensavam da mãe quando eram crianças. Neil e Charmaine nos deram boas cenas. Ele cantando para Wheels, e a excelente química de Patton Oswalt, John Corbett e Collette no banheiro. Já Rosemarie DeWitt pode brilhar quando sua Charmaine descobre que Bryce está morto.

Agora falta exatamente UM episódio para o fim de United States of Tara. Preparados para dizer adeus a família Gregson? Nem eu!!


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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