Após o fantástico cliffhanger deixado pelo episódio anterior, imaginava que esse seria fantástico. Mas infelizmente não foi o caso. A Shoe for a Shoe foi fraco, mas colocou os Botwin para correr novamente.
Sempre comento do quão ruim Nancy é como mãe, abandonando, deixando de lado e pensando apenas em sua carreira, nem tão boa assim, de traficante. Mas nesse episódio ficou claro que, apesar de tudo, ela é capaz de qualquer coisa para salvar seus filhos. Era óbvio que ela salvaria Shane, mas cheguei a considerar realmente a ideia de Silas de trocar o irmão pelo pequeno Stevie. Tudo bem que ele depende da mãe, mas a gente ainda nem viu um momento entre ela e o filho, nada que mostrasse que Nancy ama mesmo seu filho mais novo. Mas ela ama e isso ficou provado nesse episódio.
Minha reclamação é que apesar de tanta coisa acontecendo, não senti aquela aflição, aquele nervosismo no episódio passado. Senti apenas nos primeiros minutos com Latrice ainda batendo na porta do banheiro e Andy tentando convencer a mulher surda da proteção a criança. Aliás, amei a menção a Megan da 1ª e 2ª temporadas. Adorava a namorada surda do Silas e nem lembrava que ele sabia língua de sinais. Tudo bem que para os sinais que ele fez de seios caídos e sexo oral não são tão difíceis de aprender. Como eles exigiram que a família levasse documentos e tudo mais, fico imaginando se colocarão a polícia atrás deles agora que os Botwin fugiram de novo. Ainda mais com uma daquelas mães do parque ainda viciada no Andy. Será que além de Esteban eles terão que correr das autoridades de proteção a criança?
Também não achei muito engraçado a ironia de Ignacio, Doug e Shane estarem na mesma lanchonete que Andy, Silas e Stevie. Curti mesmo só as tentativas de fuga e a cara de fome de Doug que mais uma vez segurou as pontas no alívio cômico do episódio. Gostei mesmo da preocupação de Silas com a mãe. Andy, apesar de toda paixão, e Shane não estavam lá muito preocupados. Em parte porque sabem que Nancy consegue se virar sozinha, atirando uma flecha na perna de alguém se preciso, mas em parte também por simples e puro costume de estarem metidos em encrenca o tempo todo, e para o bem deles, sabendo que no fim conseguem sair livres. Vale falar aqui da referência a Dexter, que também é do canal Showtime, quando Silas comenta que Shane poderia ser um psicopata que apenas mata outros psicopatas.
Não entendi porque mostrar toda a parte da família de Cesar com a esposa mandando a filha usar outras roupas e tudo mais. Entendo que era pra balancear a preocupação dela com uma coisa fútil como roupa e algo importante como matar alguém, que para ela não importa muito, tanto que mandou o marido matar Nancy. Não são todas as mães que tem compaixão com as outras não é? Também não sei porque Esteban não falou com Nancy pelo telefone. Não que adiantaria, porque eles iriam apenas brigar, mas deixou tudo nas mãos de Cesar e Ignacio que não foram páreos para Nancy e a família. Aliás, será que é o fim dos dois ou a perseguição irá continuar? Espero que não continue porque acabará ficando chato se a temporada for inteiramente Botwin versus Cesar e Ignacio.
Esse último, aliás, é um grande mentor para o sociopata assassino Shane. Foi lá quando Ignacio bateu em um cara num campo de golfe que eu lembro da última reação de susto de Shane. Não que seus problemas psicológicos não tenham começado lá na primeira temporada, mas a total falta de remorso e culpa começou com Ignacio. E o próprio mexicano tremeu na base quando Shane pegou o revólver das mãos da mãe e apontou para ele. Só com o olhar Alexander Gould consegue colocar medo em qualquer um, até em um capanga assassino que tem anos de experiência. Mais uma vez Shane salvou a família e agora com a adição de Doug, eles partem de Seattle para qualquer outro lugar.
Duvido que só com aquela mensagem Esteban vai parar de procurar Nancy, mas até que seria legal, visto que, como já disse, a história pode acabar cansando. O que será da família e o que os espera ainda é incerto, e apesar de não ter curtido tanto esse episódio, a 6ª temporada de Weeds está com força total, relembrando, mesmo que aos poucos, os bons tempos da série.
