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Weeds – 7×02 From Trauma Cometh Something

Por: em 6 de julho de 2011

Weeds – 7×02 From Trauma Cometh Something

Por: em

Continuando o passo vagaroso de sua premiere, Weeds ainda luta para dar sentido a essa temporada.

Ok, pelo menos Nancy está disposta a trazer o que a série tinha de bom. Como comentei semana passada, a história das granadas realmente servirá para venda, e consequentemente compra de drogas. Ponto para Weeds!! O fato é que Mary-Louise Parker consegue levar essa série nas costas. Achei ela meio fora do ar durante a season premiere, mas esse 2º episódio parece ter reabastecido nossa personagem preferida. O mais interessante foi ver Nancy chapada. Sempre soubemos que ela tem vários problemas, mas Nancy nunca foi um livro aberto, comentando o que lhe aflige. Sob o efeito da maconha, (coisa que Nancy nunca teve o hábito) ela se abriu para o irmão de Zoya e entendemos porque ela fugiu da família. Nancy está envergonhada e sabe que ela representa problemas para eles. Porém nada vai adiantar, pois é uma faca de dois gumes…ainda temos dois personagens altamente viciados em Nancy Botwin.

Antes de comentar a volta dos outros personagens, preciso falar do fator vender maconha. Ela não precisa mais sustentar sua família e nem tem o que comprar para viver uma vida luxuosa. Então por que ela precisa do dinheiro da venda de drogas? Tudo bem, ela não quer trabalhar e provavelmente irá falsificar assinaturas do trabalho que deveria estar fazendo (o sistema penitenciário é tão ingênuo assim?). Mas nada justifica a repentina vontade de voltar a traficar. Nada, além da pura e real ideia de que isso é só o que Nancy sabe fazer. E nem sabe fazer bem. Quando Judah morreu e ela precisou sustentar os filhos, viu na venda de drogas um futuro, uma forma de ganhar dinheiro fácil sem precisar trabalhar arduamente como qualquer outra pessoa no mundo (ok, sabemos que não é bem assim).

Mas Nancy teve toda uma “graduação” nesse ramo. Ela aprendeu com Doug sobre lavagem de dinheiro, soube lidar com traficantes pelas dicas de U-Turn e Guillermo, e entendeu que o buraco pode ser ainda mais fundo quando conheceu Esteban. Nancy ama essa adrenalina. O medo, a realização de estar fazendo algo fora da lei. Partes porque tudo que é proibido é mais gostoso, partes porque essa é sua zona de conforto. Mas Nancy evoluiu e fico feliz em saber que ela não quer mais prejudicar os filhos e Andy. Quando reclamei que parecia que nada mudou durante os três anos na prisão, errei. Nancy não quer mais trazer os filhos para seus negócios sujos…eles estão melhor sem ela, não?

Nem todos. Andy e Shane são o outro gume da faca que comentei. Foram os dois que rapidamente quiseram voltar para os Estados Unidos visitar a mãe. Shane já sabemos, ele foi uma criança forçada a crescer em um ambiente hostil para alguém de sua idade (ou qualquer pessoa, na verdade, mas os danos em uma criança são maiores). Nunca teve a mãe para si, e isso mexeu com seu psicológico de uma forma desastrosa que nós já conhecemos. Um garoto estranho e sem sentimentos, capaz de matar uma mulher a sangue frio para defender a pessoa que mais o afastou durante seu crescimento: Nancy. A repercussão de uma vida como a de Shane, sabemos os resultados, Weeds o faz com maestria. Já Andy, é o eterno cunhado apaixonado, que só de estar ao lado de Nancy lhe deixa feliz.

Eles não deixarão a mãe em paz, e assim ela acabará voltando a ser o que era, deixando-os entrar em sua vida novamente. Quando algo der errado, será a escolha de Silas de salvar os danificados, ou não. Seria uma temporada boa se seguissem esse caminho, focando bem na destruição pessoal de que cada um faz com si mesmo e no poder da dependência. Não que a gente já não tenha visto isso, mas um enfoque real e cruel nessa história seria interessante, colocando-os no fundo do poço, porque nenhum deles ainda chegou ao final. Sobre o reencontro, preciso dizer que foi hilário ver Nancy querendo abraçar Shane e Andy pelas grades, altamente chapada.

Por outro lado, existe a possibilidade de Andy e Shane terem evoluído também. Enquanto assistiam as fitas que Ed, o diretor da halfway house, colocou para eles assistirem, pareceu que ambos perceberam que Nancy pode acabar voltando para atrás das grades e senti a necessidade deles de ajudarem a mãe/cunhada a sair dessa. Mas como comentei acima, tudo vai depender do quão instáveis estarão os três personagens, pois se estiverem fracos, acabarão cometendo os mesmos erros.

Os outros dois plots do episódio foram direcionados a Silas e Doug. O primogênito de Nancy nem usa mais o sobrenome Botwin, e sim Guinard, que é do pai biológico. Para mim Silas é um eterno esperançoso. Ele ama a mãe, mas sabe que no fundo ela só os faz sofrer, mesmo mantendo esperança. Foi cruel ver os olhos de Silas encontrando os da mãe e ela fugir. O garoto está certo em seguir sua vida e procurar emprego. Na entrevista deu para notar nitidamente que ele quer aquilo. Ele quer ser feliz, mas perdeu sua adolescência e as boas oportunidades que vêm com ela, como faculdade e empregos, pois estava sendo levado nos problemas de Nancy. Quanto a Doug, por agora não consigo me importante com nada sobre o personagem. Jogado a segundo plano, seu arco na temporada está começando agora e pelo jeito o veremos mexendo com lavagem de dinheiro novamente. Ah, claro, ele é tão desligado que nem notou que seu amigo de faculdade o deixou vencer!

Apesar do passo lento, e por vezes sem graça e com pouco desenvolvimento, esse 2º episódio começou, mesmo que de leve, a apontar os caminhos que a temporada tomará. Agora é só torcer que o faça bem.


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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