Mais dois bons episódios. De um modo geral, eu acredito que estamos em um ótimo ano. A trama central é diferente de todas as outras que já tivemos (E talvez por isso mesmo, tenha sido muito difícil pra algumas pessoas comprá-la), os casos continuam bem construídos, o roteiro é simples – mas firme – e as atuações não deixam a desejar – nessa temporada, o destaque mesmo é o Matt Bomer, interpretando em nuances essa fase de dúvidas do Neal. Só temos mais dois episódios antes da summer finale, onde a série entrará em hiatus e só retorna ano que vem , e o cenário é totalmente incerto. Não dá pra ver nada do que vai acontecer e é isso que vem tornando tão legal acompanhar o show.
Tem coisas que só poderiam sair mesmo da mente de Neal Caffrey. Resolver um roubo de proporções gigantescas com OUTRO roubo é algo surreal, mas que funcionou perfeitamente em Taking Account, que foi mais um bom episódio para a cota dessa ótima temporada. Eu acabei tendo um carinho maior pelo episódio porque ele trouxe uma participação maior da Sara, do Mozzie e mudou completamente o rumo da relação da loira com o Neal.
Eu já tava sentindo um pouco de falta de ver o Mozzie totalmente em ação e nesse episódio ele estava sensacional. A química dela com a Sally era explosiva. As vezes eu fico impressionado com o quão entrosado o elenco é de White Collar. É uma série onde todos brilham e sem que um acaba ofuscando o outro. E mesmo os guests conseguem seu destaque. Eu gostei tanto da Sally que não me importaria de vê-la em mais episódios – ou quem sabe um futuro spin-off dela com o Moz? Mas futuro mesmo, porque eu nem consigo imaginar White Collar sem ele!
O fato é que os dois funcionaram muito bem e chegou um determinado momento do episódio em que eles roubaram toda a atenção. A Sara também apareceu mais do costume. Eu gosto muito do romance dela com o Caffrey e adorei vê-los conseguindo roubar a fortuna já roubada e gastando tudo freneticamente. Mas o ponto que merece mais atenção nessa história toda nem é o humor que eles conseguiram passar, mas sim a situação em si.
A relação do Neal e da Sara começou como um simples jogo de sedução, mas agora fica claro o quanto isso se tornou sério – pra ambos. A gente já sabe o quanto o Neal vive intensamente qualquer tipo de sentimento – não dá pra esquecer tudo que o cara fez pela Kate – e o fato dele convidar a loira pra morar no seu apartamento e mover céus e terras para ajudá-la a recuperar o dinheiro que lhe foi roubado mostra que a relação dos dois já não é mais simplesmente pegação. Algo mais já começava a surgir ali – o que acabou sendo evidenciado mais ainda quando o Neal deixou implícito o seu desejo de fugir com ela para longe.
E talvez pelo fato da relação ter evoluído tanto, foi tão difícil para a Sara descobrir sobre o tesouro roubado. Aqui eu preciso elogiar a Hilarie Burton, que finalmente mostrou porque foi promovida ao elenco fixo e conseguiu passar só no olhar daquela cena final toda a confusão de sentimentos que surgiu dentro de si ao descobrir o tesouro roubado.
Me corrijam se eu estiver errado, mas não me lembro de nenhum outro episódio da série ter começado exatamente de onde o passado parou, como aconteceu com As You Were, que trouxe logo no início o mesmo olhar da Sara que havia fechado Taking Account. Eu achei que iriam enrolar 40 minutos para resolver essa situação, então me surpreendi ao ver a Sara terminando com o Caffrey logo no começo, o que acabou se mostrando um método acertado, pois o fim do romance afetou claramente o Neal e isso ficou claro a medida que o episódio foi passando.
Já tínhamos tido episódio da Diana e do Mozzie, então nada mais natural do que o Jones também ganhar seu destaque. O personagem segurou bem a onda e o episódio foi satisfatório, embora tenha ficado abaixo dos outros dois citados. Era meio óbvio, desde o início do caso, que ele e a tal da Isabelle já haviam vivido uma relação, então eu agradeci quando a série foi direto ao ponto e relevou logo o passado amoroso dos dois. Toda essa trama não trouxe nada de novo – é uma história até meio batida -, mas ainda assim foi bem desenvolvida. Contudo, acabou sendo o de menos no episódio.
A investigação paralela do Neal foi o que mais chamou atenção. Eu realmente já começava a me perguntar quando ele e o Mozzie desconfiariam de que o Peter tinha o manuscrito das obras roubadas em mãos. Com o fim do caso do Caffey com a Sara, eu já esperava que o Moz decidiria apressar a fuga. Ele tá claramente disposto a levar essa história até o final e isso torna toda a trama ainda mais interessante, especialmente com a grande reviravolta ao fim desse episódio.
Os últimos minutos foram sensacionais. O olhar do Neal para a foto do Peter em cima da cômoda foi mortificante. Pra quem ainda tinha alguma dúvida, deve ter ficado claro de uma vez por todas o quanto o Neal tá confuso com tudo isso. O telefonema do Peter foi o golpe de misericórdia e o que já estava enrolado ficou ainda mais, porque agora, além do Peter, o Neal tá enganando o Moz, quando nega ter encontrado o manuscrito no cofre dos Burkes. Uma faca de dois gumes.
Hoje a noite vai ao ar o episódio 3×09 com participação da Eliza Dushku! Vem mais chumbo aí pra Neal e Sara…
