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White Collar – 3×01 On Guard

Por: em 9 de junho de 2011

White Collar – 3×01 On Guard

Por: em

Eu acho que já é hora de eu aprender a esperar menos ousadia das séries. Sempre que minha expectativa para uma virada sem precedentes está alta, eu acabo me decepcionando. Embora ‘decepcionar’ seja uma palavra muito forte pra definir meu sentimento quanto a esse season premiere. Decepção eu não senti. O começo do episódio já me deixou boquiaberto, o conceito sobre o qual ele foi construído foi muito bacana e os rumos que ele deu ao show são interessantes e abrem um sem número de possibilidades.

Minha única ressalva é que eu, particularmente, preferia que o Neal e o Moz seguissem o plano original e fugissem com a arte. Imaginem o giro que isso daria. Seria uma manobra arriscadíssima, que inverteria todo o atual sentido da série e nos levaria a um cenário de gato e rato entre Peter e Caffrey. Não foi dessa vez que isso aconteceu, mas eu acredito que não vá demorar muito – com ou sem fuga – e, no fim das contas, eu acabei gostando da saída que White Collar usou, já que também deu uma mexida muito boa na dinâmica entre os protagonistas. Mas como isso foi apenas o final, vamos comentar outras coisas que eu gostei muito antes.

De um modo geral, foi um ótimo episódio – teria sido excepcional se a fuga tivesse acontecido de fato. Já fiquei boquiaberto nos minutos iniciais, com a revelação de que o Mozzie era o ladrão das artes nazistas. De todas as pessoas da minha lista de suspeitos, ele era o último. Não conseguia ver coerência alguma nisso, mas a série se saiu muito bem e, quando tudo foi esclarecido, eu fiquei me perguntando como eu não pensei nele antes. Foi interessante também esse mistério ter sido jogado na nossa cara logo no começo do episódio. O suspense poderia acabar prejudicando a qualidade, caso se arrastasse por mais tempo.

Foi muito interessante ver todo o “caso da semana” sendo moldado em cima da desconfiança do Peter para com o Neal. Motivos ele tem, não dá pra negar isso. E também é impossível não notar como o Caffrey ficou dividido. Toda a reta final da segunda temporada foi sobre como ele passava de golpista a homem da lei e, agora, a gente vê que uma transição dessas não é tão simples assim. Durante o decorrer do capítulo, a dualidade era clara nos olhos dele e aqui eu destaco o quanto o Matthew Bomer estava ótimo.

Nada foi passado em palavras, mas era possível ver em nuances o quanto o Neal estava dividido entre fugir com as obras de arte e trair a confiança do Peter mais ainda ou ficar e continuar seu trabalho ao lado do agente. Ele enganou o amigo e a Elizabeth para conseguir minar a desconfiança que eles tinham. Ou ele se preocupa o bastante com sua relação com o casal ou ele teme ser preso novamente ou pretender dar um fim a prova do crime – prefiro apostar que é tudo isso junto, já que uma coisa leva categoricamente a outra.

O humor sutil que a série costuma apresentar também esteve presente. Eu tive uma crise de riso quando o Jones seguia o Neal e se deparou com vários homens vestidos do mesmo modo que o Caffrey. As tiradas do Peter com o Neal também estavam mais afiadas – pela desconfiança que existia- e a melhor de todas foi sem dúvida quando o Peter disse que guardaria o pedaço de gravata do Neal como lembrança da derrota dele.

O cara que queria a ajuda do Neal para fugir com o dinheiro acabou ficando em segundo plano e sua trama serviu apenas de suporte para o plot da possível fuga do Neal e do Moz. Ainda assim, rendeu ótimas cenas, como a sequência do dinheiro saindo dos tubos de ar.

A cartada final dada pela Diana com a listagem das obras roubadas foi uma grata surpresa, já que depois do Neal ter desistido da fuga e adulterado o resultado do laboratório, eu não esperava que o clima continuasse do mesmo jeito entre os dois lados. O Peter continua desconfiado e o Neal ainda não sabe o que quer fazer. O jogo agora foi disposto de maneira diferente e cada um faz seus movimentos sozinhos. Só basta um passo em falso do Neal – uma simples venda de qualquer obra daquelas – e o Peter vai pegá-lo. Quero muito ver como isso vai interferir no dia-a-dia dos dois e, principalmente, até quando eles vão conseguir sustentar seus papéis.

A julgar por essa premiere, ficou claro que esse ano será realmente baseado nas escolhas do Neal, como já estava mesmo sendo divulgado por aí. São vários os caminhos que a série pode trilhar por essa linha e eu nem me arrisco a formular qualquer teoria sobre o futuro. Mas não tenho medo. Acredito que teremos uma terceira temporada sensacional.

PS – Senti falta de uma participação maior da Sarah e da Diana, mas não acho que elas cabiam na trama do episódio. Espero que semana que vem as duas estejam mais ativas.

 


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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