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White Collar – 3×05 Veiled Threat e 3×06 – Scott Free

Por: em 1 de agosto de 2011

White Collar – 3×05 Veiled Threat e 3×06 – Scott Free

Por: em

Veiled Threat e Scott Free foram dois episódios que manteram o nível da temporada no alto.  O primeiro fugiu um pouco ao estilo que vinha sendo adotado, por não trazer nada da trama central e centrar-se exclusivamente no caso do dia, mas ainda assim conseguiu funcionar pelo caso em questão ser ótimo e extremamente divertido.  Já o segundo foi o melhor desses 6 primeiros episódios porque conseguiu trazer uma situação que ao mesmo tempo em que era divertida, servia de espelho pro Neal e nos aprofundava mais em seu conflito interno, que é uma grande parte da trama atual em White Collar.

Toda a história da “viúva negra” em Veiled Threat me chamou atenção logo de cara. Essas tramas envolvendo mistério + diversão é o tipo de coisa que a série sabe fazer bem e esse episódio foi mais uma prova disso. Serviu ainda pra gente poder ver um pouco mais do modo como o Peter age em situações assim, já que quase sempre, quem faz o papel de vítima-enganada é o Neal. Por mais charmoso e divertido que o Caffrey seja, essa mudança foi positiva para a série e deu um tom muito bacana ao episódio.

Por exemplo, se Neal tivesse sido o cara escolhido pela Selena para aplicar seu novo golpe, as cenas da Elizabeth não seriam um décimo do que elas foram. Claro que ela é a Elizabeth e só sua simples aparição já  dá um brilho a mais ao episódio e o torna mais divertido, mas vê-la compactuando com o “casamento” do Peter e ainda se oferecendo para organizá-lo foi sensacional. Mostrou ainda o quanto ela confia no marido. Não é qualquer uma que aceitaria uma situação dessas e a levaria com bom humor, como ela.

E, de quebra, tudo isso ainda se converteu naquela belíssima – e ao mesmo tempo divertidíssima – cena final, dos dois se casando novamente em um quarto de hotel, com tudo que ela sempre sonhara e não pudera realizar na primeira cerimônia. Sem contar que eu nem preciso falar o quão divertido foi ver o Mozzie de padre celebrando aquilo tudo e os chamando de Sr. e Sra. Engravatado, né?

Em alguns momentos do caso, eu cheguei a cogitar a possibilidade da Selena não ser essa “viúva” negra que eles esperavam e não ter culpa alguma nos assassinatos dos ex-maridos. Acho que após 3 temporadas de White Collar, eu aprendi a desconfiar de uma coisa quando ela se apresenta óbvia demais a minha frente. A resolução do caso também foi muito boa. Eu não imaginava que o cara que organizava os leilões estava mancomunado com ela.

Além do segundo casamento de Peter e Elizabeth e do jogo de sedução do Burke com a Selena, o episódio trouxe vários outros momentos divertidos, como Neal e Peter embebedando o cúmplice de Selena e tirando fotos constrangedoras do mesmo, o leilão em si (a cara do Neal quando ninguém dá lance algum por ele foi impagável! Deve ter doído tanto no ego dele…), os poucos momentos do Mozzie… E foi muito bom também ver Peter e Neal trabalhando juntos sem todo aquele clima de desconfiança que anda imperando, esquecendo pelo menos por um momento as dúvidas que andam perseguindo a cabeça de ambos.

Scott Free, foi, ao meu ver, o melhor desses 6 episódios e por “n” motivos. A trama central ganhou continuidade, a Sara (que até então só servia pra pegar o Neal) teve uma participação mais ativa, o personagem do caso da semana era bem mais carismático do que o normal da série e toda a trama ainda serviu pra, digamos assim, uma reflexão e um aprofundamento sob a nova fase do Neal.

Não sei se eu tô ficando expert em White Collar, mas quando o Peter falou que eles estavam atrás de uma espécie de “Neal jovem”, eu já imaginei que o Caffrey acabaria, de uma forma ou outra, ajudando o tal cara. No fim das contas, o Scott nem era tão golpista assim. Não que eu esteja defendendo o fato dele aplicar golpes, longe disso. Mas o fato dele seguir essa linha meio Robin Hood (por falar nisso, eu tinha crises de risos sempre que o Peter falava Robin Hoddie ou dizia que não era o Xerife de Nottingham) o diferencia um pouco de todos os criminosos que já passaram pelas mãos do Burke.

Eu gostei muito do modo como a trama foi conduzida, um pouco mais lenta que o habitual e sem grandes reviravoltas – como já é um costume. A linha seguida foi até mesmo previsível, eu diria, mas o grande trunfo foi se usar de todo o caso como um espelho pro Neal. Era claro que ele se via ali naquela garoto e por isso mesmo ele não conseguiu ficar contra ele. Claro que como agente do FBI, ele pecou, mas não dá pra crucificar o cara. Essa temporada toda vem sendo construída em cima dessa dualidade do Neal agente contra o Neal golpista e, aqui, ela atingiu um novo nível.

Antes, eu tinha dúvidas e preferia não tomar um posicionamento sobre qual caminho o Caffrey iria seguir, mas depois desse episódio, eu sou inclinado a acreditar que ele vá realmente tentar fugir com o tesouro roubado e voltar a uma possível vida de golpes. Aquele pequeno diálogo dele com o Peter perto do fim do episódio me deixou ainda mais convicto disso, quando o Neal diz que é preciso chegar ao fundo do poço antes de mudar o seu estilo de vida, o Peter pergunta quando ele chegou lá e ele dá de ombros e só diz:

“Eu ainda não cheguei.”

A participação da Sara, que era uma coisa que eu até cheguei a reclamar em reviews passados, finalmente ganhou mais dimensão. Eu adorei vê-la mais presente no caso, ajudando e sendo até mesmo peça chave pra resolução dele. E o final do episódio me deixou ainda mais animado. Tentei, mas não consegui formular nenhuma teoria para qual será o próximo passo dela agora que sabe que o Neal está pensando em fugir e já tem até identidade falsa. É esperar pra ver. De qualquer forma, eu tenho uma nítida impressão de que isso não vai terminar muito bem.

Em tempo: O review dos episódios 3×07 e 3×08 sai amanhã, no mais tardar a noite!


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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