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White Collar – 3×11 Checkmate e 3×12 Upper West Side Story

Por: em 6 de fevereiro de 2012

White Collar – 3×11 Checkmate e 3×12 Upper West Side Story

Por: em

White Collar é uma série como poucas. Eu não gosto de procedurals, me cansam muito rápido e olha que foram várias as tentativas que fiz. Tem algo de diferente no modo da série ser conduzida, uma aproximação maior com os personagens… Algo que encanta e prende. E é exatamente por isso que eu acredito que a série merece um cuidado maior e eu me desculpo por esse atraso nos reviews.

E é também por isso, para evitar algo assim novamente (porque a série não merece), que eu passo hoje o posto de reviewer da série pra Andrezza, que eu sei que é tão apaixonada quanto eu e que vai fazer um ótimo trabalho. A vida pessoal +as outras séries que cubro aqui no blog estavam me deixando meio sobrecarregado, então preferi passar o bastão para ela a atrasar sempre os textos. Mas, antes disso, vamos comentar o que rolou nos 2 primeiros episódios do retorno, 3×11 e 3×12.

Confesso que eu esperava um pouco mais de Checkmate e talvez o único problema tenha sido esse: A expectativa que eu depositei em cima do retorno, depois do explosivo cliffhanger do summe finale. De maneira geral, não foi um episódio ruim, longe disso, foi um bom episódio de White Collar, do jeito que a série sabe fazer. Eu só esperava um “X Factor”, algo que o tornasse um pouco mais eletrizante e deixasse aquela certeza de que os meses de espera tinha valido intensamente a pena.

De qualquer forma, achei bacana o modo como os roteiristas lidaram com o seqüestro da Elizabeth. Era uma história que, se prolongada, certamente poderia se torna enfadonha e cansativa e, acreditem, MUITAS séries o fariam, arriscando o nível apenas para manter a audiência segura. Era óbvio que ela conseguira escapar ou ser salva, ou alguém realmente achou que ela morreria? White Collar ainda não foi ousada ao ponto de tirar um dos personagens mais queridos pelo público – embora eu não duvide de que ela tenha coragem.

O retorno do Mozzie assim que soube da Elizabeth seqüestrada já era esperado, eu não imaginava outra atitude dele. E a ação do episódio também foi muito bem conduzida – El no cativeiro, Neal e Keller exalando tensão à flor da pele, o clímax, o modo como tudo foi resolvido.

Acho que o que eu mais esperava do episódio e ele não trouxe foi um confronto direto entre o Peter e o Neal. A relação dos dois é praticamente o fio condutor da série e a quebra de confiança que o Neal impôs poderia por tudo a perder e jogar no lixo tudo que eles construíram. E eu achei que o Peter seria mais enérgico, o entregaria a polícia ou alguma coisa do tipo. Eu entendo que, naquele exato momento, a segurança da Elizabeth era o que mais importava pra ele, mas não esperava que depois do caso resolvido, ele simplesmente mostrasse mais cautela com o Neal.

Esse é um plot que mexe com a base da série e é arriscado ir a fundo – e por isso que eu me decepcionei um pouco com o episódio, porque esperava esse aprofundamento. Peter rompendo com Neal, eles discutindo ou qualquer coisa do tipo. Não me incomodou TANTO porque a temporada ainda tem mais alguns episódios e eu acredito que isso pode ser retomado no season finale – eu espero, pelo menos.

Mas, como a série não dá sem ponto, ela trouxe outra reviravolta. O Neal poder ser TOTALMENTE livre é um plot que abre vários outros e que mexe com o status quo, tanto quanto um rompimento entre ele e Peter. Até porque, de certa forma, isso também entra na história, já que se o Peter contar que o Neal sabia onde estava o tesouro desde o princípio, a sentença jamais será revogada.

Upper West Side Story encabeçou minha lista de episódios favoritos. Não apenas da temporada, mas da série de modo geral. Toda a história de corrupção numa escola + o amor adolescente foi muito bem construída e o roteiro soube dar atenção a cada detalhe, priorizando o que era necessário em cada momento, sem se perder ou mostrar desgaste e tédio nenhuma vez. E conseguiu ainda, de maneira sutil, se aprofundar na história da temporada e na relação entre Neal e Peter.

O que eu mais gostei foi o tom leve e humorístico em cima do qual ele foi executado – sem, em momento algum, perder a seriedade da trama. Coisas que só White Collar consegue fazer. Todas as cenas envolvendo Peter e Neal na escola ou Neal ajudando o Evan (participação especial de Graham Phillips, que faz Zach, filho de Alicia, em The Good Wife) ou Peter e Diana se passando por um casal foram excelentes.

Foi bacana ainda o modo como a série usou isto para desenvolver um pouco mais da relação entre o Neal e o Peter. O Peter ainda não confia cegamente no Neal de novo e provavelmente nem vai confiar, mas seria MUITO bizarro se ele fosse depor contra ele e incriminando-o. De certo modo, a série sequer funcionaria, a não ser que o Neal, preso, fugisse novamente e o Peter fosse o encarregado de prendê-lo, mas daí estaríamos voltando pra 1ª temporada e uma regressão dessas poderia ser a morte pro show – sem contar que isso limitaria a proposta e reduziria a possibilidade de casos.

Dito isto, o final já era óbvio, mas nem por isso deixou de funcionar. White Collar é aquele tipo de série que não importa quando o desfecho é previsível, o que importa é o caminho até ele. E foi bastante interessante como o roteiro do episódio foi contrapondo os dois personagens, discordando, se alfinetando, o Neal com medo do Peter entregá-lo e o Peter jogando sutilmente na cara do Neal tudo o que tinha feito pra ele, mostrando, de certa forma, uma pequena mágoa ainda por toda a história. Acredito que a possível libertação do Neal será o ponto de partida pra 4ª temporada. Olhando a curto prazo, não vejo como isso alteraria o cenário da série, mas a longo, as possibilidades são grandes.

O caso foi bem resolvido, bem conduzido – como a maioria dos casos em White Collar – e ainda rendeu ótimos momentos, como o Neal dando uma de professor de literatura. O Matt Bomer é bastante versátil, consegue se sair bem tanto no drama, quanto na comédia. E acho que é nisso que reside um dos grandes trunfos da série: Conseguir oscilar tão bem entre pontos tão distintos e fazer isso com um excelente elenco e personagens formidáveis.

 


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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