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White Collar – 3×16 Judgment Day (Season Finale)

Por: em 3 de março de 2012

White Collar – 3×16 Judgment Day (Season Finale)

Por: em

– Ele tem uma vida. Uma vida de verdade aqui. Uma que o mantém com os pés no chão e decente. Como você já ouviu, há muitas pessoas que se importam com Neal, pessoas que o veem como mais do que apenas um criminoso. Ele é frustrante, eu admito. Deixa-me louco em seus melhores dias. Eu nem sempre preciso saber onde Neal está ou o que ele faz. Mas eu sei que ele tem um bom coração e um conjunto de princípios que não existiam há seis anos quando ele era apenas mais um arquivo deixado na minha mesa.
– Você acha que o sr. Caffrey está recuperado?
– Enquanto ele estiver com aquela tornozeleira, nunca saberemos. Nós podemos sentar aqui até o reino todo vir e debater sobre quem é Neal Caffrey. Mas enquanto nós o mantivermos preso, enquanto nós o tratarmos como um criminoso, ele sempre achará que é um deles. Se Neal é um cidadão, um consultor ou um ladrão, é uma decisão que precisa ser colocada em suas mãos.
– A pena de Neal Caffrey deve ser comutada?
– Sim.
Eu estou dizendo que Neal deveria ser livre.

Quando a gente acha que tem todas as respostas, um episódio vem e muda todas as perguntas. Depois de uma segunda metade de temporada com episódios “comuns”, White Collar manteve suas tradições em season finales: Judgment Day foi eletrizante e abriu portas absolutamente imprevisíveis após 40 minutos. A sinopse era basicamente: o agente Kramer quer atrapalhar a comutação da pena de Neal; Neal tenta corrigir um erro do seu passado e Peter é forçado a escolher um lado. Só que em White Collar, nada é tão simples assim. Comecei a review com o discurso de Peter na audiência de comutação da pena, um texto tão brilhante que pode traduzir a trajetória do personagem em 3 temporadas com poucas frases, sem perder a essência.

Quando começamos a temporada, diziam que tudo ia girar em torno das escolhas de Neal e de que lado falaria mais alto: um cidadão honesto trabalhando em conjunto com o FBI ou um golpista de volta ao mundo do crime? E no final das contas, tudo se reduziu às escolhas de Peter. A audiência de Neal começou e ele está decidido a aproveitar sua liberdade em New York. Coisa mais fofa do mundo Mozzie dizendo que ficaria com ele. E os bolos de Elizabeth? Quando mesclaram as entrevistas com os acontecimentos de fora, tive receios de que elas quebrassem o clima das cenas de adrenalina.  E muito pelo contrário, tudo funcionou bem, como uma colcha de retalhos muito bem amarrada, embora com um final inesperado.

Kramer foi o grande vilão do episódio, disposto a tudo para manter Neal no sistema prisional, sempre um passo à frente de todos. Bem, pelo menos foi o que ele pensava. Imagino que Kramer não contava que Caffrey teria tantos amigos ao seu lado, especialmente Peter e Diana. Cheguei a cogitar que ele estivesse usando a Diana pra passar alguma pista falsa do Peter, mas parece que ela era mesmo infiltrada e foi fundamental pra ajudar na fuga. Mozzie como motorista de ambulância esteve genial, bem típico dele mesmo. Jones me deixou confusa, não entendi porque ele opinou contra Neal. A busca pelo famoso Rafael não me surpreendeu, sabíamos que Cafrey estava com o quadro e depois da Sara falar tanto nele, era inevitável que o crime voltaria à tona. Interessante a solução pra que Neal não fosse preso, embora simples.

Fiquei muito surpresa com novo plot envolvendo a família do Neal. Sabíamos que o pai dele havia sido policial e estava morto. Agora, descobrimos que ele está vivo, assim como a mãe do rapaz. Há alguns anos atrás, Neal enviou o quadro para uma velha amiga de sua família. Helen era colega de trabalho do pai de Caffrey e tive a impressão de que foi ela quem criou o garoto até os 18 anos (quando ele fugiu). Kramer tem muita mágoa do ex-informante que o traiu e depois de saber que os pais de Neal estão vivos, fiquei cogitando a possibilidade de um deles o(a) tal informante traidor(a). Isso explicaria o sumiço deles por tanto tempo, afinal de contas o FBI sabe manter alguém fora do radar, além, claro dessa implicância do Kramer com Neal. Recuso-me a aceitar que Kramer quer Neal numa coleira, aliás, tornozeleira, ao seu lado em D.C. apenas para fechar mais casos. Sinto algo pessoal por trás de tudo.

A melhor parte do episódio foi, sem dúvida alguma, os 4 minutos finais, onde basicamente tudo se resumiu a Peter e Neal. Primeiro, a conversa dos dois na porta da audiência com Neal feliz qual fosse o resultado da audiência por poder trabalhar com Peter. Depois, Peter avisa Neal que fugir era sua melhor opção. Dois momentos tensos e que deixaram claro o tamanho da amizade e cumplicidade dos dois. Depois, o discurso de Peter enquanto Neal iniciava a fuga. Por fim, um show de interpretação de Matt Bomer numa cena espetacular com um close que me fez sentir dentro dos pensamentos de Caffrey, envolto com a dor de seguir por um caminho que ele não queria, deixando pra trás pessoas tão importantes na sua vida, principalmente Peter  e Sara.

Admiro a coragem dos roteiristas/produtores em lançar um plot tão arriscado como a fuga de Neal, já que série girava em torno da parceira dele com Peter. Sinto que estou num túnel escuro, perdida e sem saber o que virá daqui pra frente. Só que em se tratando de White Collar, impossível não confiar que teremos uma quarta temporada ainda melhor pela frente.

É isso, galera. Agora nos resta sofrer com a espera pela próxima temporada. Enquanto o dia não chega, podemos debater e especular à vontade nos comentários. Agradeço a todos pela companhia nessa reta final de reviews de White Collar, substituir um reviewer como Alexandre é um prazer e também uma grande responsabilidade. Espero que tenham gostado. Abraços a todos!


Andrezza

Mineira apaixonada por séries policiais, dramas jurídicos e séries teen de qualidade (Saudades, Greek!).

Belo Horizonte - MG

Série Favorita: Grey´s Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: House

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