“Você arrancou o chifre do unicórnio, Ryan, querendo que se parecesse com um cavalo normal, mas ele nunca será, porque agora há um cicatriz redonda na testa dele.”
– Wilfred
Depois de exibir os quatro primeiros episódios em dois blocos, Wilfred (US) retorna na sua programação normal, apresentando Shame, um episódio que, de certo modo, ajuda (ainda mais que o normal) na evolução do protagonista, apesar dos já conhecidos clichês…
Ryan está necessitando de dinheiro para pagar a hipoteca, e para resolver o problema decide alugar um quarto na sua casa. Depois de escolher a pessoa “perfeita”, Wilfred muda algumas coisas e o obriga a conviver com Anne: uma mulher totalmente relaxada, sem noção e com a vida transformada numa bagunça. A ideia de uma nova colega de quarto para esses dois é interessante. Espero que ela não seja esquecida (ou tenha pouquíssimas aparições), mas sim se torne parte do elenco regular. Dessa dinâmica entre os três pode-se tirar coisas muito legais, pois um é mais insano que o outro, e aguardo que aproveitem isso bem.
Anne é uma personagem que inicialmente não cativa. Sua função na trama parecia óbvia demais, estando ali apenas para irritar por causa da sujeira, mas com o passar dos minutos ela ganha a nossa simpatia, e a raiva inicial fica de lado.Tivemos vários momentos para demonstrar o quanto Anne é grotesca, sendo que alguns destes são hilários e outros chegam a ser nojentos (como Wilfred praticamente lambendo seu machucado no joelho) . Kristen Schaal interpretou bem, mas não foi nada excepcional, até porque o papel não exigia isso.
Como sempre, no final temos uma pequena lição de moral. Ryan tentou “concertar” Anne, mas apesar das mudanças, ela nunca mudaria quem é internamente, e sempre permaneceria com sua “cicatriz de unicórnio” (e por sinal, essa comparação foi ótima). Entretanto, o protagonista percebe que estava agindo igual seu pai o tratou. Por um lado, o tema do “filho se tornando igual o pai” é totalmente clichê e já foi explorado em muitas produções, mas por outro, é algo que realmente acontece e que deveria mesmo assim ser mostrado. E além disso, essa evolução aconteceria uma hora ou outra, o que faz com que a série fique com saldo positivo.
É interessante notar que Anne e Ryan possuem muitas semelhanças. Ambos são, de certa forma, derrotados (até porque uma pessoa que usa drogas com o cachorro da vizinha não pode ser considerada muito bem sucedida). Ambos não conseguem mudar. E ambos são loucos de sua própria maneira. A única diferença, crucial, é que a Anne não tem vergonha de mostrar aos outros o que realmente é. Vamos apenas torcer que, em algum ponto, Ryan também não tenha.
–
Considerações finais:
-Wilfred engordando foi hilário. Sem dúvida o melhor foi ele falando mal do espelho e se negando a acreditar nisso. O cachorro com camiseta havaiana tentando andar gerou uma bela imagem!
-Aliás, impressão minha ou Wilfred estava mais sábio que o normal? Teve sua dinâmica do unicórnio e a cena final, onde ele praticamente resume os episódios, e faz Ryan perceber que sua vida chega a ser divertida.
–
Frase do episódio: “Eu tenho pouca vergonha, nenhuma dignidade – tudo em nome de uma causa melhor”
– A. J. Jacobs
E você, o que achou do episódio? Use os comentários para deixar sua opinião!